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Saí do banheiro e comecei a caminhar pelo orfanato, fui para a sala de estar, tudo parecia meio deserto.

Eles podem estar nos quartos, pensei, mas já era meio tarde pra isso já que eram mais ou menos meio dia, percebi porque o sol estava começando a ficar mais forte e ferver as coisas do lado de fora.

Decidi procurar por Cassie, fui andando pelos corredores.

- Cassie?-chamei, o orfanato chegava a ficar meio sombrio assim-Cassie?-comecei a estranhar- Ta bom, chega de brincar, você já fez o trote de aniversário- nada.- Cassie você tá me assustando, é serio.

Ouvi uma porta se abrir cuidadosamente no final do corredor fazendo aquele barulho desagradável de porta em filme de terror.

Aquela era uma sala, na verdade era um pequeno salão que usávamos para fazer alguns eventos do orfanato, isso quando o dinheiro das doações davam para isso, por causa das dívidas fazia um bom tempo que não o usávamos e aquele corredor era meio escuro mesmo à luz do dia, o que só me assustou mais, mas mesmo assim eu fui até lá.

Meu coração estava acelerado quando peguei na maçaneta, a porta estava meio aberta (coisa de 3 ou 5 centímetros).

No três, no três eu abro,pensei.

-Um-sussurrei- dois- meu coração mais acelerado que nunca- três- abri a porta de uma vez só.

Na mesma hora todos gritaram surpresa! E as luzes se acenderam enquanto pedacinhos de papel prata voavam sobre mim e bexigas eram estouradas.

Olhei para tudo aquilo perplexa com a boca aberta.

Antes que pudesse reagir a tudo aquilo Zack tirou uma foto de mim com aquela expressão.

-Diga xisss.

A máquina era daquelas que revelava a foto na hora.

Quando conseguir falar, disse as palavras mais ternas que poderia dizer.

-Eu-ma-to, eu mato cada um de vocês, um por um.

Todos riram.

Zack passou seu braço por trás do meu pescoço e saiu praticamente me arrastando até a mesa onde havia alguns docinhos e um bolo lindo azul e branco enfeitado com algumas bolinhas pratas por todo ele e de duas camadas.

-Não fique assim minha cara Elizabeth.

-Me solta, seu babaca- disse dando um soco de leve em seu estômago.

-Ai!Ai!- ele segurou e barriga com as duas mãos e eu consegui me soltar.- Que pessoa agressiva você é, nem parece minha amiga- disse com a voz meio roca de dor é um pouco de ironia velada.

Senti até um pouco de pena, mas ele tinha me provocado, tinha quase certeza de que a idéia do trote tinha sido dele, além disso ele meio que bagunçou meu cabelo quando me arrastou até o bolo.

-Se você não tivesse me provocado não estaria assim- disse de braços cruzados, parei para pensar um pouco, olhei em volta e vi toda a decoração, o bolo, os docinhos e tudo que eles haviam feito para mim, eu estava sendo meio ingrata.

Os outros que estavam em volta não mereciam aquilo que eu estava fazendo.

Desta vez Zack tinha razão eu estava fazendo tempestade em copo da água, corei ao chegar a esta conclusão.

-Me desculpem- disse em um quase sussurro- Eu não queria parecer mal agradecida, mas vocês quase me mataram de susto.-eu estava realmente envergonhada-Eu gostei de tudo, de verdade, ninguém nunca tinha feito algo parecido, eu agradeço muito.

AbandonadaOnde histórias criam vida. Descubra agora