Gabriel POV
O mausoléu não estava distante, a fêmea acorrentada que eu arrastava, assim como todos aqueles que já passaram pelas minhas mãos, não se calava.
— Você está cometendo um erro, Arcanjo. Eles vão te caçar, e queimar as suas asas no fogo do inferno. — rosnou.
— Eles, eles quem?
— Tarragh e...
— Tarragh? Aquele com garras quebradas que decapitei na noite passada? — não consegui impedir o sorriso mal-intencionado enquanto a olhava arder em raiva na minha frente.
— Você anda perdendo o jeito de fazer isso. — a voz grave não negava, era Malakai.
— A que se deve a tão gloriosa presença, Malakai? — olhei-o.
— Digamos que tenho uma coisa para você.
— É minha vez de morrer? — ergui um canto dos meus lábios.
— Ainda não. Mas tenho a certeza de que isso vai ser tão preocupante quanto a sua morte. — ele gargalhou antes de entrar para a cave.
Terminei com a fêmea, do modo convencional, e depois segui os passos de Malakai para o encontrar. Não era algo grandioso, pouca iluminação mas suficientemente aconchegante. Sentei-me no sofá empoeirado, de frente para ele, esperando que falasse. Mas só começou depois que eu aceitei o copo de bebida. Malakai tirou do bolso uma pena clara e grande, e colocou sobre a mesa de centro escura.
— Você o conhece? — o sorriso nunca abandonava o seu rosto.
Agarrei a pena. O contado fez com que uma grande descarga de energia invadisse o meu corpo, rapidamente as recordações e evidências sobre o anjo dono daquela pena domou a minha mente. Soltei a pena, arfando de leve com o alívio.
— Ezekiel. — suspirei.
— Sim, Ezekiel. — ele sentou-se por fim no sofá paralelo. — Sabe o que o matou?
Olhei-o em silêncio.
— Uma adaga celestial. — engoli as suas palavras com dificuldade.
— Quem o matou?
— Eu sou um comissal da morte, não um detetive. — a sua voz sarcástica ganhou tom.
— Quando aconteceu?
— Há uns três ou quatro dias. — murmurou enquanto brincava com o copo.
— Ele caiu? — inquiri.
— Você vai ter que perguntar para ela. — voltou a sorrir.
— Não pretendo vê-la. — contrastei.
Ele ajeitou o corpo, encarando o meu rosto.
— Eu acho que com a sorte que você tem, a minha querida mamãezinha não permitiria que o seu precioso anjinho passasse muito tempo com ela.
— Que desagradável, ela é um ótima companhia.
— Eu te trouxe aqui porque você e Ezekiel pertencem à mesma linhagem de anjos, pensei que houvesse por aí um tipo de caçador de anjos, ou melhor, que fosse tu o assassino.
— Por que eu faria isso?
— Eu não sei o que se passa na sua cabeça.
— O que eu mato, você recolhe, então você saberia se eu o tivesse matado. — suspirei— Eu tenho uma suposição.
— Fala.
— Asmodeus está com uma adaga.
— Como ele conseguiu isso?
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Crows { H.S }
TerrorAqui, fixarei a minha eterna súplica, por mais que vagueie pelo vale sombrio da morte, que padeça nas mais prolíferas agonias do submundo, livra-me do mal que pelo chamado exílio caminha. Aquele cujo o coração é quente e o olhar, assassino. A criatu...