Chegamos ao hotel aproximadamente no horário que Max disse que seria possível chegarmos.
Não havia nada de mais, nenhum dos luxos do hotel anterior, apenas roupas de cama limpas assim como os quartos e as toalhas, comida boa e chuveiros com água quente e doce, além de limpa.
O que já era um paraíso para nós, considerando que passamos dias caminhando pela praia.
Cassie se sentia no paraíso, seu humor melhorou de um modo inimaginável em menos de um dia, ela foi do inferno ao céu como dizem popularmente, assim, depois de terminar seu longo banho com água quente, sem que eu a atrapalhasse e a mandasse sair logo do chuveiro pela primeira vez em anos, ela se jogou toda sorridente de costas na cama, bagunçando os lençóis da cama de casal que dividiríamos aquela noite.
Diferentemente do outro hotel nós só tínhamos duas opções de quarto: com cama de solteiro, uma por quarto ou cama de casal.
Escolhemos ficar juntas e espancarmos uma a outra durante o sono.
O hotel era tão modesto que possuía apenas dois andares, o térreo onde ficava o lobby para escolhermos os quartos e pegarmos as chaves e um pouco mais a frente depois de passar por um curto corredor azul celeste uma sala de janta modesta, composta por uma mesa comprida e mais ou menos doze cadeiras, a sala de jantar era isolada da cozinha apenas por um balcãozinho branco. No andar de cima ficavam os quartos, em torno de dez ao todo.
Um lugar modesto, simples e calmo, sem luxos, mas muito melhor em vários sentidos.
Era o que eu denominei hotel com cara de casa, me lembrava o orfanato em vários aspectos mas ao mesmo tempo não se parecia em nada, afinal eu não conseguia achar nada na mobília, na decoração que realmente fosse igual a do orfanato.
Refletindo com calma pude perceber que o que fazia lembrar da minha antiga casa era o ritmo, a calmaria do lugar.
O hotel vazio, habitado apenas por mim, os que estavam me acompanhando, o casal dono do estabelecimento e uma mulher, uma pesquisadora jovem de cabelos loiros quase platinados, muito mal cuidados por sinal, em torno dos 30 anos, que passava boa parte do dia fora, fazendo pesquisas ambientais de todo tipo na praia, me fazia lembrar do ritmo calmo do lugar em que passei grande parte de minha vida.
A tarde passou de modo preguiçoso, todos aproveitamos para descansar, tomar um banho quente e demorado e deitar na cama macia, dormir com as janelas abertas sentindo o vento de um dia fresco de verão entrando pelas janelas.
Todos descansamos muito, menos Max, ele se armou de caneta e papeis para traçar planos de viagem, planos os quais eu nem sequer me dei ao trabalho de perguntar quais eram.
Ele não ia dizê-los mesmo.
Aquele dia se passou sem que um visse a cara do outro quase, com quase todos de olhos fechados e espalhando DNA pelos travesseiros do hotel ao mesmo tempo que roncávamos a comunicação ficava um pouco difícil.
Até o jantar, que foi servido pontualmente as 18:30 na pequena sala de jantar.
Apenas Max, Zack, Cassie, eu e os donos do lugar estavam a mesa, a estranha pesquisadora ambiental alegou estar com dores de cabeça, pediu que o jantar fosse levado até seu quarto.
Isso deixou o ambiente mais íntimo, era como um jantar de família no fim das contas, mesmo que eu não tivesse o tipo de família tradicional, eu não poderia querer uma melhor que aquela que recebera.
Talvez.
- Me passa o molho- pediu Zack com a boca cheia, eu segurei a molheira rindo enquanto Cassie fazia uma careta de nojo e simulava vomito.
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Abandonada
Romance*Plágio é crime, faça a sua própria história afinal todo nós somos incríveis e temos capacidade para isso😚* Elizabeth é uma garota que viveu sozinha em um orfanato durante grande parte de sua vida, ela sempre teve curiosidade de saber qual é a sua...