Do you trust me?

15.1K 748 687
                                    

Olar, seres! Tudo bem com vocês? Comigo tudo tranquilo, mas não foi fácil. Depois de férias conturbadas entre viagens malavilosas e acidente com meu Papa, estou de volta. Desculpem pelo atraso, e em minha defesa o capítulo está enorme.

Deixa aquele voto/favorito maroto que me incentiva cada vez mais e não custa nada ;)

Boa leitura!



xxx


Camila Pov


Após desligar a chamada de Lauren fui ao vestiário buscar as havaianas que eu guardava em meu armário. Aquele estúdio era como a minha segunda casa, eu conhecia todos os pequenos lugares daquele prédio, todos os funcionários e a maior parte dos alunos. Meu armário era provido de roupas e material de higiene pessoal para que eu sempre tivesse apoio ali naquele local. Eu tinha acabado de sair de uma aula dirigida com Cassie, a coreógrafa do próximo musical que eu estrelaria, e trajava calça de moletom folgada e um top.

Aproveitei a parada no vestiário e vesti um casaco de moletom na tentativa de cobrir a muita pele exposta que o top deixava. Parei em frente ao grande espelho na parede oposta aos armários e prendi meus cabelos num rabo de cavalo frouxo com a liga que eu carregava no pulso. Eu estava suada e sem maquiagem alguma, o que me fez sentir uma insegurança repentina por encontrar Lauren daquela maneira, mas como a própria Lauren havia advertido no telefonema, ela também não estava em seu melhor estado. Aquela advertência de nada me valia. Lauren era uma deusa, e deuses têm uma forma apenas, a da perfeição.

Dentro do elevador tocava uma bossa de balanço muito leve que quase me fez relaxar. Quase. Eu estava a toda hoje. O incômodo nas partes baixas foi cedendo ao longo da manhã. A sessão de pilates e o almoço na companhia de Normani foram os grandes responsáveis pelo alivio. Alongamos bem, rimos bastante e trocamos indiretas sobre a noite anterior. Fizemos uma refeição leve e descansamos para uma melhor digestão.

Enfrentamos o ensaio pesado sob o comando de Cassandra e estávamos em pausa quando Lauren me ligou. Dentro de alguns minutos começaríamos a aula de ritmos com foco em funk e twerk. Normani e eu havíamos embarcado de cabeça nessa empreitada. Eu não era tão boa dançarina quanto ela, já que essa era a sua especialidade, mas eu estava me esforçando bastante. Afinal se eu queria ser uma artista completa eu tinha de dominar canto, atuação e dança.

Passei pela recepção e sorri para Jasmine. Cheguei a calçada e olhei para os lados a procura dos olhos verdes. Que ótimo, ela ainda não havia chegado. Segurando os chinelos comecei a riscar o chão com a ponta dos pés como se ensaiasse um passo básico de dança de salão me distraindo por algum tempo. Levantei a cabeça e me deparei com uma cena que me deixou perplexa. Eu esperava um cabelo bagunçado, uma roupa amarrotada ou coisa assim, mas aquilo... Aquilo não.

Ainda segurando os chinelos e sem acreditar no que via comecei a observar os detalhes. A poucos metros de distância montada numa moto bem pequena - Seria uma vespa ou lambreta? Não sei. - uma Lauren de de jardineira jeans, com um coque bagunçado no alto da cabeça parecia mascar um chiclete sorrindo abertamente enquanto manobrava o veículo serpenteando pela rua. Tive vontade de parafrasear Dinah Jane e gritar "Menina, cadê teu pai?"

Ela encostou a motoneta no meio-fio e ainda mascando aquele chiclete de um jeito que me dava calor arrumou seu cabelo fazendo um coque mais apertado. Ela parecia estrelar um videoclipe de pop rock dos anos 90. Passou a mão pela sua nuca exposta e me sorrio de lado descendendo da vespa.

- Oi estrela.

Neguei com a cabeça examinando-a ali de pé a minha frente. Toda bagunçada e ainda assim muito mais linda que 90% da população mundial produzida.

Fire meet gasolineOnde histórias criam vida. Descubra agora