Algo Misterioso

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Hoje, Holver. 20:35.
Quarta-feira. Sete dias depois.

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Ela está com os cabelos presos, usando uma camiseta lilás. Ele com os cabelos penteados para trás como sempre faz, usando uma camisa polo azul-claro lisa.

Não paro de observá-lo comprimir o lábios. À medida em que passa as mãos nos meus cabelos, sinto que está segurando lagrimas, ou palavras. Já minha mãe, emite alguns pequenos sons, sussurros, com a cabeça baixa, massageando os braços entre si. Agora, não cataliso agonia, desespero, medo ou insegurança; estou deveras emocionado por estarem aqui, comigo, unidos por um silencio esbravejante. Claramente, se torna enfadonho, e uma preocupação repentina rui sobre mim. Estão me deixando tão curioso, que percebo uma pressão pairar. É incomum. Quero muito saber no que estão pensando, pois poderiam estar contentes.

- O que... - tenho um leve engasgo. Brevemente passa quando ela me entrega um copo com água que estava em cima de uma bandeja na estante. Noto que não estou apenas com um fio conectado em mim, monitorando as batidas do coração. Segurando o copo, sinto um incômodo ameno no braço onde absorvo o soro, mas é resistível. Sugo a coriza. Assim que ameaço falar outra vez, ela recupera o copo e começa:

- Você está bem? - questiona num tom doce e otimista, não atribuindo precisão. Seus olhos avermelhados desmascaram um antecessor choro incessante. Torna a acariciar meu tórax.

- Sim. - respondo profundamente incerto. - Pai...

- Estou aqui.

- O que está acontecendo? Podem me dizer?

Ele fecha os olhos, depois, pisca várias vezes.

Quando acabo de falar, penso nos exatos instantes de puros tormentos aliados à falta que meu irmão trazia, estando desacordado naqueles confins miseráveis enquanto o procurava.

Lágrimas se formam. É basicamente instantâneo.

- Thomas... - penso alto. - Mãe, olha pra mim.

- Viemos aqui para falar sobre ele. - parece estar em conflito consigo mesma. - Ficamos sabendo do que fez, querido.

E meu pai assente:

- Sim.

- E-ele está bem?

- Daniel, ele está aqui. Aqui neste Hospital.

Soa quase como um soco no estômago. Aperto as pálpebras com força. Sinto alguns espasmos involuntários pelo corpo.

Retorno constatando em ambas suas feições assustadas, porém contidas: Não disseram tudo.

Até o Limite por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora