— Eles acabaram de chegar – falou alto em direção ao amigo que estava a ponto de fazer um buraco no tapete de seu escritório pessoal.
Seth parou de andar em círculos e encarou seu amigo, soltando um suspiro.
Estava entre a fúria e o alivio.
Recebera a noticia de Drake fazia talvez uma hora e mesmo sabendo que tudo tinha ido bem, estava nervoso. Não foi falha sua, ele tinha certeza. Ninguém sabia. Ele não falou a ninguém de fora. Só havia uma explicação: existia um rato entre eles.
Quando recebera a noticia estava sentado e assim continuou, com uma expressão imutável, tentando conter a vontade de explodir qualquer coisa que visse pela frente. Mas depois de muitos minutos, a espera o fez ficar nervoso. Já tinha acabado com metade de uma garrafa de uísque e quase uma carteira de cigarros sozinho, literalmente.
Porém, antes de descobrir quem foi o filho da puta delator, ele queria ver Cláudia.
E sua vontade foi feita.
Ela acabava de escancarar a porta e entrar pela sala com passos firmes e uma expressão entre preocupação e fúria. Andou até o meio da sala, que ficava exatamente entre dois sofás dispostos um a frente do outro e entre eles, uma mesa com uma imensa janela atrás, que mostrava uma piscina e jardim paradisíacos, com o belo sol da Califórnia ao longe.
Parou quase que exatamente a três passos de Seth, que estava próximo a um dos sofás.
Phil, um homem loiro de ótima aparência estética estava meio sentado na mesa, e quando ela chegou daquele jeito, teve a reação de se arrumar, ficando em pé e colocando o copo de uísque de lado.
Espadas veio logo atrás dela e apenas fechou a porta atrás de si, não entrando muito na sala.
Seth chegou a dar um passo a frente, mas se deteve.
Encararam-se em silêncio.
Phil olhava para a mulher desconhecida com curiosidade, mas não se mexeu, sentindo a tensão que pairava em todos naquela sala. Enquanto Espadas observava a cena, analítico e interessado.
Depois de um ou dois minutos do que parecia uma conversa mental somente entre Seth e Cláudia, ela suspira e altivamente olha para os presentes na sala, séria.
Voltou sua atenção para Seth e quase sem tirar os olhos dele, começou a erguer sua longa saia, inesperadamente. Apoiou uma das pernas no sofá e mexeu em algo em sua coxa. Os olhos imediatamente curiosos conseguiram perceber que ela levantava um tipo de bermuda de cor bege ou algo assim.
Ouviu-se um barulho plástico, como algo descolando. E percebem que ela tirava envelopes plásticos com papeis dentro, que circundavam suas coxas, presos por uma fita adesiva larga. Em seguida tirou a blusa de dentro da saia de cintura alta, revelando um tipo de faixa em volta de seu tronco e abaixo dela, mais envelopes plásticos com papéis dentro.
Conforme tirava, Cláudia jogava em cima do sofá, concentrada mais em suas ações do que na reação dos homens que variava entre a admiração pela criatividade, malícia ao observar as bem feitas curvas da contadora, surpresa pela falta de pudor ao expor-se – Assim, entre homens basicamente desconhecidos – e admiração pela postura altiva que continha em seus movimentos objetivos.
Com todos os documentos jogados no sofá, ela abaixou a saia e arrumou a blusa, alinhando-se o suficiente. Pegou os documentos e os juntou, arrumando-os e os estendeu para Seth, que demorou talvez um segundo para pega-los.
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Scrupulo - Vale Quanto Pesa [COMPLETO]
General FictionROMANCE + THRILLER DE CONSPIRAÇÃO Claudia Cazarotto é uma contadora brasileira que decide esquecer o turbulento passado em São Paulo e busca em Nova Iorque uma nova chance de recomeçar sua vida. Depois de dois anos sem um bom emprego, ela é...