Capitulo 58

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Cloe
Sem revisão

O almoço foi divertido, Eduardo me levou á um parque, desta vez a conversa fluiu naturalmente, ele foi gentil, engraçado, muito diferente da última vez

Então até mais, e espero que você se divirta no seu compromisso, até mais pequena - Eduardo diz e dá um beijo na minha mão

Obrigado pelo passeio foi ótimo, até mais- digo com um sorriso tímido e ele entra no carro e vai embora

Pensei que ele fosse aqueles caras grotescos, rudes, e super chatos, foi ótimo. Olho em volta do prédio, o céu está com algumas nuvens no céu, e o sol parece estar escondido, o vento bate no meu rosto me dando uma sensação maravilhosa, meus cabelos se agitam e vejo um rajado no céu, logo logo vai chover, e vou em direção ao meu apartamento

Alguém ligou para você - Ana diz lixando as unhas

Há é? Quem? Anotou recado? - pergunto colocando a bolsa em cima da mesinha de centro da sala

Xavier, disse que era teu pai - Ana fala

Oque? Meu pai? - pergunto sentindo a garganta seca

Foi o que disse, que é para você esperar a ligação, e ele disse que se você não atender na próxima, as coisas vão piorar - ela fala aparentemente com medo

Como assim meu pai? Não pode ser, meu pai morreu quando eu tinha 11 anos... Como? Isso deve ser um trote, uma brincadeira de mal gosto...

Cloe, Cloe... - Ana está perto de mim estalando os dedos no meu rosto - tá tudo bem? Você tá pálida - ela diz preocupado

Tá tudo bem sim - digo e me levanto e vou para o meu quarto tomo um banho longo, para ver se minha mente descansa um pouco, lavo os meus cabelos, escovo meus dentes, me enrolo em uma toalha e pego a primeira camisa que vejo, coloco um short de malha por baixo da blusa e desço

Pelo menos sua cara está melhor, eu achei que você iria desmaiar... Eu vou ter que sair, vou ver minha mãe, ela vai fazer quimioterapia hoje - Ana diz com um sorriso fraco

Tudo bem vai lá, se cuida morena - digo e abraço ela, sinto umas gotas pingarem em meu ombro, afasto o rosto dela para olhá-la - Ei, não chora, você tem que ser forte, por ela e por você, você vai conseguir, ela vai sair dessa você vai ver - digo e dou um beijo na bochecha dela e ela sorrir

Obrigado branca, eu não sei o que seria de mim sem você... Agora deixa eu ir, essa cena está ficando muito melosa - ela diz e me dá outro beijo na bochecha e sai

Me sento no sofá, e fico olhando para a TV desligada. Só de pensar na ipotese de alguém estar brincando com isso, dizer que meu pai está vivo, eu sei que ele não está, ele morreu há 8 anos, e sem perceber começo a chorar, me encolho sofá e fico nessa posição por um bom tempo

Meu corpo já começa a reclamar de dor, limpo os meus olhos que aparentemente estão inchados e vermelhos... Derrepente o telefone toca

Fico sem reação, meu corpo começa a tremer, e minhas mãos transpiram como nunca, sinto falta de ar invadir meus pulmões, tenho vontade de sair correndo para longe, de nunca atender esse telefonema...

" se você não atender da próxima vez as coisas vão piorar " meus pensamentos me alerta

Pego o telefone com as mãos trêmulas, sem forças até para sentir o peso dele e com cautela levo-o até meu ouvido

Cloe - diz uma voz grave e seca de homem

Sim - digo tentando parecer o mais natural possível

Então você é a famosa filha do Xavier Lancaster... Seu velho lhe mandou lembranças, não é papai!? - ouço um som de correntes se mexendo e alguém gemendo de dor, e a voz que fala ao telefone da uma gargalhada que me arrepio todo - seu paizinho quer conversar com a filhinha querida... Não é papai... - e ouço alguém dando um soco, e que em sinal ouço um gemido que meu coração se despedaça - fala desgraçado... - e o homem que fala comigo no telefone da um soco novamente, e ouço um grito fraco e sem vida - oi filha... - ouço

Ao ouvir essa voz, me coração dispara, e ao mesmo tempo se aperta, uma mistura de sentimentos percorre sobre mim, saudade, tristeza, raiva, indignação, dúvidas, fraqueza... Meu corpo declina um pouco, sinto minhas pernas falharem, e o peso do telefone que antes pesava mais do que o normal agora está quase impossível de sustentar ele com a mão

"Meu pai está vivo" minha mente grita

Pai, pai, eu te amo, pai - digo sentindo as lágrimas descerem meu rosto como nunca

Seu paizinho está tão ocupado agora, para falar com a folhinha dele - a voz sombria diz e dá uma gargalhada

O que você quer? - pergunto seca

No tempo certo você vai descobrir, e quando isso acontecer espero que você tenha o que eu quero, que terá seu paizinho vivo - a voz fala, mais grave do que nunca e a ligação encerra

ACONTECEU POR ACASO ( Concluído )Onde histórias criam vida. Descubra agora