Capítulo 24 - Um passado doloroso, part. I

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Inês estava muito chateada com Victoriano, e fez questão de deixar isso bem claro.

- Ah, sim. Agora você quer conversar?... Pensei que isso não fosse assunto meu. Não foi isso que disse?

- Eu estava nervoso. - disse Victoriano. - Não devia ter dito aquelas coisas à você, mas te ver com aquele sujeito... Aquilo me tirou do sério!

- Eu não estava com ninguém, Victoriano! Estava atentendo a uma emergência de trabalho! - disse Inês. - Você me tratou como se eu fosse sua propriedade, e se comportou como um troglodita!

- Eu sei. Eu exagerei. - disse Victoriano.

- Exagerou?! - exclamou Inês. - Pensei que seu nome fosse Victoriano Santos e não Conan, o bárbaro!

- Inês, eu posso explicar. - disse ele. - Só me dê uma chance.

Inês percebeu que aquele era o momento.

- Muito bem, Victoriano. Você quer uma chance?... Eu vou lhe dar. Mas só se for pra me dizer a verdade. - disse Inês.

- A que se refere? - ele pergunta receoso.

- Você e aquele homem, o tal de Loreto Guzman, tem um passado. Ele mesmo disse. Algo que envolve vocês dois e a sua falecida esposa...

- Como soube disso?! - ele se altera.

- Não interessa! - retruca Inês. - Eu sei e pronto. ... E então?... Vai me dizer, ou não?

- Inês, você não entende! - disse Victoriano.

- O que é que eu não entendo, Victoriano?!... Que você quer que tenhamos uma relação baseada em segredos e mentiras?! - disse Inês.

- Inês, eu te amo. Eu só quero que confie em mim. - disse ele se aproximando dela e segurando em suas mãos.

- Aí é que está, Victoriano. - disse Inês. - Eu confio em você. - ela solta as mãos e se afasta dele. - Mas você não confia em mim.

- Morenita, por favor. - disse ele.

- Victoriano, como é que eu posso ter um relacionamento com um homem que não confia em mim, diga? - disse Inês.

- Do que está falando?

- Acho que começamos com pé errado. - disse Inês com um nó na garganta. - Apressamos as coisas, e no primeiro teste de confiança, nós não passamos. Acho que precisamos nos dar um tempo. Pensar e...

- Não, não, não! - disse Victoriano se aproximando de Inês. - Eu não tenho nada que pensar!... Mi morenita, eu te amo! - ele beija as mãos de Inês. - Quero que fiquemos juntos pra sempre!

- Eu também te amo, Victoriano. - disse Inês. - Mas... Vai ser melhor. - ela se solta.

- Inês, não faça isso. - disse Victoriano.

- Tivemos um dia cheio. Estamos muito cansados. É melhor você ir embora. - disse Inês indo até a porta e abrindo-a.

Victoriano estava sem ação. Por mais que Inês estivesse zangada... Mas ele não pensou que fosse tanto.

- Inês, eu... Me perdoe. - disse ele simplemente a olhando e saindo.

Inês fecha a porta e fica com as mãos segurando a maçaneta por alguns segundos. Ela respirava fundo, olhava para o teto. Era como se estivesse sufocada. ... Mas a verdade é que ela estava segurando o choro. Ela mesma não consegue entender por que fez aquilo, se Victoriano havia ido até lá para vê-la, para pedir deaculpas, para reconhecer o quanto agiu errado. Por que mandá-lo embora?... Mas no fundo Inês sabia que aquilo precisava ser feito.
Rosa aparece.

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