Saímos do prédio onde Jade e Bárbara estavam e pegamos a estrada para o lugar que eu tinha falado. Demoraria umas boas 8 horas, mas chegaríamos lá vivas. O lugar que eu me referia era entre Regina e Moose Jaw no Canadá.
A única vez que eu tinha saído do país foi com meus pais da última vez que eu tinha visto eles. Antes deles morrerem. Eu não sei como vai ser a volta, mas eu espero que seja calma e sem muitas lembranças. Eu prefiro esquecer da minha última noite com eles e pensar sobre coisas melhores. A sorte é que quando eu subo na minha moto, eu posso escolher não pensar em nada.
O trajeto para fora da cidade foi tranquilo. Ninguém nos parou para nada.
O trajeto na estrada também foi tranquilo. Andamos na média de 100km/h e só paramos duas vezes. As meninas estavam quietas e cansadas e eu estava na mesma. Eu precisava dormir o quanto antes, mas eu sabia que no momento em que eu deitasse a cabeça no travesseiro eu não conseguiria. Minha cabeça ficaria rodando e eu pensaria em milhões de coisas, menos em dormir.
Estava amanhecendo quando entramos na estrada de chão que levava à antiga casa dos meus pais. Mais alguns minutos e chegaríamos. Eu não entendi como eu sabia o caminho, mas o mais importante, era que eu sabia. Os primeiros raios de sol nos prestigiaram quando entramos numa floresta densa fora da estrada. Ainda dava para o carro passar, mas ele tinha que passar por cima de alguns galhos e folhas para chegar na bendita casa.
Pensando agora, acho que a escolha da casa foi perfeita. Jade estacionou o carro na frente da casa, enquanto eu descia da moto.
- Uau! - Ela exclamou quando olhou para a casa.
- Uau - Repeti com um pouco menos de empolgação. Eu me lembrava vagamente dessa casa e sabia que era luxuosa, mas não tanto como ESSA CASA. A piscina cheia de folhas e um pouco de terra no fundo estava com a água ainda transparente. Eu não sabia se alguém vinha aqui regularmente, mas eu esperava que não. As janelas completamente de vidro mostravam o interior vasto e arejado do espaço.
Caminhei para a porta da frente e fiquei olhando para ela.
- Não vai entrar? - Bárbara perguntou parando do meu lado.
- Eu não tenho a chave. - Falei simplesmente olhando para ela. Ela me encarava com um ar de pena. E droga! Como eu queria mudar isso. Eu estava acabada. Todas nós estávamos, mas eu não dormia direito tinha dias e eu estava com olheiras.
- Na verdade, acho que temos sim. - Marian veio em nossa direção e se abaixou para pegar a chave debaixo de um vaso de flor.
- Como...
- Ela estava brilhando ali. Não foi difícil.
Ela estava certa. A chave estava quase na nossa cara. Só estávamos cansadas demais para procurar. Jade veio logo atrás. Seu cabelo loiro estava apagado e ela tinha um peso nos olhos azuis. Ela tinha revezado com Bárbara na direção. Marian era a única que parecia descansada e pronta para outra. Não sei como ela conseguia.
Ela abriu a porta e entrou levando as malas junto. Olhei para minha moto e para o carro de Jade. Até eles pareciam apagados diante de toda a natureza a nossa volta. Voltei meu olhar para dentro da casa e entrei. Tanto tempo...
- Como conseguiu essa casa? - Bah perguntou olhando para a imensidão da casa.
- Era dos meus pais. - Elas ficaram em silêncio. Eu nunca tinha falado dos meus pais tão naturalmente como agora. A única informação que elas tinham era que eles morreram e me deixaram num orfanato. Só isso. Eu nunca disse que não sentia raiva deles por isso. Eu nunca disse que sentia falta deles. Eu nunca disse a respeito deles. - Vocês podem escolher os quartos, tem muitos. Mas já vou avisando que o maior é meu.
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Atrás do Perigo
Lãng mạnElla está cercada. Alguém está atrás dela e de suas amigas e ela precisa correr. Ela não sabe de absolutamente nada e só o passado conturbado de um homem misterioso pode lhe dar algumas respostas. Um tiro e uma fuga. "Que merda está acontecendo?" va...