Atrás do Perigo

Dreams

Eu estava deitada na minha cama, mas por algum motivo ainda era 8 horas da noite. Eu tinha que levantar e beber uma água, pois o fogo que me consumia não deixava que eu deitasse e dormisse tranquilamente. Eu não me lembro porque vim deitar tão cedo. Talvez eu estivesse cansada, mas eu definitivamente, não parecia cansada agora.

Me levantei com cuidado da cama macia e branca, coloquei meus chinelos e fui andando em direção a cozinha. Eu não estava na minha casa ou pelo menos, uma casa que eu conhecia, pois não tive que descer as escadas para chegar até a cozinha. Escutei um barulho vindo de um quarto com a luz acesa e me detive por um segundo. Eu não sabia onde eu estava, mas a casa em que eu me encontrava tinha papeis de parede escuros e móveis também da mesma cor. Nada naquela casa era familiar, apenas um cheiro forte de perfume masculino.

Franzi as sobrancelhas e continuei andando, agora em direção ao quarto com a luz acesa. Eu parecia uma menina burra de filme de terror que qualquer barulho que ela escutava ela ia atrás. Mas a casa não parecia assombrada ou coisa parecida. Só parecia uma casa normal, na qual eu não estava acostumada. Mas aquele perfume era muito familiar. Eu já havia sentido aquele cheiro em algum lugar, em alguém. Algum namorado? Não, eu não me lembro desse tipo de perfume no passado. Na verdade, o perfume parecia bem presente nas minhas lembranças.

Cheguei perto da porta do quarto calmamente e vi um homem lá dentro. O perfume se tornou mais forte e como se um lampejo tivesse passado pela minha mente, me lembrei de Martin.

- Martin... – sussurrei e fechei os olhos. Como pude me esquecer dele? O homem que não deixava meus pensamentos nem um segundo por dia.

- Sim, gatinha. Sou eu. – A voz grave veio do outro lado do quarto e eu me assustei tanto que abri meus olhos e dei um passo para trás. Ele não estava em pé mais. Agora, ele estava sentado no sofá preto que tinha no canto direto do quarto.

Martin estava sem camisa e tinha as calças pretas baixas em seu quadril. Seus pés estavam descalços.

- O que você está fazendo aqui? – Perguntei assustada.

Ele riu e acendeu um cigarro. Todos seus movimentos pareciam me seduzir e o fogo que estava dentro de mim antes, como uma vela acesa, agora parecia uma queimada constante e que nunca acabaria.

- Eu te faço a mesma pergunta. A casa é minha. – Ele sorriu e tragou longamente seu cigarro recém aceso.

- Sua casa? – Perguntei me aproximando calmamente.

- Minha casa. – Ele se levantou e se pôs de frente para mim em um segundo. Agora eu estava sendo invadida por usa presença cheirosa e surreal na minha frente. A luz no quarto tinha se apagado e ele estava muito perto. Um abajur fraco iluminava seu rosto, mas tudo era um jogo de sombras para me fazer beijá-lo. E eu queria tanto.
Brinquei com minhas mãos e olhei para baixo por um segundo. Os olhos oceano de Martin me encararam novamente quando ele puxou meu rosto para cima. Seus lábios tocaram os meus no momento em que eu passei as mãos por seu pescoço. Eu não sabia direito quem tinha beijado quem, mas isso não importava agora. Na verdade, eu não dava a mínima. Ele me segurou pela cintura e eu entrelacei minhas pernas em sua barriga cheia de gominhos. Pude sentir seu sorriso encostado nos meus lábios, mas ele não fez nenhuma menção de se afastar. Em um momento eu estava no meio do quarto de Martin tímida e no outro eu estava sendo colocada na cama por ele. Sua língua se enrolou na minha com uma perfeição incrível e eu não queria soltá-lo, mas ele olhou para mim com seus olhos brilhando de malícia e tirou minha camiseta, deixando meu sutiã e minha calcinha expostos para que ele pudesse parar e olhar para mim com admiração.