Talk...

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- Hmm... – Foi o primeiro som que eu emiti assim que acordei. Minha cabeça estava explodindo. Meus olhos estavam pesados e eu parecia ter levado uma surra. – Ai...

Até falar doía. Abri meus olhos calmamente, mas eles estavam tão pesados que decidi deixá-los fechados. Fui tateando o quarto onde eu estava até encontrar um interruptor.

- Ahn... – A luz me cegou mesmo estando com os olhos fechados. Apaguei a luz de novo e decidi que era melhor me localizar primeiro, mesmo no escuro. Meus olhos protestaram um pouco, mas no final eles conseguiram ficar abertos sem que doessem muito.

O edredom que eu estava usando tinha o mesmo cheiro do edredom do meu quarto antigo no complexo. Fiquei mais aliviada com essa constatação, pois eu não estava passando vergonha perto de Martin.

Minha cabeça estava me matando. Ela latejava e pedia que eu voltasse para a cama, mas eu já tinha ficado em pé no meio do quarto escuro.

Imagens borradas e confusas passavam na minha cabeça da noite anterior. Parece que em algum momento da noite, minhas três amigas se juntaram a mim na bebedeira e nós não paramos até alguém me pegar no colo e me levar para meu quarto. Martin tinha sumido em um ponto da noite, mas isso aconteceu logo depois de eu fazê-lo dançar Arabella do Arctic Monkeys comigo.

Minha cabeça doeu mais ainda só da tentativa que eu fiz de lembrar de alguma coisa da noite passada.

Saí do quarto desorientada e encontrei mais do que um abajur para clarear minha vida, eu encontrei uma luz que devia ter uma potência de mil volts, porque ela iluminava até minha alma. Fechei a porta do meu quarto de novo para fugir da luz de fora e acendi a luz do meu próprio quarto. Ela era mais fraca do que a de fora. Sentei na cama novamente e minha cabeça estava latejando ao dobro.

No criado-mudo do quarto tinha um comprimido e um copo de água. Agradeci ao Cosmos por aquele remédio ser para minha cabeça. Eu lembraria de agradecer muito bem a pessoa que o tinha colocado ali, mas por agora, eu só precisava dormir mais um pouco. Estava deitando lentamente na minha cama de novo, mas alguém bateu na minha porta.

- Hm... já vai... - Minha voz parecia ter saído de algum filme de terror. Estava rouca e falhando. Me levantei da cama e atendi a porta.

Jade estava de pé do outro lado da porta olhando para mim com seus grandes olhos azuis. Ela usava um short curto e uma camiseta branca. Ela não estava sentindo frio? Eu estava morrendo congelada. Percebi que eu estava com as mesmas roupas que ela, mas eu não me lembrava de ter me trocado ontem à noite.

- Você parece péssima! – Ela falou assim que me viu.

- Nossa, que gentileza a sua, eu nem tinha percebido. – Falei com sarcasmo. Ela fez uma careta e me puxou para fora do quarto me levando em direção a uma outra porta.

- Você precisa tomar um banho e escovar os dentes. Depois que você comer algo bem gostoso, nós vamos conversar. – Ela me enfiou em uma cabine no banheiro e me deu toalhas e produtos de higiene. – Enquanto isso, eu vou tentar acordar Bárbara, ela sim parece ter saído de um filme de terror! Mal-humorada como nunca!

- Você nem parece estar de ressaca... – Resmunguei enquanto ligava a água do chuveiro e começava a tomar um bom banho frio. Sim, frio. Ao que parecia, não tinha água quente no complexo.

- Não estou de ressaca, porque eu sei beber. Vocês parecem adolescentes...

A porta do banheiro se abriu e fechou novamente.

Tomei meu banho e estava me enrolando na toalha quando uma Bárbara muito mal-humorada entra no banheiro xingando Jade e reclamando. Ela entra na mesma cabine que eu e começa a tomar o banho dela.

Atrás do PerigoOnde histórias criam vida. Descubra agora