Capítulo 31: Um momento de trégua I

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Depois de uma semana atipicamente calma, tanto na vida quando na empresa, Claudia estava prestes a terminar aquela quinta feira da forma mais tranquila possível. Depois dos problemas dos dias anteriores, ela passou a chegar uma horinha mais tarde e sair duas horas mais tarde.

Percebeu que aquelas primeiras horas da noite lhe davam mais gás e tranquilidade para trabalhar. A maior parte do departamento já tinha ido embora.

— Claudia, ainda precisa de mim por hoje?

— humm... Ah, não Lucinha, pode ir, obrigada! Pode só fazer o favor de fechar as cortinas antes de sair?

— Certo. Boa noite!

Claudia sorriu como resposta e logo voltou a se concentrar nos papeis, estava só finalizando essa pasta e já iria embora, por isso precisava de atenção.

Ouviu três batidinhas na porta. Lucinha esqueceu alguma coisa dela, como sempre. Claudia riu enquanto pensava.

— Entra menina, o que você esqueceu? – perguntou em português.

— O que foi que você disse?

Claudia sobressaltou quando ouviu a voz de Seth. Em seguida riu pelo susto.

— Nossa, desculpe, pensei que fosse minha secretária! Não falei nada demais, perguntei o que era... – riu – Bem, nesse caso pergunto à você, em inglês "pois não"?

— Hum. Você está com muito trabalho ai?

— Na verdade estou só assinando essa pasta aqui e por hoje não tenho mais nada. precisa de algo?

— Não. Quer dizer, não daqui. Quer jantar? Eu também já estou saindo...

Claudia pareceu um pouco confusa e sem graça diante o convite e Seth apressou em se explicar.

— É que... Eu estou me sentindo muito mal por todas essas situações que você andou passando. E mesmo assim, você mantém sua rotina aqui na empresa, não pegou folga nem nada. Nem falou nada sobre a bolsa dos seus estudos – ele fez uma expressão simpática e incrivelmente sem qualquer malicia — Estou um pouco preocupado. Fico pensando se você tem se dado uma folga...

Claudia riu. Ela andava era enchendo mais a cabeça com trabalho ou o que pudesse, mas folga realmente não estava sendo seu forte nesses tempos.

— É pela cara já vi que não. Vem – a chamou com um gesto de mão – Vamos comer alguma coisa e dar o dia por encerrado. A gente aqui da empresa costuma ir num restaurante japonês muito bom e aqui perto, o que acha?

Estava mesmo cansada. E adorava comida japonesa, talvez fosse boa ideia. Além do mais, ele parecia muitíssimo tranquilo. Não fez pose, não deu aqueles sorrisos (ao menos os maliciosos, só os simpáticos) e parecia até um pouquinho cansado. Decidiu ir com ele.

***

O restaurante não era a mais de duas quadras do prédio. Tinha um ambiente moderno com toques de decoração oriental, mais baseada nas cores escuras como preto e vermelho. Era notoriamente caro e frequentado pelas pessoas "descoladas" do bairro.

Foram recebidos muito bem pela simpática e elegante hostess e não esperaram muito por uma mesa; pelo visto Seth já era cliente antigo de lá.

Ficaram no bar, onde pediram uns petiscos e bebidas enquanto aguardavam a mesa. Conversaram algo sobre algumas rotinas da empresa e algumas ideias discutidas em reuniões. Claudia estava com a cabeça fervilhando de ideias, e em certa altura Seth precisou lembra-la de que estavam lá pra finalizar o trabalho (muito embora ele mesmo tenha se deixado levar pelo assunto, inicialmente).

Scrupulo - Vale Quanto Pesa [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora