Abandonada

09

Não. Isso é impossível, não pode estar acontecendo.

Até agora meu dia tinha sido um meio desastre mas parece que finalmente a sorte estava sorrindo pra mim e bom...eu sempre ficava meio desconfiada quando isso acontecia porque na maioria das vezes o que parecia sorte era só a vida me enganando, fazendo mais uma de suas pegadinhas super hilárias.

Era assim: eu queria algo, as coisas davam certo e eu ficava feliz sentia o gostinho de ter aquilo que desejava e então...tudo desmoronava, dava tudo errado e eu sempre acabava chorando.

Era uma verdadeira droga.

E aquilo...aquilo só podia ser brincadeira, encontrar minha mãe era o que eu mais queria na vida, não podia ser tão fácil assim, a vida não deixaria que fosse. Era simples assim.

Eu nem havia chegado a procura-la.

Balancei a cabeça primeiro devagar, depois o movimento se tornou frenético.

- não, não é verdade, não pode ser você está brincando comigo.

- Fique -calma- falou ele se aproximando e segurando delicadamente meus braços.

- Não encoste em mim!- falei me soltando e dando um passo para trás- você nem me conhece, como pode saber que eu sou filha da pessoa para qual você quer me levar e além do mais como você sabe que quero encontrar a minha mãe, como sabe que não está falando com a filha do primeiro ministro da Inglaterra agora mesmo?- falei cruzando os braços.

Ele sorriu.

- Eu simplesmente sei- ele fez uma pausa e depois prosseguiu- além do mais é só olhar para você que percebemos que não é filha do primeiro ministro da Inglaterra.- falou usando aspas em "primeiro ministro".

Olhei para eu mesma, será que estava tão mal?

- Eu sei que você não é filha do primeiro ministro porque a Inglaterra não tem um primeiro ministro.

Sorri, eu tinha conseguido pega-lo. Essa sempre dava certo. A maioria sempre caia na pegadinha.

- Na verdade...a Inglaterra tem sim um primeiro ministro, mas a figura da rainha é mais conhecida.

Ele olhou para mim confuso, eu franzi o cenho e então o ouvi murmurar alguma coisa, algo sobre a minha realidade, depois de "discutir com ele mesmo" sobre sei lá o que ele olhou para mim balançando a cabeça afirmativamente.

- É sim, você tem razão.

Sorri vitoriosa.

- Sim eu tenho razão.

- Halloou?- falou Cassie- estamos aqui também.

Olhei para os dois me lembrando repentinamente de sua presença.

- Me desculpem- falei para eles.

- Sei que pensa que sou um estranho, mas com o tempo pode descobrir que não sou tão estranho quanto pensa- falou sem desmanchar o sorriso, fiquei intrigada com aquilo, da onde poderia conhece-lo?- mas para começarmos acho que devo me apresentar, prazer: Max- falou ele me estendendo sua mão.

Fiquei um pouco desconfiada mas acabei apertando sua mão, ele não queria me fazer mal, se quisesse já teria feito.

Mesmo que queira fazer não será agora porque estou em alerta, só preciso continuar assim.

Sorri, se ele estava a fim de jogar eu ia pagar pra ver e flertar com o perigo.

- Prazer, eu sou Liza e estes são Cassie e Zack- falei olhando para os dois.