15

148 17 1
                                    

Voltamos para a mesa e Cassie continuou com o mesmo charme de antes.

Eu tentei tirar tanto a garrafa de vinho quanto a de champanhe de perto dela novamente diversas vezes assim como sua taça mas não adiantou nada, depois da sexta vez em que ela pegou de volta eu simplesmente desisti.

Ela e Max bebiam e coversavam.
Cassie tomava o conteúdo de sua taça com pequenos goles, um a cada três ou quatro frases, então neste ritmo a garrafa se esvaziou rapidamente e o humor de Cassie melhorou muito em pouquíssimo tempo e até mesmo Max estava um pouco mais solto, mas não estava tão alterado quanto Cassie o que talvez se devesse a experiência que ele já tinha com aquele tipo de bebida.

Os dois coversavam animadamente e ela até tentou me incluir na conversa mas não teve êxito, diferentemente de Cassie minha língua não eram as palavras mas sim a observação e a música.

Portanto eu fiquei ali apenas absorvendo tudo naquele lugar.

Reparei em um casal que estava sentado em uma das mesas perto da nossa.

Os dois trocavam olhares apaixonados e sorriam como se tivessem finalmente encontrado o paraíso.

Fiquei surpresa de presenciar algo assim na vida real, achava que cenas como essas só aconteciam em filmes.

Apesar de ser bonito ver pessoas assim também era confuso.

Eu não conseguia entender como alguém poderia entregar algo tão delicado e importante como o próprio coração para outra pessoa e não sentir medo de se machucar ou pior ainda se sentir feliz por isso.

Parecia um suicídio.

Talvez o amor seja isso mesmo: um suicídio lento, feito por um masoquista sorridente. Sentimos a dor sorrindo.

-...Dança?

Acordei do meu transe temporário e olhei para Zack ao perceber que era a voz dele.

- Desculpe...o que você disse..?-perguntei para ele.

- Eu disse que...Ah droga Liza, você estragou meu convite! O plano era convida-la e você aceitar, agora vou ter que reformular todo o pedido- depois de dizer isso ele refletiu alguns instantes procurando novas palavras para refazer o pedido e eu sorri- quer saber? Vou falar as mesmas palavras de antes e que se dane a classe e a criatividade.

Ri, aquele era o meu amigo de sempre, o lugar podia não ser o mesmo, as roupas podiam não fazer o tipo dele e ser totalmente diferentes das que ele usava, mas ele ainda era o mesmo.

Os anos passaram e ele ainda era o mesmo garoto que conheci quando criança, podia estar mais alto, mais atraente e ter mais atenção das garotas mas ele nunca mudaria comigo, ele nunca deixaria de ser o meu melhor amigo.

-  A bela dama- disse ele se levantando da cadeira- me consederia esta dança?- quando já estava ao meu lado ele me estendeu sua mão, esperando.

Reparei que a música que tocava era lenta, romântica.

Vi o casal que estava observando antes se levantar entre risos e olhares apaixonados e se dirigir até a pista de dança.

Olhei para Zack novamente, apesar de ter medo de ir até a pista de dança, apesar de sentir algo pesado prensando meu estômago, Zack não tinha culpa, ele estava ali ao meu lado, com a mão estendida para mim, esperando a minha resposta, para todo mundo ver.

Ele sorria para mim e pude ver em seus olhos que ele tinha percebido o meu medo.

Ele percebeu, percebeu e está tentando me ajudar, quer me ajudar a superar, ele lembrou do baile.

AbandonadaOnde histórias criam vida. Descubra agora