Capítulo 68

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Anahí

Acordei, sentindo minha boca seca e meu corpo todo mole e dolorido, como se um trator tivesse passado em cima de mim. Com sede, olhei pro lado e meus olhos marejaram ao ver o anel de chaveiro.

- Poncho! - suspirei, sentindo um nó se formar na minha garganta.

Estiquei a mão pra pegar o anel de chaveiro e nesse momento a porta se abriu.

- Oi! - Angelique sorriu, entrando no quarto.

- Oi! - respondi, escondendo a mão embaixo da coberta onde estava o anel.

- Você está se sentindo bem?

- Um pouco zonza, mas estou bem sim. - respondi.

- O médico disse que se você ficar bem poder receber alta hoje mesmo.

- Que bom! - forcei um sorriso.

- Você assustou todo mundo Any. - Angelique sentou na cadeira perto da cama.

- Eu só queria dormir. - suspirei.

- Any eu entendo que você ta se sentindo perdida, mas não pode continuar assim. Você tem que reagir, tem que ver que está rodeada de pessoas que te amam.

Virei a cabeça para o outro lado, sentindo as lágrimas embaçarem minha visão. Eu sabia que Angelique estava certa, mas nem assim conseguia reagir e mudar de atitude. A única coisa que eu sentia era raiva, não estava nem ai pra mim, mas esqueci que se eu não me importava comigo mesma, outras pessoas se importavam.

- Desculpa, eu não vou fazer de novo. - respondi.

- A gente só quer te ajudar, Any. Se não quer parar com isso por você mesma, faça em consideração as pessoas que você ama. - respondeu. - Ou com quem você, no mínimo, se importa.

Assenti com a cabeça e não falei mais nada.

- Bom, você está bem e não vim aqui pra ficar te passando sermão.

- Obrigada.

- Eu preciso te contar uma coisa, que ainda não disse pra ninguém, nem pros meus pais. - sorriu.

- Não me diga que está grávida do Sebastian?

- Any, claro que não. - ela me olhou horrorizada. - Não tem nem um ano que estamos juntos, você enlouqueceu? Sem contar que eu sou muito nova pra ser mãe. - respondeu.

- Então o que está rolando? - sorri.

- Sebastian está dando indiretas sobre casamento, acho que ele vai pedir a minha mão. - sorriu com os olhos brilhando.

- Sério?

- Sim.... Há alguns dias ele me perguntou se eu tinha vontade de me casar na igreja ou só no civil. E ontem ele simplesmente chegou em mim e perguntou: se fossemos convidar pessoas pro nosso casamento, você teria muitas pra chamar?

- Sério Angelique? Poxa, fico super feliz por você. - sorri.

- Nossa, se ele fizer o pedido eu acho que morro do coração. - ela sorriu.

- Eu espero que você diga sim se ele te pedir.

- Ah é claro que eu vou, você acha que eu sou louca de dizer não pra ele?

Acabei rindo de seu comentário e me entristecendo ao lembrar de quando Poncho e eu moramos no apartamento dele. Foram as melhores semanas da minha vida, mas é uma pena que nunca mais vai acontecer de novo.

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