A manhã seguinte foi um pequeno replay da anterior, exceto por alguns pequenos detalhes aqui e ali, assim que acordei Cassie já não estava no quarto, como antes, então ao invés de me recolher em posição fetal, como no dia anterior, eu me levantei da cama, escolhi uma roupa confortável para usar e fiz minha higiene matinal de cada dia.
Naquele dia eu me sentia muito disposta, a ideia da pausa definitivamente havia sido uma boa, apesar do acidentes que ocorreram, como eu desprezar as pessoas que eu considerava minha maior noção de família, por causa de mau humor repentino.
Eu era realmente uma imprestável.
Bufei ao pensar naquilo pela milésima vez só naquela manhã.
Em suma eu estava bem descansada, corpo e mente, e pronta para continuar com aquela viagem sem fim.
Tinha que admitir que grande parte daquela disposição se devia ao fato de eu sentir que naquele dia que eu estava realmente começando minha busca.
Era como se tudo até ali fosse apenas um preparatório para a verdadeira busca, até então tínhamos apenas pego um ônibus e caminhado, não tinha condições de se chegar na Europa através destes meios de locomoção e tudo indicava que agora íamos partir para um meio mais prático de viagem.
O meio que nos levaria rapidamente até minha mãe.
A não ser que... A não ser... Que ele estivesse mentindo todo esse tempo.
Continuaríamos naquela lenga-lenga sem fim somente se Max fosse um falsário e...Pare, isso é ridículo, pensar assim da pessoa que está lhe dando a chance de sua vida, é simplesmente inaceitável. Pensei.
Isto estava fora de cogitação havia muito. Balancei a cabeça como se o gesto pudesse arremessar os pensamentos ruins nas paredes do cômodo, ao invés de ficarem trancafiados dentro do meu cérebro fazendo uma bagunça tremenda.
Isso estava fora de cogitação porque...
Porque...Porque...Bom eu não sabia explicar o porquê, mas eu confiava naquele garoto e tinha a maior das certezas que ele dizia a verdade, mesmo não tendo argumentos para explicar minha confiança eu confiava nele.
E sim, era muito estúpido quando eu falava isso voz alta e por isso eu evitava o máximo que podia colocar isso em palavras.
Mas pensando bem eu não tinha muito com quem conversar em voz alta ultimamente, só eu mesma, o que podia ser considerado ainda mais louco, eu ficar conversando sozinha quero dizer, não o fato de não ter outra pessoa para conversar.
Então esses eram os sentimentos que invadiam meu peito naquela manhã de céu azul, a certeza estúpida de que Max era meu salvador, ressalto, sem nenhum argumento que justificasse o pensamento, juntamente com a visão de um recomeço de vida se aproximando, e dessa vez para valer, à passos largos.
Enquanto olhava distraidamente para o azul profundo dos meus olhos e pensava nessas coisas meu estômago me avisou que era hora de descer e me alimentar.
Então abri a porta e fui em um ritmo preguiçosamente lento em direção a pequena sala de jantar no andar de baixo, Max acabava de sair do quarto também, ele passou por mim em um ritmo um pouco mais rápido me oferecendo um sorriso que eu retribui.
Sendo assim quando me sentei à mesa de madeira, na qual boa parte do café já estava posto, Max já estava colado a um jornal e uma caneca de café, ao passo que a dona da pensão se ocupava na cozinha bem ao nosso lado com o resto de nossa refeição e não havia nenhum sinal da dupla dinâmica que já tinha sido um trio e do qual eu fazia parte no passado e da qual eu havia sido excluída também, não que eu não tivesse culpa, mas é que não era para tanto, quer dizer, exclusão!?, não tinha necessidade de algo tão extremo, mesmo sendo o segundo dia eu me sentia meio sem esperanças em relação aos dois, uma vez que eu não tinha ideia de como reverter a situação.
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Abandonada
Romance*Plágio é crime, faça a sua própria história afinal todo nós somos incríveis e temos capacidade para isso😚* Elizabeth é uma garota que viveu sozinha em um orfanato durante grande parte de sua vida, ela sempre teve curiosidade de saber qual é a sua...