Romeu

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Meu primo, Ben, entra no quarto e abre as cortinas grossas cor vinho, que, há até alguns segundos atrás, estavam me dando conforto na escuridão.

-Ei, Romeu! –Ben, mexeu as cobertas. Me sacudindo. –Acorde, temos de ir até a bilheteria, senão não conseguiremos os ingressos.

-Você me despertou de um sonho, ok? –Resmunguei. –Um bom sonho, aliás!

Ele me olha zombeteiro e senta da borda cama. Olho para o espaço, pro além, tentando pegar pequenas partículas soltas do sonho.

-Sonhou com Rosa, novamente? –Ben levanta uma sobrancelha.

-Sim. –Respondo satisfeito. –Ela vai me amar! Assim como eu a amo.

-Ela é uma Capuleto, Romeu. Tira essa ideia da cabeça! Ela não te ama!

Fico indignado:

-Mas estamos em paz! Nossas famílias vivem em paz.

-Fachada, meu primo. É apenas fachada. E ela não lhe ama. Tire esta maldita ideia da cabeça!

Retiro as cobertas e me levanto.

-Não importa. Há anos atrás um Montecchio se apaixonou por uma Capuleto, por que não agora?

-É, só que eles morreram, ok? Morreram! –Ele me diz furiosamente.

Rio dele e dou uma batidinha de leve em seu rosto.

-Ah, primo. A história pode se repetir, mas não da mesma forma. Quem sabe não seja a minha sorte?

Ele ainda parecia muito preocupado com este meu pensamento, mas amo Rosa Capuleto. Ela é minha Julieta.

Eu sou seu Romeu. Certo, Julieta?

Seu Romeu Montecchio!

Os novos Romeu e JulietaOnde histórias criam vida. Descubra agora