Os dias que se seguiram foram a minha tortura. Eu não a vejo faz dias! Dias mesmo, e estou começando a me sentir vazio e sem vontade de levantar! Minha prima Alicia Chegou há alguns dias. Logo ficamos de bem. Até mesmo Marco pareceu um lorde perto dela. Nos esforçamos para deixa-la a vontade. Ela já viu sua sala e gostou do resultado o que foi um alívio!
Estávamos indo em direção a igreja, quando as três moças já estavam de saída. Rosa e Ben logo escaparam, mas eu fiquei ao lado de Alicia, e olhando para Julieta.
Parece que o sol brilha apenas em mim! Ver seu rosto. Ainda continua tão perfeito quanto eu a vi da última vez. Tirando o fato de agora ela estar com uma ruguinha entre as sobrancelhas.
Ela está... brava?
-Senhorita Capuleto. –Digo. –Eu gostaria de lhe apresentar minha prima: esta é Alicia Montecchio!
Julieta sorri e a cumprimenta:
-É um prazer. –Ela diz sorrindo.
Conheço Julieta. Não foi prazer coisa nenhuma. Julieta está morrendo de raiva, isso sim!
-Bom, essa é minha prima, Katherine Capuleto.
Olho para cumprimentar Katherine, e os olhos dela estão arregalados, prestes a me devorar!
-Meu Deus! Como você é lindo, com todo o respeito. Sério. Já viajei meio mundo e conheci vários caras, mas nenhum se compara a você!
Fico acanhado com seus elogios.
-Ah, obrigado! –Digo.
Julieta pareceu mais furiosa.
-Bom, nós vamos indo. –Diz Alicia, segurando meu braço.
Puta merda! Julieta quase fuzilou minha prima com o olhar quando ela me abraçou! Puta merda! Sou um homem morto. Merda! Minha esposa vai me matar!
Quando entramos na igreja, Alicia logo interrompe:
-Ai, que exibidas! Meu Deus, você viu aquela maluca? Céus! Esses Capuletos são assim?
-Hum.-Penso. –Nem todos.
Alicia revira os olhos.
-Bom, pouco importa.
E segue até o altar. Olho para trás e vejo Julieta descendo os últimos degraus. Ela nem virou para me dar um último olhar. Sei que deve estar com ódio, e quer uma explicação. Tenho que pensar em um jeito de conversar com ela.
-Romeu! –O padre interrompe. –A que devo sua visita? E quem é essa moça tão bonita?
-Oi, padre. Esta é minha prima, Alicia! –Digo.
Alicia o cumprimenta logo:
-Um prazer, padre. Sua benção.
-Deus lhe abençoe. –Padre Lourenço responde.
Ele volta a olhar para mim:
-Ahn, Romeu, veio para se confessar?
-Ah, sim! –Respondo. –Podemos?
-Sim. –Ele diz. –Quando quiser!
Assinto e ele se retira. Ben chega no instante exato:
-Vai. Eu fico com a Lissi.
Eu deixo meus primos que se dirigem a até um dos bancos e começam a rezar. Vou até a sacristia.
-Rápido! –O padre diz, com a porta do alçapão já aberta.
Desço as escadas e sigo pelos túneis. Ele se apressa em uma das mesas, mostrando um livro.
-Eu encontrei esse aqui! –Ele diz. –É mais grave do que pensamos.
Um arrepio sobe pela minha espinha.
-Quão grave? –Questiono.
-Extremamente grave! –Ele pega o caderno onde está escrito a tradução. –Ouça. Romeu e Julieta receberam uma maldição. Agora sabemos. E tudo indica que foi de uma das famílias. E essa maldição só será quebrada quando a paz for restaurada. Quando o sangue dos injustiçados não tiver sido em vão. Quando a ordem retornar e aquele que interferiu voltar ao pó; ao chão. Quando o renascimento ocorrer.
-É algum tipo de charada? –Questiono.
-Em parte. –Ele responde. –Mas, pelo que entendi, não há um fim!
-Como não? –Questiono. Estou me exaltando! Noto isso.
-Não se desespere. Foi o que encontrei no momento. –Ele diz.
-Como não me exaltar? –Questiono. –Eu acabo de saber que eu e minha esposa morreremos. Não importa o que aconteça! Ela. Eu. Todas as nossas gerações morrerão!
Estão urrando. Estou com ódio! Estou com medo! Quero correr e abraça-la! Quero urgentemente esquecer isso!
-Pare! –Ele diz sério. –Não precisa querer destruir o mundo. Ainda não é nada concreto, e não entendi metade do que está escrito. Ainda há muitas coisas para saber!
Olho para ele. Estou em desespero!
Ele me abraça e eu me deixo fraquejar. Não quero mais ser forte. Não quero mais nem me mexer. Quero ficar ali. Deixando-se afogar em lágrimas.
Não. Não posso ficar ali. Tenho de ir, urgentemente até Julieta. Preciso dela. Preciso urgentemente dela. Como o dia precisa do sol, e a noite da Lua. Romeu precisa de Julieta! Sempre foi assim. e assim sempre será!
r
VOCÊ ESTÁ LENDO
Os novos Romeu e Julieta
RomanceAcerca de quinhentos anos atrás, houve a romântica história de uma moça e um rapaz. Por seu amor, ambos se entregaram a morte, e ainda reza a lenda, que foi culpa da sorte. Há quase quinhentos anos Romeu Montecchio e Julieta Capuleto, morreram por...