Capítulo 24

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Minha cabeça começa a latejar na parte de trás. É pernóstico e incessante. Sara é o núcleo. Ela não sai da minha mente. "Isolem a área." Largo o revólver ao chão. Meu corpo está quente, beirando ebulição. Tento me concentrar em não perder a consciência, pois agora que chegaram, eu preciso falar, eles precisam ouvir. "Vou averiguar lá dentro." Olho para floresta, ela parece querer mostrar a direção que pediu para fugirmos. As copas dos Pinheiros chacoalhando meio as primeiras ventanias da manhã, se iluminando pelo nascer do sol, me incentivam, e um resquício de felicidade se torna mais evidente. Mesmo contendo o nervosismo ferrenho, meu semblante relaxa em complacência. No momento de um piscar, ouço uma parte do lago com mais afinco, são pulos? Nados? Pisadas? Me permito deter uma visualização mais próxima da janela.

Mas não dá tempo. Através do que ouço, tudo pode ter chegado ao fim. De maneira devastadora ou não. Uma voz feminina vem de fora.

- Central? Central! Detectamos um corpo imóvel de um idoso devido um tiro e uma garota desmaiada ferida. Peço reforços médicos.

Logo, sigo para a porta de entrada. Solto o ar tão rápido que tusso incontrolavelmente. Puxo a porta. A cada tossida, fico mais próximo do assoalho. Teimo na contenção de tal ato, ao mesmo tanto que vê-la é prioridade. Meus passos fazem pressão nas madeiras onde piso; posso afundar a qualquer momento. Mas conforme aproximo, mais nítidas ficam as vozes. Paro. Estou apertando os dedos das mãos, avistando a luz. O único dos primeiros raios solares que adentra pelo buraco deixado pela bala. Cof Cof. A mulher da voz que falava de Sara, fala de mim: prevê que há alguém na residência. Ela não pode me impedir. Não pode me fazer parar. Me apresso. Pelos seus passos no hall, está perto, e eu estou quase na maçaneta. Seguro nela, giro, abro repentinamente. Dou de encontro com uma policial armada.

Não foram três segundos de olhar. Abruptamente transpasso por ela, entrecortando o que iria dizer. Grito por Sara, mas não a vejo exatamente, porque tem outro policial abaixado onde ela está caída. Na tentativa de correr para lá, sou interceptado por um braço.

- Não! - olho para o lado esquerdo, e tem um alto policial segurando em meus ombros. - Não. Por favor! Eu tenho que ir!

- Estamos cuidando disso.

Inquieto, quero me desprender. Negativo tudo o que ele recomenda. Faço movimentos com a cabeça, portanto, volto o olhar para ela... Longe e indolente. Estremeço o queixo, as lágrimas ressurgem. Permito o semidesespero tomar conta de mim.

- Rapaz, não vou te deixar ir.

- Traga-o para dentro. - diz a policial atrás de mim.

- Eu não posso... - ele puxa meu braço forçando nossa entrada. Tento me desprender sem sucesso. Enfim, somente murmuro: - Não posso te deixar.


Após o ceder resistente, me adianto para permanecer próximo à mesa estreita sem cadeiras. Estou comprimindo os lábios. As pálpebras também. A escuto o corrigir por tentar me questionar sobre os disparos. Logo, se refere a mim:

- Ei. Levante a cabeça.

Faço.

- Você disse que.. Que ela está ferida. - imponho foco no fundo dos seus olhos brilhantes.

- Acalme-se.

- E tudo... Todo por causa daquele filho da...

- Já entendi. - seu tom de voz é suave e pontual. - Ela sofreu uma lesão, mas já vamos saber se está bem. - fujo o olhar. Ela, por sua vez, passa a mão pelos meus cabelos, me fazendo retornar. - Qual é o seu nome?

- Daniel.

- Ok Daniel, eu sou Amanda, e preciso saber se tem mais alguém aqui com você.

- Sim... Sim! - Jesus, Thomas! - No quarto, meu irmão, está desacordado no quarto ao final do corredor, ele precisa de médicos, hospital, qualquer ajuda nesse sentido! - minha dicção nunca soou tão minuciosa ao expressar dizeres de forma rápida.

Até o Limite por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora