Capítulo 15 - O passado bate a porta.

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Inês e Victoriano estão abraçados, suas testas juntas, seus olhos fechados tentando assimilar o que acabara de ocorrer. De repente, Inês se solta dele.

- Por que fez isso? - pergunta Inês desconcertada.

- Inês... Por favor, me desculpe.- disse Victoriano.

- Você não tinha o direito, Victoriano! Que tipo de mulher pensa que sou?! - exclamou Inês.

- Eu não tive a intenção de te ofender Inês. Me perdoe. - disse Victoriano um pouco sem graça. - Mas eu não pude resistir! Você estava tão perto que eu... Eu tive vontade de te beijar e... beijei, pronto!

- Ah, então quer dizer que você é assim, quando sente vontade de beijar uma mulher beija e pronto?! A vontade dela não conta?! - disse Inês zangada.

- Não foi isso que eu disse! E eu não fiz nada que você também não quisesse! - disse Victoriano.

- O que está insinuando?!

- Insinuando?... Nada. - disse Victoriano. - Estou afirmando! Você correspondeu ao meu beijo e quis tanto quanto eu!

- Você não passa de um presunçoso, arrogante e machista! - disse Inês.

- E você não passa de uma Doutorazinha petulante, geniosa e mal humorada! Não me admira que esteja separada! Que homem vai querer ficar casado com uma mulher assim?! - disse Victoriano.

Aquelas palavras magoaram Inês.

- Você não me conhece. Não sabe nada a meu respeito. - disse Inês com a voz um pouco embargada, como se estivesse segurando as lágrimas.

Victoriano ao perceber a reação de Inês com as suas palavras se sentiu mal.

- Eu... Eu não devia ter dito isso, Inês, sinto muito.- disse ele.

- Esqueça. - disse Inês.

Foi quando eles escutaram uma voz do lado de fora.

- Pai? É o senhor que tá aí?

- Diana, filha! - disse Victoriano.

- Graças à Deus! - disse Inês.

- A Inês tá aí também, pai? - pergunta Diana.

- Sim, querida. - disse Inês.

- O que você faz aí dentro com essa mulher, Victoriano?!

- Carlota?...Bem... É que... A Inês ficou presa e eu tentei ajudá-la, mas acabei ficando preso também. - disse Victoriano.

- Será que uma de vocês pode abrir essa porta, por favor! - disse Inês impaciente.

Ao tentar abrir, Diana percebe que a porta está trancada.

- Pai, eu vou buscar a chave reserva pra abrir, aguentem aí!

Ana, que estava vendo tudo escondida, vai correndo avisar sua irmã Catarina.

- Meleca! Meleca! Meleca! - exclamou Ana.

- O que foi, Ana? - pergunta Catarina.

- Dianita e a bruxa descobriram que o papai e a Inês estão presos na dispensa, e estão indo soltar eles!... O papai vai ficar uma fera! - disse Ana.

- Meleca! Meleca! Meleca! - disse Catarina. - Agora assim, estamos perdidas!

- Eu não sei por que ainda te escuto, Catarina! - disse Ana. - Eu sabia que esse plano não ia prestar, eu sabia!

Diana mal abre a porta e Inês passa por ela e por Carlota como um furacão.

- Inês, o que houve? - pergunta Diana preocupada.

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