Capitulo 91

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Cloe


- Ana! - esperei por uma resposta mas nada veio - Ana!

Desde que contei o acontecido ela ficou estática, se ela ficou surpresa com o que contei não demostrou, seu rosto estava opaco, e seus olhos se perdiam no nada como se ela estivesse em transe. Em momento algum ela interveio muito menos me atrapalhou, era como se sua atenção estivesse totalmente ligada à mim e em nem um momento se quer ela desviou-a

- Da pra você falar alguma coisa? - disse agoniada

- Não sei ao certo o que falar, ele pode estar apenas confuso ou... - ela respirou fundo - ele só fez o que todo homem faria - a testa de Ana esta franzida e seus olhos transmite uma junção de tristeza e desespero

Contei a ela sobre o que Nina disse, sobre como a família dele é agradável, mencionei até Sophie, mas por mais que eu tentasse esquecer o que meu coração gritava, eu não conseguia calá-lo, e a cada minuto meu peito apertava mais, me dando um desconforto e uma certa tensão sobre o futuro

Ana saiu com Lucas, ela me chama-ra mas recusei. Liguei as torneiras da banheira e esperei enchê-la, me despi e entrei. Aquela água morna tirou uma certa parte da tensão, vesti uma blusa preta larga, sequei meus cabelos e sem ter o que fazer fui até a sacada, me sentei e comecei apreciar aquele cenário

O céu está negro e ao longe vejo uma pequena bola branca e brilhante que chamamos de lua vagar pelo imenso espaço, grilos e cigarras cantarolam ao longe, fazendo a melodia da noite começar a tocar, o aroma das flores penetram o ar, trazendo uma brisa apaziguante, uma sensação de paz sobreveio, e as estrelas com um brilho encantador realça a beleza da noite

Ouço meu celular tocar e me levanto. Durante o tempo que voltei para cá nem me importei em olhar-lo ou ao menos me lembrei dele, vasculhei pelas bolsas e por um instante ele parou de tocar, fiquei parada na ponta da cama tentando imaginar aonde ele estaria

" na mala! " pensei

O celular voltou a tocar, abri a mala e peguei-o, olhei no visor desejando por um minuto ser David, mas é de um número desconhecido, um medo insano me invadi-o, minhas mãos começaram a tremer e suar ao mesmo tempo, e como se eu sentisse o que viria meu coração acelerou

On

- Minha princesinha! - uma voz grossa e debochado ecoou no meu ouvido e minhas pernas tremeram

- O que você quer? - minha voz saiu forte o bastante para não transmitir o medo que eu sentia

- Ah, então a princesinha do papai está autoritária? - ele se calou por um minuto e como não ouve resposta voltou a bradar - Se você quer ver se pai vivo venha na indústria Handasge depois de amanhã, traga o presentinho que o teu pai lhe deu.... Não house dizer a ninguém onde vai e venha só - o fim da chamada fez com que a pouca força que me restava me depositasse na cama

Off

Eu não conseguia sentir meu corpo, nada respondia ao meu comando e parecia ser em vão tenta fazê-lo me obedecer. Minha pele suava frio e uma súbita vontade de desaparecer do mundo me tomou.

A saudade do meu pai apertou meu peito, saudade de ouvir a sua voz, seu sorriso, do seu jeito único de me chamar de princesa e principalmente de seu abraço. Meu desejo é de contar tudo à minha mãe, mas o medo de trazer perigo para a vida dela me deixou confusa sobre tal questão, eu sei do perigo que estou correndo, mas pelo menos é só a mim que isto irá acontecer, não quero prejudicar minha família muito menos quem eu amo, preciso fazer isso sozinha e não vou colocar mais ninguém nisso, mesmo que isso custe a minha vida

ACONTECEU POR ACASO ( Concluído )Onde histórias criam vida. Descubra agora