Romeu

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-Você está maravilhosa. –Digo e então solto um gemido.

Ela ainda é bem mais apertada do que o geral das mulheres que fiquei, mas, meu Deus, ela é perfeita. Seus seios se movimenta a medida que a movo. Ela está parecendo uma deusa! Em toda sua glória...

Ela geme baixinho...

Suas pernas estão se esforçando para não virarem gelatina e sei que chegaremos ao ápice!

Com um grunhido eu alcanço o ápice. Junto com ela, claro!

Estou ofegante, assim como ela.

Me ajeito na cama e ela pousa a cabeça no meu peito. Sua mão fica tocando minha pele, assim como passo minha mão pela sua costa.

-Diz alguma coisa! –Peço.

-O que quer que eu diga? –Ela sussurra.

-Se... –Hesito. Se gostou. –Não sei.

-Hum... –Ela murmura. –Foi como um sonho.

Abro um sorriso. Aquelas palavras devastam meu coração com alegria! Foi como um sonho!

-Foi! –Digo.

Ela se ajeita melhor no meu peito e sinto sua respiração desacelerar e ficar normal, até ela estar dormindo. Beijo seus cabelos e fecho os olhos. Estou dormindo com ela, estou a abraçando depois de ter feito amor com ela! Que isso não seja um simples sonho!

*

Os pássaros começam a cantar baixinho, e sei que não demorará para o sol nascer.

Abro os olhos lembrando o que aconteceu ontem, e rezando para que tudo não tivesse passado de mais um sonho. Olho para Julieta, ainda enroscada em mim. Nossas pernas, de alguma forma, se enroscaram enquanto dormíamos.

Começo a acariciar Julieta. Depois de tanto tempo, tê-la assim! Aqui! Tão perto de mim. Tão perfeita enquanto eu a acaricio.

Ela se mexe e eu paro de acaricia-la.

Não acorde!

-Hum... –Ela geme acordando. E então ela olha para mim e sorri. –Bom dia!

-Bom dia! –Respondo e a beijo. –Como está?

-Bem! –Ela diz. –Dói um pouco, mas estou muito bem! Nunca dormi tão bem em toda minha vida!

-Dói? –Pergunto. Sinto culpa por tê-la, de um certo modo, machucado.

Ela sorri e balança a cabeça.

-Não! –Ela diz. –Pode parar de querer se culpar ou achar pretexto para isso. Estou bem. De verdade! Não parece? –Ela pergunta franzindo o cenho.

Ah, sim! Ela está mais corada. Está irradiando uma beleza inacreditável. Não pensei que ela pudesse ficar mais linda, mas, puxa!, ela pode!

-Está linda! Mais que linda! Estonteante! –A beijo.

Ela começa a rir. Que risada gostosa para começar o dia!

Então seus olhos vagueiam até a sacada.

-Parece que já está amanhecendo. –Ela parece doer em falar isso. Ela não quer que eu vá!

-É parece. –Digo. –Acho melhor ir.

Seus olhos se voltam para mim. Estão grandes e pidões.

-Mas... Mas... você não pode ficar mais uns minutinhos? –Ela pergunta.

-Eu gostaria! –Digo. –Gostaria mesmo. Mas tenho que ir. Não podemos nos meter em problemas. Não quero te causar problemas. Principalmente agora que as coisas parecem ter se acertado pra gente.

Ela, ainda relutante, assente. Ela sabe que estou certo, mas consigo ver sua frustração estampada na cara.

-Ei, não faz isso. Senão sou capaz de passar o resto do dia na sua cama, fazendo amor com você!

Ela sorri e fica com as bochechas vermelhas.

-Não é uma má ideia! –Ela diz, mas eu lhe lanço um olhar... –Ok. –Ela diz rendida. –Pode ir. Mas não antes de um beijo...

Ela coloca a mão na minha nuca e pressiona seus lábios contra os meus. Ela nem precisava mandar, eu a beijaria de qualquer forma. Com ou contra sua vontade.

Céus, estou ficando duro novamente. Ela sente e sorri. Então se afasta.

-Então vá! –Ela diz se divertindo com a situação.

-Ah, não. Você me deixa duro e depois me manda ir embora? Isso é injusto! –Digo e volto a beija-la.

Vozes estão vindo das escadas.

-JULIETA! –Chamam-na.

Reconheço como a voz de Ama. Mesmo ela estando no nosso casamento e tudo o mais , não duvido muito de que ela fará um escândalo!

-Meu Deus! –Julieta diz. –Vá. Precisa ir. Se arrume!

Saio da cama e, como um raio, visto a calça e a camisa. Ela me ajuda e me leva até a sacada. Um beijo.

-Vá. –Ela diz.

-Estou indo. Acho que não vamos nos ver nesses dias, então me desculpe. –Digo.

-Me desculpe também. –Ela diz. –Talvez a gente dê um jeito!

Assinto e desço pela sacada e corro de volta ao muro com a falha. Monto na moto e sigo na direção da igreja do Padre Lourenço.

-Romeu! –Ele diz. –Já voltou a rotina noturna?

-Hum... Não. –Digo. –Foi só hoje! Ninguém vai nem notar!

-Hum... –Ele murmura e volta fazer o seus experimentos.

Fico o observando enquanto ele desfaz a flor. Pétala por pétala.

Ele olha para mim, e eu fico com vergonha por tê-lo observado de um maneira pouco educada.

-O que está esperando? –Ele questiona. –O jardim não se limpa sozinho, sabia?

Lógico! –Penso. –Eu voltei a minha rotina de escravidão. Ah, não é escravidão quando for pela casa do Senhor!

Os novos Romeu e JulietaOnde histórias criam vida. Descubra agora