Senti uma mão na minha perna apertando fixamente, mas meus olhos estavam vendados e eu não pude ver quem era. Meu corpo foi puxado de repente para cima. Estavam me carregando. Eu não estava com as algemas. Reconheci o perfume caro que Martin usou naquela festa, passei as mãos por seus ombros largos e coloquei minha cabeça em seu peitoral tensionado pelo esforço.
Ele deu um grunhido baixo e eu me aninhei ainda mais naquele corpo. Eu tinha certeza que estava sonhando. O Martin que eu conhecia não me pegaria no colo. É, eu estava sonhando. E esse sonho estava tão bom que não eu queria acordar.
Estava tão bom que fui um pouco ousada e passei minhas unhas pelo pescoço dele e ronronei baixinho.
- Segura a onda, gatinha. Nós temos um público bem observador.
Imediatamente levei minhas mãos para meus olhos e tirei o que quer que estivesse me tampando a visão. Eu não estava sonhando. A claridade do lugar me fez colocar as mãos nos olhos de novo. Calmamente fui me acostumando com a luz e tirei minha mão para poder ver melhor.
O galpão em que eu me encontrava era cinza e tinha uma luz forte e gritante saindo do teto. Eu nem conseguia olhar pra ela de tanta intensidade.
Martin me colocou no chão dentro de uma espécie de jaula. Ele saiu do lugar e me trancou lá dentro com um sistema eletrônico. Duplamente fodida.
Avistei Marian em outra "jaula" idêntica a minha e com o mesmo sistema de segurança. Eles estavam de sacanagem com minha cara, né?
- Marian! – Gritei para minha amiga que estava sentada e com os olhos fechados em um canto do cárcere. – O que vocês fizeram com ela?
Os homens que estavam a minha volta me olharam com desprezo e voltaram para o que eles estavam fazendo.
Martin me observava de longe e aqueles olhos frios estavam de volta. Cadê aquele cara de duas horas atrás rindo de mim e sendo um pouco legal?
- Nós só demos alguns sedativos, princesa. – Um deles falou – Mas nada que mate. Ainda vamos nos divertir um pouco com ela.
- Ninguém mexe com as meninas do patrão, Dollan. Você sabe disso. – Martin olhou para o tal de Dollan e deu um olhar mortal que não me assustou antes, mas agora, eu estava aterrorizada.
Meninas do patrão? Que merda ele estava falando?
Deus, esquece tudo o que eu falei sobre não entrar em desespero, eu estava em pânico agora. Definitivamente.
Marian começou a falar algumas palavras desconexas e eu voltei minha atenção para ela. Ela abriu os olhos de repente e toda aquela imensidão verde mostrava desespero.
- Marian... – Chamei baixinho.
- Ella, eu tenho que falar com você. – Ela chegou para o mais perto que ela podia da minha jaula.
- Nós temos plateia. Não se esqueça. Códigos.
Ela fez que sim e desatou a falar.
- Elas estão bem. – Aquilo acalmou boa parte do desespero e ansiedade – O tênis rosa está aqui? Um peixinho pode senti-lo e ele quer muito voltar para sua profundeza calma. Os peixinhos soltaram bolhas para mim e eu concordei. O outro peixinho tem alguma ideia de como voar. Eu sei que tem. O cardume pode passar pela rede e não sair ferido. As sereias estão nadando em águas profundas e cheia de grandes tubarões agora. Mas elas conseguiram passar.
Traduzindo: Bárbara e Jade estavam bem. O perigo estava ali dentro daquele galpão e Marian podia senti-lo, ela estava com medo de morrer. As outras meninas convenceram Marian de que duas cabeças pensam mais que uma e ela resolveu vim me ajudar. Ela confiava em mim o suficiente para ter certeza de que eu tinha um plano. Nós poderíamos sair dali sem quebrar nenhum dedo, pois as meninas nos rastrearam e conseguiram nossa localização. Elas já estavam pensando em alguma coisa.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Atrás do Perigo
عاطفيةElla está cercada. Alguém está atrás dela e de suas amigas e ela precisa correr. Ela não sabe de absolutamente nada e só o passado conturbado de um homem misterioso pode lhe dar algumas respostas. Um tiro e uma fuga. "Que merda está acontecendo?" va...