Capitulo 94

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Cloe
Sem revisão

Cada andar que o elevador subia era um ritmo diferente que meu coração tomava, uma onda de sentimentos transbordava do meu peito. Minhas mãos estava trêmulas e gélidas, e procurava escondê-las. David estava do meu lado e sua respiração pesada tornava o momento mais tenso para mim, aqueles segundos se transformaram horas, e o silêncio me incomodava de uma forma surreal

A porta se abriu e minhas pernas abraçaram ceder, mas a mantive o mais firme que pude, caminhei até a porta e a abrir, fiz menção para ele entrar, e assim o fez, David entrou em silêncio, andou até o meio da sala e virou para me olhar.

Eu precisava me acalmar e meus pensamentos estava apenas piorando a situação

- Vou apenas apagar a luz do meu quarto e já volto! - a primeira coisa que veio na minha cabeça ganhou vida

" que merda foi essa de luz do quarto? " 

- Tá! - disse ele se sentando e passando as mãos nas pernas

Subi apressadamente e me sentei na cama. Minha respiração parecia pesar toneladas, e a cada inspiração meus pulmões sentiam isso

" O que eu vou falar? Como vou explicar o motivo da minha ida? Eu não faço a mínima ideia de como fazer isso! "

Percebi que estava andando em círculos por um longo tempo, e então parei, cedo ou tarde eu teria que ter esta conversa, então que seja agora! Tomei coragem e desci as escadas, mas a cada degrau a menos minha convicção diminuía, e no último aquela sensação de certeza desaparecera

- Você quer alguma coisa, suco, água talvez? - meu tom era seco, mas firme

Ao ouvir minha voz ele virou para me olhar, senti seus olhos percorrer por todo meu corpo, e aquela velha sensação de arrepios me veio, olhei-o e por fim ele fez menção de responder

- Se não for incomodar quero uma água!

Fui até a cozinha e apanhei um copo, e coloquei água e alguns cubos de gelo, caminhei até ele e ele pegou o copo, nossos dedos se roçaram, David ficou me encarando por algum tempo, aqueles olhos verdeados era como um ímã ou algo impinotizante, seus olhos me atraía de uma forma que nem eu conseguia controlar. Por fim me afastei e me sentei no sofá a sua frente, com uma distância segura entre nós dois

- Tá, tudo bem, agora será que dá para agente conversar? Eu estou ficando agoniado - David disse ao beber um gole da água

- Certo, o que você tem a me perguntar? - olhei para ele meio que sem reação

- Primeiramente, por que você foi embora sem me avisar? - sua fala foi pausadamente, trazendo uma certa pressão que eu não queria ali

- Por que era preciso - meu to foi seco e ele fechou o senho

À expressão de David é difícil de decifrar, talvez uma dívida com raiva, ou uma pontada de tristeza clareza seu olhar. Durante minha partida eu não pensei em hipótese nem uma sobre qual resposta daria para ele, ou até mesmo como esclarecer algo tão embaraçoso. Pensei que iria ser fácil, simplesmente olharia nos olhos dele e falaria o que eu estivesse pensando, mas não, não funcionou assim!

- Como era preciso? Você está dizendo isso por causa do que aconteceu com agente naquela noite? - um pequeno silêncio deixou a pergunta no ar

- Esquece o que aconteceu naquela noite, esquece! - as lembranças vieram à tona, trazendo consigo o ódio que antes me tomava

Me levantei do sofá e dei alguns passos na direção oposta dele, minhas lágrimas queriam cair a todo custo e não mostraria isso a ele, permaneci de costas e o silêncio outra vez tomou conta do espaço

As palavras de David ecoavam na minha mente " eu sinto muito ", como se aquilo fosse o maior erro da vida dele, como se aquilo não fosse o certo ao acontecer. Minha cabeça começou a trabalhar, pensar e rever aquela sena e praticamente sentir cada letra daquela frase " Eu sinto muito "

- Mesmo que eu queira, eu não vou conseguir esquecer - os braços de David estava em torno de mim, ele me virou lentamente, relutei mas acabei cedendo

Aqueles olhos verdeados me olhavam em uma profundidade irreconhecível, e de certa forma aquilo me trazia paz. Sua mão pousou sobre meu rosto trazendo seu polegar nas minhas bochechas, e com os olhos ainda fitos nos meus ele sorriu e disse

- Por mais que eu quisesse esquecer eu não conseguiria, aquela noite marcou e foi a melhor coisa que me aconteceu - ainda com um doce sorriso no rosto ele tirou uma mecha do meu rosto e meu coração bateu mais forte

Sua respiração já se encontrar com a minha, entrando em contato com minha pele e fazendo pequenas ondas de arrepios. Eu sabia o que estava prestes a acontecer mais o meu desejo de ter sua pele na minha me fazia desistir de qualquer coisa que não fosse me aproximar mais. Seu rosto se inclinava ao meu e podia sentir o cheiro da sua locão penetrar minhas narinas, tentei me afastar mais já era tarde, os lábios de David se uniram ao meu, fazendo aquela velha onda de arrepios me invadir, e com esse toque me entreguei aquele momento, mesmo que seja pela última vez!

ACONTECEU POR ACASO ( Concluído )Onde histórias criam vida. Descubra agora