17. Registro

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17 de julho, 2016.

Nunca fui de escrever mas me disseram que ia ajudar a aliviar a tensão e o nervosismo.
Esta folha de papel não é nenhuma espécie de diário porque não sou do tipo de menina que tem diários para escrever sobre o vizinho bonitinho com caneta cor de rosa.
Além do mais, não é querendo te ofender folha mas se você fosse  diário seria um bem mixuruca, não ha outra forma de descrever.
Mas vamos ao que interessa: não me aguento de tanta ansiedade para conhecer a minha casa, a minha mãe, minha vida, a vida que foi ha muito roubada de mim, ou pelo menos é isso que Max, o garoto que conheci hoje, disse.
Tentei até agora não me iludir, negar a mim mesma o prazer de sonhar com uma família só minha.
Não queria me decepcionar como já aconteceu várias vezes antes.
Queria de todo o meu coração que fosse verdade, mas me neguei a felicidade de acreditar que aquilo fosse a realidade e agora eu sei (EU SEI!), que é verdade, que tudo isso existe e é meu.
Está esperando por mim em algum lugar do mundo.
E é só meu, nada nem ninguém pode arrancar isso de mim.
Eu sinto vontade de cantar, dançar, pular e gritar ao mundo a verdade, mas é como se isso, a felicidade, me fosse algo proibido, algo errado.
Agora olhando no relógio digital do criado mudo vejo que são exatamente 04:11 da madrugada de 18 de julho (reparei agora que coloquei a data errada lá em cima, na verdade é 18 de julho já que é de madrugada, não 17 de julho).
Talvez escrever realmente funcione para tirar as preocupações dos ombros.
Mas não se iluda querida folha isso não quer dizer que mais registros como esse voltaram a ocorrer.
Por hora tenha uma boa noite.

P.S: não sei se devo assinar no final (porque como já disse nunca fiz isso antes) mas vou faze-lo mesmo não sabendo se é o certo.
            
                                   Liza.    
(Eu assinar assim significa que você pode ser minha amiga :) )

AbandonadaOnde histórias criam vida. Descubra agora