Grandes sonhos

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Despeço-me de Diego. Disse-lhe que precisava de mais tempo antes de voltar a morar com ele naquela casa. Ele entendeu perfeitamente.

Voltei para o lugar onde deixei Dante observando-nos. Fiz isso mais por ele do que para minha segurança. Como eu pensava, Diego não se tornaria agressivo comigo.

- Parece que vocês dois estão bem novamente. - comenta Dante

Parei a sua frente e olhei-o nos olhos, percebi o quanto ficara triste ao nos ver abraçados e nos entendendo.

- Ainda não conversamos sobre oque aconteceu no show. - digo embaraçada

Dante assentiu e deu-me um beijo no rosto de despedida, precisava ir para seu clube.

Todos estavam em seus clubes neste horário. Depois que fui morar com Diego liberaram-me do meu, entretanto mesmo agora que voltei para a escola, não faço questão de voltar ao clube de fotografia.

Lembrei-me que Mel disse que eu poderia ir em seu dormitório a hora que quisesse para pegar seu violão e ensaiar. E seria oque eu iria fazer neste tempo livre. O meu violão havia ficado no apartamento de Diego.

O dormitório de Mel era o mesmo que o de Luana depois que mudei-me, porém agora que todos tinham seu quarto individual eu não sei para qual quarto ela teria sido transferida. Seguindo pela lógica, deveria ser um dos quartos perto do atual dormitório de Luana. Graças a Deus havia apenas um andar para a ala feminina.

Eu estava parada no início do corredor. É, não tem outro jeito. Terei que ir de porta em porta abrindo e, se não estiver trancada, procurarei por violões e lençóis dos ursinhos carinhosos.

Comecei pelo primeiro dormitório após o elevador, sei que é uma falta de respeito com a privacidade alheia, contudo não havia outro jeito. Coloquei a mão na maçaneta e a girei. Estava trancada. Admito que soltei um suspiro de alívio por não ter que passar por um momento constrangedor.

Fui para a próxima porta, esta que se encontrava no lado oposto da anterior. Girei a maçaneta e, não sei dizer se para meu desespero ou alívio, a porta abriu. Sorrateiramente, empurrei-a o suficiente para que pudesse enxergar o interior do dormitório. Lá se encontrava uma garota dormindo e, meu Deus, aquele quarto fedia álcool.

Parti em direção ao próximo dormitório. Imagino quantas coisas invulgares devem acontecer através dessas portas. Por mais que ela tente, a diretora não consegue controlar a escola.

Mais uma vez coloquei a mão na maçaneta e uma passagem foi aberta para mim, da mesma forma, espiei dentro do quarto.

Era uma garota de cabelos alaranjados, reconheci como a ruiva que dividia o dormitório com Luana e Mel. Ela estava aos beijos com um rapaz, totalmente concentrada. Tive que tossir para, enfim, notarem minha presença.

A garota levou um susto ao perceber que estavam sendo observados, o garoto mal conseguiu olhar em meus rosto.

- Não se preocupe, eu... não estou interessada no que vocês estavam fazendo. - sorri tentando ser simpática - Você é amiga de Mel, certo? Estou procurando pelo dormitório dela.

- Ah.. é. Número 37. - a ruiva se mostrou aliviada ao mesmo tempo que constrangida.

Agradeci e saí do quarto, mas não antes de dar-lhes a dica de trancar a porta em momentos como este.

Agora estava mais fácil, continuei caminhando pelo correndo procurando pela porta com o número 37 pendurado.

E lá estava. Girei a maçaneta e a porta se abriu.

Augusto Cury nos disse para amar! [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora