Augusto Cury nos disse para amar! [Completo]

Os fracos

Não conseguia acreditar naquilo que eu estava vendo.

Seria mais uma noite normal em que eu estava me despedindo de Luana para em seguida ir pra casa com Diego, estávamos no jardim da escola quando ouvimos uma voz familiar.

Era Brenda, que aparecera atrás da gente. Seu rosto estava escondido sob as lágrimas que derramava enquanto pedia perdão. Confesso que, a principio, não acreditei.

Brenda e Carol estiveram muito sumidas nos últimos dias e, se uma delas apareceu agora, é meio que óbvio que estão aprontando alguma. Entretanto, não conseguia pensar no que poderia ser. Para Brenda aparecer chorando na nossa frente, então seria algo que precisasse desviar nossa atenção.

Olhei ao redor, procurando por Carol ou algo estranho.

Não encontrei. Algumas pessoas passavam encarando-nos, claro né, uma garota chorando na escola é sempre motivo de alvoroço. E curiosidade, vamos admitir, pois todos querem saber o motivo.

- Por favor... digam alguma coisa. - disse Brenda enquanto ainda chorava

-Por que está fazendo isso? - questionei

Não sei se fui agressiva demais, ou deixei transparecer minha raiva nas palavas, mas Luana olhou-me assustada. Logo, pediu para que eu mantivesse a calma.

- Já não lhe disse? - respondeu ela - Estou pedindo perdão, por tudo oque fiz. Principalmente á você, Luana.

- Claro que te perdoo. - Luana sorria para ela - Todos nós cometemos erros e vejo que está realmente arrependida.

Eu ainda não acreditava nas palavras dela, muito menos no que Luana estava dizendo. Não é que eu ache que raiva e rancor sejam sentimentos para se guardar de alguém, visto que fazem mais mal para o próprio que sente. Contudo Luana superou tão rápido, só com algumas palavras ditas por ela e está tudo esquecido.

Continuo procurando ao redor, tentando notar algo de estranho.

- Obrigada - Brenda sorria - E você, Alana?

Olhe-a, sem saber oque dizer. Não sei se conseguiria dizer que a perdoei, se no fundo seria mentira porquê ainda dói tudo oque ela me fez e com Luana. Pelo menos em mim, eu não consegui esquecer.

- Sei que não fui amigável com você desde que cheguei... - ela parou para pensar - Na verdade, nunca fui amigável com você. Foi exatamente o contrário. Peço desculpas, mas só agora percebi que estava errada e o quão hipócrita Carol é. Nunca foi minha amiga de verdade, apenas usava-me em seus planos sujos.

- Está tudo bem. - digo tentando convencer-me de minhas próprias palavras - A verdade é que ainda não superei, mas te prometo tentar.

Brenda sorriu para mim e nos deu um abraço, agradecendo pela chance que estávamos lhe dando.

- Por falar em Carol... - começou ela - E para provar minha lealdade a vocês, aviso-as para tomar cuidado.

- Por quê? - perguntou Luana já assustada

- Não posso dizer oque é, pois não sei, mas ela está planejando algo. Antes de eu abandoná-la disse-me que tinha um plano em mente e que será contra vocês.

~❤ ~

As aulas hoje começaram um pouco mais tarde, em razão de algumas mudanças que fizeram. Como alguns alunos ainda não voltaram - e provavelmente não vão voltar - por causa do assassinato de Renato dentro da escola, algumas salas ficaram com tão pouca gente que deixaram de existir. Resultando assim, na união dos alunos nas poucas salas que restaram.

Lembro-me que no primeiro dia de aula agradeci por Carol não ser da minha sala, porém hoje estou tendo que sofrer as contradições do destino.

Ela, justo ela, foi posta na minha turma. Agora não consigo ter mais paz. Sinto seu olhar sobre mim, debochando, rindo. Carol deve ter muita raiva, pois sei que queria Diego para ela. E eu, além de conseguir ficar com ele, fui morar junto. Sem contar a permissão que ganhei para sair da escola em dias de semana.

Quando saímos da aula conto para Luana que Carol ficou me encarando e jogando indiretas por todo esse tempo. Conversamos um pouco sobre isso, mas logo Luana vai falar com Steven. Apenas deixo-a ir, ela parece estar muito feliz com ele.

Continuo andando mais um pouco e vejo Dante mais a frente, só que ele não estava sozinho.

Como era de se esperar, Eloíse estava com ele. Olhei para os dois e concluí que não faziam um casal muito bonito, ambos com o cabelo vermelho ficava muito chamativo.

Não consigo entender, também, como alguém pode ficar com uma pessoa o tempo todo e não se cansar. Sempre que o vejo ele está com ela, só com ela. Ele não sente falta de socializar com outras pessoas?

Perdi-me em meus pensamentos e não percebi que fiquei encarando-os por demais, porém foi tempo o suficiente para Eloíse perceber. Oque eu não esperava era sua reação.

Eloíse, enquanto Dante estava ocupado demais fazendo carinho nela, simplesmente sorriu para mim. Encarou-me de volta tentando provocar-me e sorriu como se me conhecesse. Ou então, conhecesse minha história com Dante.

Saí dali o mais rápido possível, não queria que Dante me visse. Aquele idiota contou sobre nós, não que tivesse rolado algo entre nós, mas, enfim, ele disse algo. Agora aquela vadia estava tentando me provocar e a última coisa que eu vou fazer será dar-lhes o gostinho de me ver com ciúmes.

Não que eu esteja.

Chego em casa com Diego e ele diz para me arrumar, pois iremos sair.

- Nós três vamos jantar fora hoje. - diz ele colocando a mão na minha barriga -E comprar roupas novas pra mamãe, para quando ela ficar mais gordinha.