Capitulo 120

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Cloe
Sem revisão


Eu realmente estava triste. Ao receber a notícia de que eu acabava de perder um bebê, minha realidade caiu. Definitivamente nunca imaginei estar grávida, de certa forma, já tinha dado alguns sintomas, mas que pra mim, é um hábito meu. Nem um vínculo emocionalmente foi formado com a criança, mas, eu estou sentindo a perda de algo, de certa forma eu não consigo associar que é ela. Uma menina!

Só quando acordei, que me dei conta de que já estava no hospital, e já tinha até tirado o feto de mim. Parecia ter um buraco no meu estômago, e eu precisava enche-lo

- Pede para ela me trazer comida, qualquer coisa - supliquei para Cláudio, que era meu médico no momento

- Certo - ele sorriu e saiu da sala

Ana levou vários tipos de quitandas e não esperei nem um segundo mais, para as devora-las

5 horas depois

Já havia passado muito tempo desde a última visita de Cláudio ao meu quarto, e Ana por outro lado, não arredava o pé dali, ficou comigo o tempo todo. Ela estava ao meu lado quase deitada na cadeira que ela apareceu mais cedo, dizendo que pegou emprestado de alguém, mas não contestei, apenas sorrir e agradeci mentalmente por tê-la comigo. Não lembro a hora exata que saímos da casa de Nina, mas era cerca de duas da manhã, e desde lá ela não dormiu, ficou conversando comigo o tempo todo, sobre todos os assuntos possíveis, e começamos a imaginar como seria nossas vidas caso tivéssemos o bebê, mas logo paramos, para não criar expectativa. Ela me aconselhou, com os mais doidos fatos e sorri da maioria deles, pois sabia que ela só estava falando aquilo para me distrair. As horas passaram rapidamente, e logo depois que Ana acordou ela quase bateu no medico para nos dar alta. Como ela conseguiu eu não sei, mas ela veio toda feliz batendo a porta do quarto e gritando

- VAMOS EMBORA DESSE BURACO - seu tom era divertido de mais para não rir

E até a enfermeira que me auxiliava com os aparelhos gargalhou também. E em poucos minutos já estávamos no carro, ela assinou os papéis e a recepcionista nos deu outros, que supostamente era a conta. Foi muito rápido minha cirurgia e minha alta, sei que se fosse deixar por mim eu ficaria até o médico determinar, mas com Ana as coisas saem diferente

- Segura isso - ela me entregou os papéis e comecei a analisar

- QUE? CINCO MIL E NOVECENTOS? - gritei

- Ué, esse tá sendo o preço da vida - ela manobrou o carro e saiu do estacionamento

- Hoje em dia está mais barato morrer - disse isso e me virei para olhar pela janela, pois sabia que Ana estava me fuzilando por dizer isso

Chegamos na esquina da casa de Nina e Ana parou. No caminho conversamos sobre coisas supérfluas, mas não o que realmente deveríamos

- Quando vai contar a ele? - ela desligou e carro e olhou para mim

- Já disse, quando acertar as minhas ideias - evitei se olhá-la

- Eu quero data exata - respirei fundo e ela ouviu - e olha pra mim Branca - olhei

- Quando voltarmos para casa - disse sem querer me programar mentalmente para isso

ACONTECEU POR ACASO ( Concluído )Onde histórias criam vida. Descubra agora