Capitulo 88

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Cloe
Sem revisão


- Tem como você ir me buscar no aeroporto amanhã? - digo sem ao menos dizer alô

- Cloe? Tá tudo bem? - a voz de Ana é sonolenta

- Está tudo ótimo! Você pode me buscar ou não?

- Claro que posso... Shiss! - ouço a voz de Lucas e começo a imaginar  coisas

- Oi Lucas - meu tom é mais descontraído

- Oi Cloe, vocês vão vim mais cedo? - A voz dele fica mais clara

- Não exatamente, eu vou amanhã, agora o David acho que vai na data prevista

- Mas suas passagens é só para depois de amanhã - ele diz

- Eu sei, vou comprar outra hoje! Ana eu quero saber o que aconteceu aí na minha ausência - um sorriso turvo se forma no meu rosto

- Tá tá! Eu vou desligar se não você vai começar falar coisas que vou morrer de vergonha, tchau doida, te amo - uma voz suave pousa no meu ouvido, e naquele momento me segurei para não chorar

- Também amo você Ana, até amanhã! - digo e encerro a ligação

- Aonde você deseja ir moça? - o taxista diz em um tom amigável

- Só um minuto

Saio do carro e vou até um cômodo abandonado da casa. Coloquei minhas malas lá, e quando eu fosse trazer Sophie pegarias as malas e iria embora, e assim fiz. Com uma determinação incrível peguei minha imensa mala e levei até o carro. O lugar estava escuro e com a lanterna do celular conseguir clarear o cominho, os grilos cantavam ao longe e uma brisa amava sobre as árvores ao redor, o céu cercado de estrelas trazia um brilho forte e aquela noite tinha uma coisa doce e leve

- Me leve até o hotel mais próximo do aeroporto por favor - meu tom era firme e decidido

A viagem foi longa, cerca de uma hora e vinte, a casa de Nina era afastada e a cidade de certa forma parecia fugir daquele lugar. Com a janela aberta fiquei observando os carros cenários que passavam por ela, o vento que adentrava era forte e sacudia freneticamente meus cabelos. As lembranças foram voltando, o primeiro dia que conheci David, o momento exato do primeiro beijo, aquele sorriso que outrora eu odiava e agora amava-o por completo, um aperto sobreveio no meu peito, trazendo consigo vários sentimentos e principalmente o sentimento de perda

- Chegamos - a voz rouca me tira dos meus pensamentos

Olho em volt e vejo um hotel enorme, quatro colunas sustentam a entrada, a cor varia de creme e vermelho, e entre azul e branco, a porta principal tem um mini jardim com flores combinando com os tons do mesmo, mesmo sendo escuro vejo pessoas transitando alegremente para lá e para cá, o lugar e de tirar o fôlego, olho mais adentro e vejo um lustre imenso sobre o teto dando uma sofisticação sem igual, as recepcionistas trajam um uniforme vermelho em um conjunto de cabelo e maquiagem impecavelmente perfeito. E tudo nesse lugar é extremamente luxuoso

- Se não estiver dentro dos seus padrões podemos ir a outro - o homem vira para me olhar, só então percebo que ele é jovem, cerca de 26 anos, ele tem os olhos castanhos e cabelos preto azulado, seu rosto fino da um convite aos seus lábios fartos e desenhados como se fosse feito à mão, e sim ele é um gato! Mas isso não importa, só quero me trancar em um quarto e chorar amargamente ( esse drama é passageiro, mas como minha mãe diz " um pouquinho de drama não faz mal a ninguém " )

- Tá tudo bem... - tento ver se ele tem um nome no crachá ou em algum outro lugar mas minha busca é em vão

- Eliot, meu nome é Eliot, e o seu é Cloe  - fico surpresa mas não demonstro

- Como sabe Eliot - digo com um tom diferente quando pronuncio o nome dele

- Sua amiga fala um pouco alto, e acabei ouvindo - ela dá um sorriso tímido que é tão fofo e sorrio junto com ele

- Entendo seu lado - meu sorriso acaba, olho para o hotel e olho para Eliot, repito isso uma três vezes e suspiro fundo. Eu não quero encarar a realidade, prefiro viver no meu mundo e me isolar a ele com minhas próprias fantasias grotescas, mas preciso, e mais um suspiro escapa, mas desta vez é de desânimo - Preciso ir, obrigada Eliot, foi um prazer conhecê-lo - tento sorrir mas acabo falhando

- Desanima não, temos que encarar a realidade e no final as coisas sempre melhora! - ele sorrir e torna a falar - O prazer foi meu, quando você for para o aeroporto me liga que venho te pegar - ele sai do carro e abre minha porta, me levanto e vou pegar minhas malas

- Ligo sim, obrigado! - viro para ir ao hotel e um funcionário do hotel me ajuda com as malas e me conduz até a recepção

O teto e largo e grande, o seu tom é dourado e as colunas perfeitamente alinhadas dão um ar de sofisticação, o piso brilhante que de certa forma ofusca os olhos, a bancada do hotel e luminosa e com um tom azul celeste com preto, o hotel é bem frequentado, e olho tudo à minha volta e me apresso até a recepção

- Boa noite senhorita! - a recepcionista me saúda com um genuíno

- Boa noite! Quais alas você tem? - a mulher faz um final educado e mexe no computador e torna a me olhar

- Temos ala 1, 5, 9 e o primeiro andar, sendo ao lado com a suíte presidencial - com o tom formal ela joga o cabelo e sorrir

- A última opção me parece agradável, ele já está disponível? - meu desanima é notável

- Está sim, senhora! - ela faz um sinal para um homem grande e moreno e ele vem a passos largos e logo chega até mim - Dirige a senhora Lancaster á suíte presidencial praimuir, obrigada - ela sorrir para o homem e volta a atenção para mim - Qualquer problema ou se precisar de ajuda pode interfonar-nos, tenha uma boa noite senhora Lancaster - com um tom doce ela volta a vasculhar o computador

" espero que ao menos isso aconteça, UMA BOA NOITE, é o que eu preciso "  com os meus pensamentos querendo tomar vida outro suspiro desanimado flui de mim como se o mudo estivesse no fim, e aquela velha dor no peito volta à tona

ACONTECEU POR ACASO ( Concluído )Onde histórias criam vida. Descubra agora