Capítulo 23: A situação de Rebecca

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Seria a última semana no apartamento funcional. Estava uma pilha de nervos dividindo sua atenção com o trabalho e as ligações de Ian com ajustes finos da decoração. Uma hora ela iria mandar alguém à merda, e ela esperava que fosse à Claudiazinha interior (que lhe perturbava com pensamentos inúteis sobre as coisas que Maguire falava, os perigos que talvez a rondassem, o quanto seus pais deviam estar preocupados com a falta de notícias, que bicho picou sua melhor amiga, especulações sobre como seria Cunnings na cama e lembranças das habilidades "linguísticas" de Maguire) ao invés de algum colega de trabalho ou ao proativo decorador, por engano. Por sorte, até agora ela não teve nenhum imprevisto.

— Senhorita Cazarotto, Senhor Cunnings na linha.

Estava bom demais para ser verdade.

— Sim, Cunnings?

— Cazarotto, precisamos conversar sobre um assunto do seu interesse. Tem um tempo agora depois do almoço?

— Ahn, tem que ser agora?

Claudia se recriminou mentalmente. Isso não era coisa que se falasse para o chefe, mesmo que ele tenha sido preso.

Jesusmariajosé, o homem foi presidiário e você ainda responde isso pra ele? Claudinha, você já teve mais juízo...

— Sim. Quero falar antes da minha viagem.

— oh... você vai viajar?

— Sim.

Claudia faz uma pequena dancinha com os pés debaixo da mesa, comemorando e torcendo pra que ele fique fora bastante tempo.

— Cazarotto?

— Ah, sim claro! Onde nos encontramos?

— Às duas horas, no café da esquina, sabe qual é?

— Sei. Até lá.

Caminhou até o local de encontro marcado com a voz rouca de Maguire ecoando em sua mente, nitidamente "ele já foi preso. Parece gente boa, mas é bandido! O irmão está preso por assassinato. Suspeita de envolvimento com a máfia" e "nosso chefe é um Gângster" essa ultima era a voz de Rebecca.

A filha da mãe estava certa desde o principio!

Quando entrou no café, viu Cunnings sentado em um canto, na companhia de uma mulher que já havia visto pela empresa. Ela caminhou até ele, já esperando qualquer coisa, afinal de contas...

— Cazarotto, conhece a Jones?

Jones era uma mulher negra bonita com mais de 30 anos e certamente menos de 40, de estilo muito sóbrio. Era temida pela administração assim como Cristina, mas diziam que ela era ainda pior, pois diferente da explosiva descendente de italianos, ela era silenciosa e mortal. Quando a pessoa menos esperava, já estava demitida diante a mínima falha. E ela era perita em identificar intrigas e espionagem de escritório.

Elas se cumprimentaram e Claudia se sentou. Jones se retirou alguns minutos depois, segundo o que pareceu pelas despedidas, ela acompanharia Seth em sua viagem.

Assim que ficaram sozinhos, Claudia aguardou em um silêncio apreensivo o que o diretor diria. Ela estava com aquela expressão distante e séria. Um nítido sinal de posição defensiva. Seth foi pego de surpresa, pois depois da ultima vez que se viram, pareceu que ela estava mais à vontade com ele. Sua confusão fez com que ele demorasse a iniciar o assunto.

Scrupulo - Vale Quanto Pesa [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora