THE House

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- Martin, pare o carro. - Mandei pela enésima vez. Ele era cabeça dura demais e não aceitava que eu assumisse o volante. - Mas que merda! - Disse e peguei no volante.

- O que está fazendo? Ficou maluca? - Sim Martin, você está me deixando desse jeito! Ele não falou nada durante toda a viagem e o silêncio estava me enlouquecendo. Eu dormi por uma hora ou duas e quando acordei os olhos de Martin estavam vermelhos e pesando. Eu não podia deixá-lo dirigir. Ele iria causar um acidente.

Martin foi parando aos poucos no acostamento da estrada vazia e silenciosa.

- Finalmente! - Exclamei e sai do carro. Abri a porta do motorista. – Anda, sai daí! - Disse sendo grossa e o apressando.

- Nossa! Não precisa ser grossa! - Sua voz estava mais rouca que o normal e me fez arrepiar.

- Me desculpe se eu não tenho paciência para sua cabeça dura. - Disse entrando no carro e fechando a porta. Martin soltou uma gargalhada e eu apenas ignorei o que sua mente poluída pensou. - Entra no carro logo, antes que eu te deixe para trás.

- Você nem sabe como chegar lá! - Exclamou arrogante e se debruçando pela janela aberta.

- Martin não me chame de burra! Não é tão difícil chegar a Big Falls. Então traga essa sua bunda bonita para dentro desse carro.

Ele sorriu e entrou no carro. Dei partida e olhei para o lado de Martin e ele estava me encarando com seu sorriso de canto de boca.

- O que foi? - Perguntei incomodada.

- Então, quer dizer que minha bunda é bonita? - Ele sorriu ainda mais quando corei com sua pergunta.

- Porque não vai dormir? Estava quase morrendo quando estava na direção.

- Nah... te irritar é mais interessante... Por falar nisso... dormiu bem aquela noite? - É lógico que ele se referia à noite na qual ele satisfez meus apetites sexuais. Ele não deixaria passar e só estava esperando a hora certa para me perguntar sem que eu pudesse fugir. O que seria melhor que eu trancada em um carro? Revirei os olhos. É claro que eu tinha dormido bem e ele sabia disso, oras! Resolvi mentir.

- Não, fiquei revirando a noite toda não achando uma posição.

- Você preferia a posição que eu te deixei? Completamente aberta e molhada para mim? É, - Martin deu de ombros - Eu também preferia aquela posição...

Merda! Talvez se eu tivesse falado a verdade ele teria ficado quieto.

- O que? Ficou com vergonha? Quando estava gritando e gemendo meu nome e me pedindo, ou melhor, implorando para te fazer gozar, você não ficou com vergonha, não é mesmo? - Ele estava testando meus limites. Ele pagaria por isso. Estava elaborando formas de tortura-lo lentamente, mas de repente sinto uma mão na minha coxa. Olho para baixo e vejo a mão do infeliz agarrada minha perna.

Me viro para dar uma lição de moral no abusado do meu lado, mas sua cabeça está virada para o lado e seus olhos fechados. Pelo que parece, ele desistiu de tentar me entender e simplesmente foi dormir.

- Hmm... Martin... - Ele deu um resmungo como resposta. - Será que você poderia tirar sua mão daí? Não estou conseguindo passar a marcha direito.

Ele pouco se importou com meu comentário. Sua mão continuou na minha perna e seu aperto ficou mais firme. Suspirei cansada de tentar argumentar. Apenas voltei minha atenção a estrada a minha frente e continuei dirigindo.

**

Chegamos a Big Falls perto das 5 da manhã e o céu estava começando a ficar mais claro. Dirigi por todo o caminho até lá, pois Martin dormiu o resto da viagem. Em um ponto da viagem, Martin tirou sua mão da minha perna e virou a cabeça para meu lado. Seus olhos estavam fechados e ele parecia tranquilo dormindo. Se ele continuasse dormindo, ninguém saberia da imensidão azul que era a cor dos seus olhos.

Atrás do PerigoOnde histórias criam vida. Descubra agora