Cloe
Sem revisão- Agora venha - Ana me levantou e foi me levando para fora do quarto
Tudo era muito comum pra mim, os quadros, os corredores. Durante todo esse tempo que fui tirada daquela velha fábrica, eu não tinha imaginado que viria para cá, no quesito que contava eu, nunca iria voltar a pisar aqui, mas para minha surpresa, eu estava na minha casa, estava de volta ao meu apartamento, e isso me deixou risonha
- Tá mas antes de tudo, cadê meu pai? - perguntei parando perto da porta
- Ele tá no meu quarto, vou te levar lá - Ana disse
- E David, aonde está? - a tanto tempo que não via ele, e estava morrendo de saudade
- Ele virá daqui a pouco com Lucas - e ela voltou a me puxar
O quarto parecia não chegar, e o corredor parecia não ter fim. Estava aflita em relação ao meu pai, não sabia ao certo como ele estava, então apressei meus passos para chegar logo
- Ele também tomou o sonífero, mas ao contrário de você, ele tomou apenas um - ela disse olhando para ele
Papai estava deitado, aparentemente dormindo, seu semblante era calmo e com isso voltei a me acalmar também. Me sentei ao lado dele e fiquei olhando-o por algum tempo
- E porque ele ainda não acordou? - olhei para Ana rapidamente e tornei a olhar meu pai
- Ele acordou ontem de manhã, agente lanchou, almoçou, jantou, depois ele acordou hoje de novo, conversamos bastante - ela fez uma pequena pausa e respirou fundo - ele tava preocupado com você, sobre o jeito que você ficou, você não disse nada, só ficava olhando para janela - nossos olhos se encontraram, e pude ver a angústia de meu pai nos olhos dela
- Eu sei, eu só não sabia como reagir aquilo tudo, eu não tinha forças pra fugir, gritar, questionar ou até mesmo falar alguma coisa simples. Já aconteceu muita coisa comigo, e nesse período eu fui o mais forte que pude, e nesse momento que mais precisei demonstrar esperança, ela tinha esgotado - e então tornei a olhar para meu pai
Dei um beijo na sua testa e sai do quarto e Ana estava logo afrente. Fechei a porta com cuidado e me virei para ir até a cozinha, desci as escadas com dificuldades e Ana já estava na bancada, imagino eu preparando alguma coisa
Segundos depois de mim descer o último degrau a porta se abriu, e então Lucas entrou primeiro, e depois meu amor. Ele ficou parado na porta me olhando, como se tivesse duvidando se aquilo era realmente real. Eu não consegui ficar só olhando, a saudade era tanta que até doía. Não sei como consegui ficar sem ele, sem seu abraço acolhedor, não sei como consegui ficar tanto tempo longe de uma das pessoas mais importantes pra mim
- Não vai vir me dar as boas vinda Sr. David? - perguntei com um sorriso no rosto e o coração acelerado
Ele imediatamente veio e me abraçou tão forte. Eu tinha me esquecido como era bom isso, e como eu precisava desse abraço, e pude tornar a sentir seu perfume. Eu estava tão feliz ao vê-lo que não conseguia esconder isso. Ele se afastou um pouco, levantou meu rosto e ficou me olhando por alguns segundos. Não sabia ao certo o que se passava na cabeça dele, pelo seu semblante, era uma espécie de dúvida seguida de raiva, e por fim ele sorrio, aquele sorriso que tanto amo, e falou bem baixinho
- Eu senti muito a sua falta - e com isso ele me beijou
Eu não estava tão preparada para isso, mas ao senti sua boca contra a minha meu corpo relaxou, era como se fosse um calmante para mim, e só funcionava se ele aplicasse, e pude sentir o gosto do seu beijo outra vez, de certa forma uma chama de esperança voltou a acender. E sim, eu estava completamente apaixonada por David!
Quando cessamos o beijo, ouvimos palmas que certamente eram de Ana e Lucas, olhei para eles e eles estavam abraçados e sorrindo, olhando para nós, David por sua vez estava com o rosto no meu pescoço, coisa que eu achava bem desconfortável, porque eu sou minúscula perto dele
- Que lindo essa sena, acho que vou chorar - por incrível que pareça, não era Ana dizendo isso, e sim Lucas
- Não chora amor, eu to aqui, me dá um beijo - Ana disse
-Acho que os papeis foram invertidos - David falou perto do meu ouvido, e como sempre, me veio um grande arrepio em todo corpo, não consegui disfarçar e então ele percebeu e sorrio
Depois de terem se beijado, Lucas olhou para Ana de um jeito tão carinhoso e disse
- Eu te amo minha morena - de certa forma ele disse baixo, mas acho que apenas eu e Ana ouviu
Depois de já ter jantado, nós ficamos conversando por um longo tempo, rimos alto, gritamos, e eu sinceramente não sei como meu pai ainda não tinha acordado. Depois de vermos um filme, e conversado por horas Ana e Lucas foram embora, deixando a bagunça para nós arrumarmos. Sorrir por eles serem espertos suficiente para irem embora antes da faxina, mas fiquei feliz por estar de volta
- Se quiser eu limpo aqui, pode ir descansar - David disse me abraçando por traz e me fazendo arrepiar novamente
- E perder a chance de ficar perto de você? Não mesmo, já fiquei muito tempo longe - me virei para olhá-lo e ele sorriu
- Só Deus sabe a falta que você me fez - e então nos beijamos outra vez
Em meio às beijos, abraços, brincadeiras e risadas conseguimos arrumar tudo, a cozinha voltou a ficar limpa. E então terminei de limpar a bancada e quando fui colocar o pano no lugar David me aparece com aquele olhar que vai aprontar
- Sério? - perguntei risonha
- O que? - ele parou confuso
- Não estou em condições de correr agora - disse me encostando na bancada
- E quem disse que você precisa correr? - aquele sorriso malicioso veio e não pude evitar de sorri também
Ele levantou minha cabeça e me beijou, depois beijou outra vez, e outra, e outra. As coisas estavam ficando tentador, e o beijo já não era calmo, estava cheio de desejo, saudade e tantas outras coisas, que resolvi não tentar decifrar, só viver. Ele me levantou rapidamente e me sentou na bancada, e fiquei da sua altura. Minhas mãos teve vida própria e comecei a tirar sua camisa, coisa que ele ajudou e logo a minha também foi tirada, ele se encaixou tão bem ao meu corpo que entrelacei minhas pernas no seu quadril, e o abracei enquanto ele mordiscava meu pescoço. E como se ele adivinhasse meus pensamentos, ele me tirou da bancada com cuidado e me levou para o quarto e fechou a porta
E gente, eu to de volta!
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ACONTECEU POR ACASO ( Concluído )
RomanceEla não vive de meios termos, meia saudade ou meio amor. Ela gosta de transbordar. Cloe foi magoada no seu passado e de certa forma fechou seus sentimentos para o mundo Amizade? Para ela isso não existe Se apaixonar novamente? Isso está fora de cog...