Alfonso
Acordei sentindo como se uma pedra de concreto estivesse em cima de mim me esmagando. As luzes claras irritavam meus olhos e estava difícil mantê-los abertos. Quando consegui focar em alguma coisa, foi no rosto de uma mulher, identifiquei rapidamente pelas roupas que ela era uma enfermeira.
- Eu to vivo? - perguntei confuso.
- Sim, você está. Escapou por pouco, mas está bem. Eu vou chamar o médico. - ela sorriu.
- Espera! - agarrei seu braço quando me lembrei de tudo, a briga pela arma, os tiros. - A Any? Ela está bem? - não consegui disfarçar o pavor na minha voz. - Aquele desgraçado a machucou?
- Está se referindo à garota de cabelos castanhos e olhos azuis que não saiu daqui? Ela está bem, tivemos que contê-la no dia que você chegou, mas ela está bem.
- Como assim contê-la? - pisquei confuso.
- Ela chegou muito preocupada com você, estava em estado de choque. Não é todo dia que vemos o nosso namorado tomar um tiro. Mas agora você está bem e ela também, fique tranquilo. - sorriu.
- Namorado?
- Sim, vocês namoram. Ela usa uma aliança idêntica à sua, ficou todos esses dias no quarto com você. Até entrou escondida algumas vezes. Você tem sorte, ela te ama muito.
- Quantos.... Quantos dias eu to internado aqui?
- Hoje é o quinto dia, você passou por muita coisa. Vou chamar o médico pra te examinar e logo poderá ver sua namorada e sua família, eu já volto. - ela sorriu e se retirou.
Pisquei confuso e quando tentei me levantar percebi que tinha uns fios e soro conectado ao meu corpo. Também notei que eu estava usando a aliança, mas eu não estava de aliança no dia do tiro, tenho certeza. Estava tentando convencer a Any a voltar comigo, antes de voltar a usá-la.
O médico entrou e me examinou. Quando o questionei sobre meu estado, ele me contou que eu tinha levado um tiro no abdômen, que precisei de cirurgia e transfusão de sangue e que meu rim esquerdo quase parou. Ouvindo ele falar parecia muito pior do que quando me acidentei, mas ele me tranquilizou dizendo que eu estava bem, que meus dois rins e todos os meus outros órgãos estavam funcionando muito bem.
Quando meus pais apareceram no quarto, minha mãe chorou no começo, mas conseguiu se acalmar. Comecei a fazer perguntas pra eles e foi um baque atrás do outro quando me contaram como estava Maite e que o primeiro tiro tinha pegado no Derrick e que no caso dele foi fatal. Pode ser errado, mas saber disso me provocou o dobro do alívio, pelo menos eu sabia que nunca mais ele ia machucar a Any.
E eu precisava agradecer ao Ucker por ter chamado a ambulância e a polícia assim que sai, se não fosse por ele, provavelmente eu teria morrido naquele prédio em construção.
- Mãe! - a chamei quando ficamos sozinhos.
- Sim, meu amor?
- A.... Any ta aqui? Ela ta bem?
- Sim! - minha mãe sorriu e acariciou meu rosto. - Desde que você foi internado ela só sai do hospital pra ir pra casa tomar um banho. Passou as últimas quatro noites aqui, em duas dormiu no quarto com você e nas outras duas dormiu no corredor, porque não quis ir pra casa.
- Foi ela que.... Colocou a aliança em mim?
- Uhum, ela perguntou se eu não me importava e eu disse que não. Não sei se foi pelo desespero do momento, mas ela disse que era sua namorada, só assim eles iam informar à ela o que estava acontecendo. Ai acho que uma coisa levou a outra, porque ela ta usando a aliança que você deu pra ela.
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No te Quiero ✔
FanfictionApesar da aparência Anahí estava longe de ser um anjo. Determinada e bem teimosa, a primeira coisa que me chamou a atenção foi o fato dela não ter dado a mínima pra mim. Isso é um insulto, uma afronta, afinal ninguém resiste a Alfonso Herrera, eu fa...