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Caminhamos por mais alguns minutos até chegarmos a um hotel que não se parecia em nada com o hotel que eu tinha em mente para passarmos a noite.

Pela descrição de Max achei que fosse um lugar pequeno, com uma fachada bonitinha e com uma senhora bondosa para nos hospedar, mas eu estava totalmente enganada, o que via era algo totalmente diferente...era mil vezes melhor e bem mais caro também, eu tinha certeza de que nem as economias de Cassie podiam pagar pela hospedagem de nós quatro.

Max com sua historinha de "comida boa e camas limpas" me enganou direitinho, me fez acreditar que era um lugar modesto e agora tinha chegado até tão longe para ter de desistir por causa de um hotel que não podia pagar, um hotel, um maldito hotel muito caro!

Enquanto ele ia a nossa frente, nos guiando, eu parei de caminhar e junto comigo Cassie e Zack também pararam.

- O que foi?- perguntou Cassie me olhando.

Olhei para ela em seguida para o hotel e então novamente para para Cassie.

- Não é óbvio?- falei- você já olhou pra esse lugar?

Ela continuou com a expressão neutra.

-Sim, eu olhei- disse ela com o olhar perdido no chão, como se ali pudesse traçar um plano que resolvesse nosso problema atual: a falta de dinheiro para pagar aquele lugar.

Max que até então não tinha notado nossa parada, acabava de faze-lo e olhando pra trás começou a falar.

- Porque pararam?

O observei imaginando o que lhe dizer ou melhor como dizer o que era tão óbvio depois pensei em qual seria sua reação para o que ia falar naquele momento.

- Não dá- disse suspirando ao falar aquilo vi na hora uma expressão de confusão estampada em seu rosto.

- Como? O que não dá?

- Para continuarmos com você- falei.

- O que!?- disse ele incrédulo- é claro que dá, olha, se está preocupada com as minhas intenções, eu juro que são as melhores e posso até provar o que estou dizen...- falou ele em tom exasperado, tentando me convencer a continuar o seguindo.

-Eu sei, eu sei- o interrompi, na verdade, não eu não sei se suas intenções são boas, era o que eu esperava descobrir, mas agora...- já entendi que suas intenções são as melhores e blá, blá,blá- só então pude ver que ele havia percebido meu olhar fixo no hotel a nossa frente.

- Ah!- disse ele rindo.

Me convenci, essa foi a pior burrada que fiz na minha vida, esse cara está completamente louco, isso não tem a menor graça!

Fiz uma careta.

- Qual é a graça?- disse cruzando os braços.

- Não, nenhuma, esqueça- disse ele parando de rir,mas mantendo um sorriso- quanto a sua preocupação, está tudo certo, não vai precisar pagar por nada- falou apontando para o hotel- nem os seus amigos, ordens da sua mãe.

-Ainda não sabemos se ela é minha mãe- murmurei e virei um pouco a cabeça.

- Em todo caso...vou pagar a estadia de vocês- falou com um leve sorriso no rosto.

Estava começando a ceder um pouco, a acreditar nas boas intenções que ele tanto dizia ter. Mas não, não podia baixar a guarda e confiar cegamente naquele menino que eu conhecia tão pouco. Ainda.

- Vamos- falou me despertando dos meus pensamentos e sustentando o sorriso.

- Mas..

- Sem mas- falou me interrompendo- são ordens, recebi ordens e pretendo cumpri-las.- disse já se afastando de nós em direção ao hotel, depois virou-se para nós que ainda não havíamos nos movido- vamos!- falou com um movimento do braço e depois voltou a ir em direção ao hotel.

AbandonadaOnde histórias criam vida. Descubra agora