O médico saí do quarto para deixar-nos a sós, provavelmente pensa que Dante é o pai, mas isso pouco me importa neste momento. Eu não conseguia aceitar aquelas palavras e o silêncio que a máquina de ultrassom fez quando tocou minha barriga. Logo agora, em que eu estava começando a estabelecer um vínculo emocional com meu bebê.
Olho para Dante, este que estava paralisado. Ao perceber meu olhar a única coisa que consegue dizer é:
- Você estava... grávida? Eu sei que é uma pergunta idiota, mas... eu não sabia...
- Sim. - o pouco que consigo dizer até não conseguir mais segurar minhas lágrimas
Eu estava chorando compulsivamente, Dante me abraça e diz que vai procurar Luana e trazê-la até aqui.
Fico sozinha no quarto por alguns minutos sem conseguir pensar, minha cabeça simplesmente não funciona. Respiro fundo, tentando me acalmar. Fechei os olhos desejando que nada daquilo tivesse acontecendo, lembrando de como fora hoje de manhã no quarto com Diego, como estávamos felizes...
Minuto depois apenas Luana entra no quarto, corre até a maca e me abraça.
- Não quero ir para casa esta noite. - digo com muito esforço - Posso ficar no seu dormitório?
Luana assente com a cabeça em meu ombro, eu já me encontrava mais calma. Aproveitando-se disse, ela questionou:
- Como isso aconteceu? Se estiver bem para falar, é claro.
- Hoje na aula recebi um bilhete anônimo dizendo para eu ir até as escadas de emergência entre o terceiro e o segundo andar. - digo suspirando sabendo que estava errada por não ter a contado - Era Carol.
- E por que não me chamou para ir junto?! - Luana estava indignada
- Sinceramente... eu não sei direito. - meus olhos se perderam naquele cômodo branco - Tem acontecido tantas coisas ultimamente, eu só não queria te arrastar para mais um problema. E olha só, parece que não adiantou muito.
Luana balança a cabeça negativamente e me abraça.
- Avisarei Diego que ficará comigo na escola por um tempo, okay? - sussurra ela
Eu sorri. Confortava-me no abraço de Luana enquanto desejava que aquele sorriso fosse verdadeiro. Luana deu-me um beijo no rosto e foi em direção á porta.
- Luana... - chamei-a
Parada em frente á porta, ela olhou para trás ponderada.
- Não conte nada á Diego sobre o bebê... não por agora, tudo bem?
~ ❤ ~
O médico já me liberara, apenas receitou alguns medicamentos que eu precisaria tomar para a dor. Ele também conversou comigo a respeito de ter consultas com um psicólogo, sobre como poderia ajudar-me a superar esta perda. De qualquer forma rejeitei. Essa não é a primeira e provavelmente nem será a última.
Estou indo para o dormitório de Luana, onde ficarei por não sei quanto tempo. Alguns dias, suponho. Ela deve estar em seu clube agora, talvez seja mesmo bom que eu fique sozinha por um certo período.
- Alana?
Ouço uma voz atrás de mim, viro-me e encontro Dante.
- Está tudo bem? - pergunta ele
- Sim, tenho remédios. - respondo mostrando a caixinha em minhas mãos
- Psicologicamente?
- Espero que fique.
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Augusto Cury nos disse para amar! [Completo]
De Todo[Esta história foi iniciada quando eu tinha 13 anos, então o começo pode ser bem bobo e cansativo, mas não vou edita-la, pois mostra minha evolução na escrita. Espero que gostem ♡] Sinopse: Alana é rejeitada pela mãe, seu pai fica meses fora de ca...