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Do lado de fora dos portões da prisã... humhum, quero dizer do orfanato me senti meio perdida.

No começo fiquei um pouco sem rumo, fui caminhando pela calçada enquanto pensava e elaborava um plano, tinha que pensar muito bem no que ia fazer, para não cometer nenhuma idiotice.

O banco, pensei, vou primeiro ao banco pegar o dinheiro da conta, depois...depois... Eu sei o que faço depois. Eu não tinha a menor ideia do que fazer.

Estive muito ansiosa para que aquele dia chegasse, mas nunca tinha chegado a planejar, a pensar no que iria fazer, a única coisa que eu sabia e que desejava era ser livre daquilo.

Pensei um pouco e me lembrei de que nem sequer cheguei a perguntar a Lilien em que banco estava o dinheiro.

Burra, burra, burra.

Peguei o papelzinho que estava no bolso da frente da mochila, quem sabe uma vez na vida eu tivesse sorte e nome do banco estivesse anotado junto com a senha.

Aliviada soltei o ar que nem percebi que estava segurando. O nome do banco estava lá e para a minha sorte era consideravelmente perto dali.

É claro que ela escolheria um banco perto daqui, pensei, tenho quase certeza de que ela não gostaria que alguém soubesse que estava me ajudando, sendo perto daqui ela poderia ir e voltar na hora do almoço e ninguém perceberia que estaríamos todos a mesa e ela nunca almoçava conosco.

Uma coisa tinha que admitir, Lilien era muito inteligente, durante todos estes anos ela conseguiu enganar a todos ou pelo menos a maioria de nós. Mas duvido que alguém algum dia tenham a descoberto.

Enquanto pensava, fui andando, para cortar caminho resolvi passar por um beco. Estava muito concentrada em meus pensamentos. Quando de repente ouvi um barulho, me virei para ver o que era. Uma das garrafas de vidro que estavam em cima das latas de lixo tinha acabado de se despedaçar no chão.

- Quem esta aí?- disse varrendo o local com o olhar- EU DISSE QUEM ESTÁ AI!- falei dessa vez com mais força na voz. Ninguém respondeu. Apenas silêncio.

Me virei novamente para a saída do beco e voltei a caminhar, acelerei o passo, já fazia mais ou menos meia hora desde o momento em que comecei a andar. Eu tinha que ser rápida, logo começaria a escurecer e eu ainda tinha que arranjar um lugar para passar a noite.

Barulho novamente, dessa vez passos, muito bem disfarçados mais eu estava muito atenta e consegui ouvi-los.

- QUEM ESTÁ AI?- falei com a mesma segurança de antes. Nada. Nenhuma resposta. Apenas silêncio.- EU NÃO ESTOU DE BRINCADEIRA!

Procurei pelo beco algo com que pudesse me defender caso precisasse, me decidi por uma garrafa de vidro.

Quebrei parte dela na parede a deixando com partes pontudas que resultaram da quebra.

AbandonadaOnde histórias criam vida. Descubra agora