David
Saio da minha antiga casa, com destino ao meu novo apartamento.
Ligo pra meu pai e no primeiro toque ele atende
- Alô filhão! Como você tá? Já está chegando? -seu tom é super animado
Meu pai separou da minha mãe quando eu tinha 16 anos, faz pouco tempo, apenas 5 anos. Ele sempre foi um pai presente, todos os dias ligava pra saber como eu estava, conversávamos por horas.
No começo do ano ele teve que ir para Venezuela à negócios, e ficou lá uns 20 dias, e para falar a verdade, senti muito sua falta, pois não dava pra ligar de lá, ele apenas mandava mensagens, poucas pra falar a verdade, só o básico: como você está? Como está na faculdade? E de vez em quando perguntava de minha mãe. Ele diz que odeia ficar digitando, procurando as letras, prefere ligações que você dialoga melhor. Quando ele chegou ligou pra dizer que tava bem e tudo mais. Depois de um antigo desentendimento com minha mãe, liguei pra ele e contei oque aconteceu, ele escutou tudo com calma e disse que se eu quisesse morar em um apartamento de um de seus vários condomínios podia, e que no momento infelizmente só tinha um vazio, que eu não poderia escolher outros. Só se os moradores fossem embora, mas isso demoraria bastante.- Acho que daqui uns dois minutos chego - faço uma curva, já avistando a outra rua que devo virar
- Ok, estou te esperando filhão! - ele fala e logo desligo
Chegando lá vejo que o prédio continua intacto, ainda me lembro de meu pai fazer a inauguração dele, na época ele ainda estava com minha mãe. O prédio tem uma cor bege com vermelho, a portaria é toda no vidro, na frente tem um vasto jardim com pedras brancas e coqueiros.
" Meu pai tem um bom gosto " penso comigo.
- Olá David! - Allan me saúda com um sorriso no rosto
Allan deve ter seus 37 anos ainda jovem, loiro dos olhos castanhos claro, ele tem o meu tamanho, e seu sorriso é verdadeiro, Allan é bastante simpático, já vi várias moradoras se ensinando, mas nunca o vejo dando moral, sempre educado e profissional. Ele é casado e tem um filho chamado Deiv, um amor de criança.
- Iai Allan! Como vão as coisas? Quanto tempo cara - digo soltando as malas e indo abraçá-lo
- Vão bem graças à Deus, saudades de você. Vamos seu pai está te esperando lá no seu apartamento - ele me ajuda pegando duas malas e outros homens que trabalha lá pegam o resto
Subimos rápido e chegando lá vejo meu pai arrumando os móveis.
- Pai! - novamente largo as malas e vou para um abraço
- Filhão, como você cresceu - ele diz sorrindo
- Estou com o mesmo tamanho pai!
- Entre garotos e pode colocar as malas no quarto principal, e Allan chama a Teresa para guardar as roupas dele por favor - diz ele
Quando um dos homens pega as malas, uma se abre e cai tudo oque tem lá, tem meus objetos de pesquisa, meus óculos, várias coisas. Olho de relance e vejo meu pai enfurecido
- Cuidado Petterson - seu tom ainda é calmo
Meu pai nunca tratou um funcionário mal, muito menos grita com nenhum se quer, ele diz que todos são pessoas como nós e merece nosso respeito e compreensão.
- Me perdoe senhor Eduard. Me desculpe senhor David não foi minha intenção - o rapaz fala todo preocupado
- Sem problemas Petterson, não se preocupe, agente dá um jeito nisso - digo sorrindo pra ele
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ACONTECEU POR ACASO ( Concluído )
RomanceEla não vive de meios termos, meia saudade ou meio amor. Ela gosta de transbordar. Cloe foi magoada no seu passado e de certa forma fechou seus sentimentos para o mundo Amizade? Para ela isso não existe Se apaixonar novamente? Isso está fora de cog...