— Alana? Por que está chorando de novo? — ouvi minha mãe perguntar ao entrar na sala — Qual é o motivo idiota dessa vez?
Eu me encolhia no sofá, com a cabeça abaixada entre os joelhos e deixando a televisão conversar sozinha.
— P... por que faz isso? Por que me afasta de todos? — eu agora a encarava — Não diga que é só para meu bem, sei que não é...
— Você está certa, não é só nisso que penso.
Ela foi até o sofá ao lado e sentou-se, pude ver agora que segurava um balde de pipoca.
— Seus amigos, eles quase nunca vem aqui, não gosto deles. E acho que não gostem de mim também. — falava encarando a televisão — A Nicole é um bom exemplo disso, aliás, não vou nem um pouco com a cara da mãe dela.
— Entendo que você e a mãe dela podem não ser amigas, mas eu e a Nicole somos! — estava claro na minha voz o desespero para fazê-la entender — Se não quiser que eu vá mais na casa dela, tudo bem, a gente pode começar a marcar de se encontrar na praça.
— Nem pensar! — o balde de pipoca escorregara para o sofá — Filha minha não vai viver vagabundeando por aí. O que vão pensar, quando te verem assim, solta pela rua....
~♥~
1 mês depois.
E foi em razão dessa discussão com a minha mãe, que nas horas seguintes tenho que admitir que ficara bem feia, que estou sentada em um carro com as malas feitas ao meu lado. Aproveitando a folga do serviço meu pai viera passar uns dois dias em casa, ele é quem dirige o carro neste momento. Estamos indo para o colégio interno no município ao lado, o qual fui matriculada ás pressas. Parece que essa foi a maneira que minha mãe encontrou de se livrar de mim de vez. Digo isso porquê eu teria o direito de visitar a família nos fins de semana, mas ela deixara claro que não tenho o direito em ir em casa nos mesmos.
Nem imagino o que devem estar pensando em relação a mim, o que eu poderia ter feito para levar minha mãe a tomar uma decisão dessas? Não acho que eu seja uma aberração como filha e nem como pessoa. Não gosto de estudar, é verdade, mas sempre tirei notas suficientes para passar de ano. Nunca fugi de casa ou namorei escondido, não uso drogas e muito menos tenho uma tatuagem escondida em algum lugar do corpo - por mais que no fundo quisesse ter. Acontece que mesmo assim não sou do jeito que minha mãe esperava que eu fosse.
Não sou como ela.
Neste momento já posso ver pela janela do carro o novo colégio, onde as pessoas passam a semana inteira com a esperança de se tornarem algo na vida.
Minha nova casa.
Meu pai estacionou o carro em frente á porta principal, desci.
— Precisa de ajuda com alguma coisa? — perguntou ele, tirando meus pertences do carro — Com as malas?
— Não. — sorri — De agora em diante eu me viro.
Ele se despediu de mim com um beijo na testa e partiu. Fui deixada lá, plantada em frente á uma escadaria, sem saber ao certo o que fazer.
Arrastando minhas malas consegui passar pelas escadas e estava indo em diração á secretaria, queria saber logo qual seria meu quarto e, para meu desgosto maior, ainda teria que dividi-lo.
— Olá — falei quando estava de frente para a secretária — Sou nova aqui, queria saber qual é meu quarto e onde fica.
— Procure por Diego, o representante. Provavelmente o encontrará no grêmio. — respondeu sem desviar os olhos do computador.
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Augusto Cury nos disse para amar! [Completo]
Random[Esta história foi iniciada quando eu tinha 13 anos, então o começo pode ser bem bobo e cansativo, mas não vou edita-la, pois mostra minha evolução na escrita. Espero que gostem ♡] Sinopse: Alana é rejeitada pela mãe, seu pai fica meses fora de ca...