Eu e Dante dormimos juntos. Não quero dizer que só passamos a noite no mesmo dormitório e em camas separadas como da outra vez, mas também não estou insinuando que fizemos amor.
Dormimos abraçados, contemplando a presença um do outro. Apenas.
Abri os olhos e, depois de muito tempo, senti-me relaxada. Os braços de Dante estavam por cima de mim e ele ainda dormia. Tentei levantar sem acordá-lo, mas não tive muito muito sucesso.
Dante acordou assustado. Seus olhos abriram, ele olhou para mim e então sorriu.
- Bom dia. - Dante tentou dizer ainda sonolento.
- Bom dia. - respondi sorrindo ainda aninhada em seus braços. - Dormiu bem?
- Muito.
- Não parece, acordou assustado.
- É que, por um momento, esqueci de tudo oque aconteceu. - ele deu-me um beijo no rosto. - Mas aí lembrei. Estou bem novamente.
Sorri e beijei-o. Em seguida levantei e fui em direção ao banheiro para me arrumar, até que lembrei que meu uniforme estava no dormitório de Luana.
- Ah, droga.
- Oque aconteceu? - perguntou Dante.
- Meu uniforme está com Luana, eu não planejava dormir aqui. - falei brincalhona. - Tenho que ir me vestir lá, a gente se vê depois?
- Preferia que você se vestisse aqui. - respondeu ele sugestivo. Ao perceber meu olhar, continuou: - Claro, nos vemos depois.
Andei pelo corredor o mais silenciosa possível, oque pensariam se me vissem saindo da ala masculina a esta hora da manhã? Por sorte, todos ainda estavam acordando.
Se a maioria ainda estava acordando, Luana nem isso fizera. Quando entrei em seu dormitório encontrei-a como uma múmia em cima da cama.
Fui até o banheiro e molhei minha mãos, voltei para o quarto e, parada ao lado de sua cama, comecei a tocar seu rosto.
- QUE ISSO??! - Luana levantou assustada. - Alana! Tira essa mão gelada de mim!
Eu ri alto de sua reação. Sequei minhas mãos em minha própria roupa, estava começando a ficar com frio. Abri o ármario e peguei meu uniforme.
- Dormiu com Dante, foi? - ela ainda estava brava. - Se voltou para me dar um "bom dia" desses, era melhor ter ficado por lá.
- Bem que eu queria. - falei provocando-a. - Mas precisava das minhas roupas e um banho.
- E eu nem de banho vou precisar, você já adiantou essa parte.
Sorri simpática para ela e entrei no banheiro.
~❤~
Luana e eu saímos para o café da manhã, percebi que ela procurava por alguém. Olhei ao redor pensando em Dante, mas também não o encontrei.
O professor da primeira aula havia faltado, então Dr. Augusto adiantaria para nós.
Lembrei que Dante disse que os dois conversavam muito, Dr. Augusto era como um segundo pai. Pergunto-me como seria a família de Dante e para onde ele ia nos fins de semana.
Dr. Augusto entrou na sala e disse "bom dia", seus olhos pairaram em mim por alguns segundos antes de virar-se para a lousa:
"Sábio é o ser humano que tem coragem de ir diante o espelho da sua alma para reconhecer seus erros e fracassos e utilizá-los para plantar as mais belas sementes no terreno de sua inteligência. "
~❤~
Saí com Luana da sala para o almoço, no caminho encontramos com a diretora. Parecia estar esperando por nós a um certo tempo.
- Boa tarde. - disse ela forçando um sorriso - Luana, querida, a polícia está aqui para falar com você.
Luana encarou-me assustada, logo entraria em pânico. Pediu licença para a diretora e nos afastamos um pouco.
- Alana, eles estão aqui para falar sobre Renato. - sua voz tremia. - Será que a diretora os convenceu de que sou cúmplice dele?
- Duvido, policiais não deveria ser tão flexissíveis assim. - falei pensativa. - Há algo que você está devendo a eles?
A boca de Luana abrira para falar em desespero, mas apenas alguns segundos para pensar a fizeram relembrar. Seus olhos desviaram para a parede até que concluiu:
- O depósito de drogas. Eu segui Renato até lá naquela noite, sei onde é. Eles querem que os diga.
- Então, é simples! - sorri aliviada. - É só dizer o endereço.
- Devo mesmo fazer isso? - os olhos de Luana voltaram-se para mim. - Digo, será que algum maluco não virá atrás de mim em vigança por eu ter os dedurado?
- Lembra qual foi a frase do Dr. Augusto hoje? - abracei-a. - Você precisa ter coragem. Coragem para utilizar seus erros do passado para plantar sementes boas, fazer algo bom.
- Fica esperando por mim do lado de fora? - Luana me abraçara de volta.
- Sempre.
Antes de passar pela porta da diretoria Luana hesitou, vi que estava nervosa. Olhou para mim e eu então sussurrei:
"Coragem".
Alguns minutos haviam se passado. Meia hora, talvez, até que Luana enfim saiu da sala.
Como prometido fiquei esperando por ela, que saiu daquela sala exatamente o oposto de como havia entrado. Calma e sorrindo.
- Você estava certa, Alana! - havia um grande sorriso estampado em seu rosto. - O delegado me disse que eu estava fazendo um grande favor á todos que estavam á minha volta.
- Claro! Você está ajudando na seguran... - não terminei a frase ao ver quem estava se aproximando.
Seguindo meus olhos, Luana olhou para trás.
- Você fez algo muito bonito, Luana. - falou Steven.
- Ah... eu sei, obrigada.
Luana abriu seu sorriso novamente mais fácil do que eu pensava, perguntei-me se realmente já havia superado.
- E eu também quero fazer algo assim. - Steven segurou as mãos de Luana. - Desculpa? Por tudo oque fiz... me da uma segunda chance?
Percebi Luana abalada com a proposta, por um momento seus olhos se arregalaram e sua boca se abriu em um "O". Encarou as mãos de Steven, agora era ela quem segurava-as. Depois de um longo suspirou, soltou-as e disse:
- Steven, nesse tempo em que estivemos separado percebi uma coisa. Você não é realmente oque eu queria.
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Augusto Cury nos disse para amar! [Completo]
Acak[Esta história foi iniciada quando eu tinha 13 anos, então o começo pode ser bem bobo e cansativo, mas não vou edita-la, pois mostra minha evolução na escrita. Espero que gostem ♡] Sinopse: Alana é rejeitada pela mãe, seu pai fica meses fora de ca...