Bring this stuff back

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Olaar, tudo certinho?

Vamos de POV da menina Lauren ou seria misteriosa Michelle?

Vambora!

xxx

Lauren Michelle Pov

Acordei um pouco desorientada do meu sono induzido. Depois que Camila saiu batendo a porta eu me forcei a dormir a fim de evitar pensamentos traiçoeiros e reflexões para as quais eu não estava pronta. Não ainda.

Bocejei.

Cocei os olhos e corri os dedos das mãos pelos cabelos. Forcei meu corpo a levantar até que eu estivesse sentada na cama. No loft sem paredes no qual me encontro, que é a minha residência fixa, meu esconderijo e meu lugar seguro longe da casa de meus pais. É possível ter uma visão panorâmica do lugar de qualquer lugar em que se esteja. Por isso, não era difícil enxergar os ponteiros que marcavam 09:15 pm no redondo relógio vermelho pendurado na parede do que se caracterizava a minha cozinha.

Meu apartamento era pequeno mas bem aconchegante. Me sentia abraçada ao atravessar a porta de entrada e me deparar com as minhas coisas. Como uma tela abstrata muito bonita, a estante que abriga parte de meus jogos, discos e livros ou a tv moderna de led 40' presa em um suporte articulado que é por onde assisto aos jogos das minhas ligas favoritas, arraso meus amigos no videogame e assisto a filmes e algumas séries. Às vezes, sozinha, outras, acompanhada.

Pequenas coisas, como o modo que planejei o ambiente e organizei os movéis. Como o balcão americano me serve de bancada, uma vez que eu coloquei três banquetas tipo bar a sua frente e como quase sempre faço minhas refeições sozinha não me faz falta uma mesa com cadeiras convencionais. Utensílios de cozinha. Todos simples, brancos e dispostos de maneira harmônica.

Meu lugar quase sagrado, lugar esse aonde eu recarregava as energias. Uma cama casal com um colchão fofinho. A minha cama. Cercada por dois criados-mudos, um abajur e um porta retrato com uma foto de meus pais e eu, em ambos. A decoração não mantinha um padrão rígido e apesar da mescla de cores e texturas a iluminação personalizada, feita por mim, dava um clima aconchegante aos ambientes.

A cidade não costumava marcar temperaturas muito frias, mas essa noite estava um pouco mais que o habitual. Saltei da cama e calcei meus chinelos de borracha, me dirigi até o banheiro e comecei a me despir. Fiz um coque improvisado no cabelo e adentrei ao pequeno espaço atrás do box de vidro que separava o chuveiro do vaso e da pia. Girei a chave do registro de água e passei os ombros, um de cada vez, pela cascata d'água. Regulei a temperatura na alavanca em cima da ducha, que eu mesma havia instalado, e senti a água quente deslizar pelo meu corpo me dando uma sensação de relaxamento imediato. É, parece que eu fiz um bom trabalho.

De banho tomado saí enrolada numa toalha branca e felpuda que estava pendurada num dos ganchos do banheiro. Me dirigi ao armário e peguei algumas peças de roupa que estavam separadas numa cruzeta e as levei até a cama, onde as estendi e observei os detalhes por alguns segundos. Virei a cabeça e olhei pro relógio de parede que agora já marcava 9:45pm. Estalei a língua e comecei a me vestir.

Calça skinny preta, camisa de flanela com padrões quadrados em tom predominantemente verde escuro com tons de cinza e coturnos médios em tom caramelo. Passei um lápis preto para realçar os olhos, era a única maquiagem que eu me permitia, e borrifei meu perfume em pontos estratégicos do meu corpo. Livrei meus cabelos do coque. As madeixas escuras com as pontas pairando um pouco abaixo dos meus ombros, agora livres. Ponderei sobre usar um beanie de lã, mas pensei no uso do capacete e optei por apenas jogar o emaranhado de fios pro lado. Apanhei a carteira, o celular e as chaves os guardando em bolsos diferentes. Me aproximei da porta e alcancei o cabide de onde saquei um jaqueta de couro preta e um capacete. Fechei a porta do apartamento e parti em direção à garagem.

Fire meet gasolineOnde histórias criam vida. Descubra agora