Capítulo 14 - Presos part. II. Primeiro beijo.

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Era uma situação dequelas que você só vê em filmes. Duas pessoas que apesar de não quererem admitir, tinham uma atração um pelo outro, e agora estavam presos em um lugar minúsculo. O contato direto, seus corpos próximos. Inevitável.

- Não! Isso não tá acontecendo! - exclama Inês. - Eu estou presa aqui, com você!

- Se serve de consolo, eu não queria ficar preso aqui com você também! - disse Victoriano.

- Mas como é que isso foi acontecer? - pergunta Inês.

- Eu é que pergunto! - disse Victoriano. - Como você veio parar aqui, afinal?

- Ana me pediu pra pegar a boneca dela que Catarina havia escondido aqui. Eu entrei, e a porta se fechou e não abriu mais. - disse Inês.

- Catarina e Ana, não é? - disse Victoriano.


Ele se vira para a porta e começa a esbravejar.

- Alguém vai ficar de castigo por muito tempo quando eu sair daqui!

- Calma... Victoriano... São... Crianças! - disse Inês que parecia estar com falta de ar.

- O que você tem? - pergunta Victoriano.

- Nada... Só... Um pouco... de falta... De ar. - Inês respirava com dificuldade. - Não gosto... de lugares fechados.

- Você é claustrofóbica?!

- Não... Talvez só... Um pouco... É impressão minha... Ou esse lugar tá encolhendo... com a gente dentro?! - ela começa a ficar nervosa.

- Ah, meu Deus! E agora? - disse Victoriano. - Inês!... Inês, olhe pra mim. - pediu Victoriano.

Inês foca o seu olhar nos olhos de Victoriano.

- Respire fundo. - ele dizia . - Fique calma. ... Isso mesmo. ... Respire devagar.

Ela fazia como ele pedia. Enquanto falava com Inês, Victoriano segurava suas mãos. Inês não sabia mais se sua falta de ar era por sua fobia, ou por estar tão perto de Victoriano. Mas uma coisa era certa, o olhar dele lhe passava confiança.
Logo, a respiração de Inês se acalma e ela volta ao normal.

- Está melhor? - ele pergunta preocupado.

- Sim, estou. Obrigada. - responde Inês.

- Tem certeza?

- Tenho. Está tudo bem. - disee ela.

- Caramba, mulher! Não me assuste assim! - disse Victoriano.

- Desculpe. Pensei que já havia superado esse meu problema. Mas ele aparece de vez em quando. - disse Inês.

- Como é que uma pessoa não tem medo de cuidar de animais enormes como cavalos, não tem medo de montar, e tem medo de ficar trancada numa dispensa? - disse ele.

- Fazer o quê? Cada um com sua fobia, não? - disse ela. - Você tem alguma?

- Não que eu saiba. E Deus me livre de pegar esse "troço"! - disse ele.

Inês tenta disfarçar o sorriso. Mas Victoriano percebe e também sorri.

- Temos que sair daqui, não? - pergunta Inês.

- Sim, temos. - concordou Victoriano olhando em volta. - Só não sei como.

- Olha! - disse Inês apontando para uma janelinha. - Que tal por ali?

- Tá louca, Inês! Eu não passo por aquela janelinha. - disse Victoriano.

- Eu não estou falando de você, Victoriano! Falo de mim! - disse Inês. - Um de nós sai, dá a volta e abre a porta pro outro.

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