29- Glamourosa.

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A música está alta demais. A boate lotada demais. Além disso, ficamos literalmente duas horas na fila para conseguir entrar. Não estou em clima de festa e sinceramente se não fosse por Letícia não teria vindo. Se ao menos ela transferisse metade da sua animação a mim.

- Tem um camarote reservado para nós. – ela diz e me puxa escadas acima.

Pessoas se agarram umas as outras nos cantos do corredor, bebidas molham o chão e corpos suados se movimentam para lá e para cá. Olho para baixo e a pista de dança está lotada ao som de algum Dj famoso que obviamente não reconheço.

O ambiente parece muito atrativo para quem está disposto a desfrutá-lo. Em casos como o meu, ele causa claustrofobia.

Alguém me abraça forte e percebo que é Maria através dos cabelos.

- Oi, gata. – ela diz sacudindo um copo de cerveja na mão. Como sempre.

- Tudo bem? – sorriu me esforçando ao máximo para disfarçar meu tédio.

Ela se afasta deixando livre meu campo de visão e noto alguns rostos conhecidos. Entre eles, o de Marcelo.

- Toma. – Let surge na minha frente com um copo de bebida- Um drink para animar.

A proposta é bem boa. Uma vez que não vou conseguir ficar mais quatro horas nesse lugar sem nem um pouco de animação. Bebo um gole do liquido branco e o gosto é doce de um jeito que me agrada.

Ela faz sinal para que eu converse com Marcelo e vou em direção a ele. Seu olhar desvia atenção dos amigos com quem conversava e analisa minha presença.

- Tudo bem?- ele pergunta.

- Tudo sim.

O silêncio toma conta entre nós enquanto a música invade minha cabeça.

- Marcelo, eu não queria deixar nada chato entre nós. De verdade. – decido esclarecer.

- Acho que tive tempo para pensar. O melhor é esquecer. Gosto da sua amizade Mayara. – ele diz mantendo a distância entre nós.

Abro um sorriso aliviado.

- Também gosto. Bastante.

Ele sorri meio que sem graça e diz:

- É. Acho que sou um romântico perdido. Mulheres gostam do tipo do Vicente.

Engasgo com minha bebida.

- Tipo cretino?

- Ou cafajeste. Tanto faz. – ele finge analisar os pés e percebo que está triste.

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