Capítulo 16: O escritório na Blue Velvet

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Entrou no elevador seguido de seu guarda costas, Miller, um homem grande e sisudo dono de uma silhueta semelhante a uma marreta.

Assim que a porta fechou e Claudia não podia mais vê-lo, desfez o sorriso imediatamente, que fez o discreto guarda costas olhar de soslaio um pouco sobressaltado. Abriu um tipo de palmtop mais tecnológico, onde acessou um tipo de arquivo de vídeo e assistiu fechando ainda mais o semblante ao ver as imagens e sons da interação do segurança com a contadora dentro do prédio. Manteve a cara fechada até abrir o elevador.

Tudo o que ele não precisava era ter sua paciência testada por esses dias.

Chegando ao térreo com seu andar típico, que oscilava entre o macio e objetivo, se aproximou de Donald White sem qualquer impedimento, enquanto este lhe cumprimentava com um aceno de cabeça. Ele percebeu tarde demais que Seth Cunnings se aproximava mais do que o usual, e não foi hábil o suficiente para impedir o avanço da mão do patrão que foi diretamente no coldre de sua arma. Seth segurou a pistola de White com uma das mãos e com o punho livre, lhe deu um soco tão forte que fez o sujeito lembrar do porque do apelido de Italian Appaloosa. White caiu sentado, furioso e surpreso.

— Odeio quando caras como você acham que tem liberdade de ação – um pouco mais calmo, mas ainda em tom ameaçador, Seth tirava o pente da pistola automática de White — Fique ciente que só está aqui por causa do seu pai. Mas logo ele vai ter que lidar com a sua merda — ainda com olhar fixo em White, arremessou o pente para Miller, que o pegou no ar. Seth baixou a arma e encarou o segurança sentado no chão, forçando-o a aceitar sua posição.

Em seguida ele jogou a arma em cima do homem.

Seth colocou as mãos no bolso e se dirigiu ao carro seguido por Miller (atento), deixando um último recado à White:

— Sempre fica uma bala na agulha, já que tem interesse em brincar com a morte.


***


Logo após seu café da manhã, não mais "À lá mode de madame Clau" graças ao resgate de seu pó de café preferido, a campainha tocou.

Curiosa, Claudia caminhou até a entrada do apartamento. Apreensiva com a lembrança do homem estranho, fechou mais seu roupão e reconsiderava se deveria abrir, quando a campainha tocou novamente:

— Senhora Cazarotto?

De trás da porta, uma voz diferente da de Mr. Blue. E com um tom mais cortês.

Claudia arrumou um pouco o cabelo e abriu um pouco a porta, suficiente apenas para ela ver quem está do lado de fora.

Um rapaz de não mais de vinte e cinco anos de aparência comum. Vestido em um terno preto, com porte de militar e o cabelo loiro em corte no mesmo estilo. Parecia confiável. Ele dá um sorriso curto, educado e mostra um envelope pardo.

Como se ela o olhasse sem entender enquanto pegava o envelope, o rapaz pôs-se a falar.

— A empresa Blue Velvet me designou para acompanha-la como guarda costas. Minhas referências — ele apontou o envelope com o olhar.

Claudia fez uma expressão mais amena e abriu a porta enquanto tirava o papel do envelope e indicava que ele entrasse. Ela caminhou para a sala, lendo o currículo do rapaz, enquanto ele entrava, encostava a porta e ficara lá parado, esperando.

Seu nome era Jeremy Russo, ele tinha vinte e quatro anos, tinha servido ao exército americano e já trabalhou como segurança particular para duas pessoas diferentes (as quais ela não conhecia, mas os contatos estavam lá) e faz já meio ano trabalhava para a Blue Velvet. Dentro, uma pequena carta da diretoria da empresa recomendando o rapaz.

Scrupulo - Vale Quanto Pesa [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora