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Soltei o ar aliviada depois que caminhamos meia hora pela areia e paramos em um porto, onde havia navios com portes gigantescos, do tipo Titanic.

Por amor a minha própria vida eu esperava que não fossem tão idênticos assim, ao menos ao que se referia a sua agilidade para contornar icebergs, se é que fossemos encontrar algum, como eu não era a especialista em clima nas regiões marítimas, em nenhuma região pra ser justa, que teríamos de cruzar continuei a torcer por isso com um pequeno frio na barriga.

Assim que viu os grandes navios atracados Zack fez o que fazia de melhor para tentar irritar Max: bufou.

Max não falou que íamos embarcar em um daqueles mas não era preciso, afinal parecia bem óbvio.

Por outro lado Cassie, não conseguia tirar o ar deslumbrado do rosto e um pequeno sorrisinho teimava em permanecer em seus lábios toda vez que ela olhava para um daqueles navios, eu sabia bem o porquê, ela já sonhara com cruzeiros muitas vezes na vida.

Eu gostava do contato direto com água do mar já Cassie preferia a ideia de flutuar sobre ela, de preferência com uma taça de um bom drink tropical ao seu lado enquanto o sol banhava a sua pele a beira da psicina do navio confortavelmente acomodada em uma das espreguiçadeiras que há ali, podia ver os milhares de sonhos distantes se transformando em expectativas por trás de seus olhos.

Max voltou vinte minutos após com quatro papéis em suas mãos: passagens.

Ele parou a minha frente o reconhecimento já pairava nos olhos de cada um ali, era bem explícito que todos já sabiam o que iria ocorrer a seguir.

- Estão prontos? Partimos em dez minutos.- ele me ofereceu um sorriso o qual eu retribui com o coração acelerado.

Estava realmente acontecendo eu estava saindo da América rumo a Europa!

Em dez minutos eu deixaria os Estado Unidos e talvez nunca mais retornaria.

Ele me entregou um dos papéis e foi dar os outros a seus donos correspondentes.

A capa era feia de um papel resistente porém macio ao toque, abri para encontrar meu nome e alguns dados que eu nunca forneci a Max mas que de alguma forma ela havia conseguido, eu não sei exatamente por que mas não me incomodei com o fato de ele conseguir dados pessoais meus sem me pedir.

Não tinha o valor, um  ticket havia sido retirado mostrando que a passagem tinha sido paga a vista, havia apenas um código de identificação e um outro ticket  a ser destacado, em que momento isso aconteceria eu não sabia e também não me importava.

Em um piscar de olhos eu estava subindo uma rampa sem fim, no segundo seguinte entregava minhas bagagens a um homem que as levaria para o meu quarto assim como faria com a bagagem do restante e então ao entardecer, com o sol deixando todo o céu majestoso em laranja e refletindo seu esplendor nas águas salgadas do mar o navio imenso começou a sair do porto em direção a minha casa.

Eu assisti a tudo aquilo com um sentimento bom reverberando no peito, em silêncio, segurando as barras da grade existente na proa e naquele momento Max foi meu companheiro, ele permaneceu ao meu lado, se estava observando a mim ou o lindo cenário que se formava a nossa frente eu não sei dizer ao certo, estava tão presa a beleza a minha frente que naquele momento nada mais conseguiria me desviar a atenção, mas desconfio que fosse a segunda opção.

Aquilo ficou tatuado em minha mente e em meu coração e mais tarde enquanto dormia aquele momento desfilou repetidas vezes por meu cérebro em forma de sonho e muitas foram as noites em que isso aconteceu.

Em todas as vezes uma versão diferente era exibida e em cada uma delas Max estava cada vez mais perto de mim, mais íntimo, mais meu.


AbandonadaOnde histórias criam vida. Descubra agora