Papá C is in da house

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Olaaartes! Ninguém ganhou o bolão, mas eu amei a ideia. Sabe mais o que eu amei? O trailer lindão que a Yanca fez. Vou inserir o link aqui pra vocês verem ;)

Votem/favoritem, por favor, é rapidinho. Não esqueçam!

Boa leitura!

xxx

Camila POV

Não era possível. Tinha de ser miragem. Aquele homem parado em frente ao meu prédio se parecia muito ao meu pai de uma década atrás. Na verdade só não era uma cópia fiel por conta dos quilos e fios de cabelo brancos a mais. O sorriso apologético que percorria a grande boca e a roupa causal em nada se assemelhavam à expressão cética e ao terno elegante que o compunham da última vez que nos vimos. Mas era ele, ali, bem ali, junto ao meio-fio encostado em um carro de cor vermelha meio alaranjada quase coral. Mantendo a figura de meu pai fora de foco por um instante corri os olhos sobre o veículo reluzente com um grande laço dourado.

Não.. Aquilo não podia ser verdade. Senti meu celular vibrando no bolso traseiro do short, deveria ser Lauren para me informar de sua busca, mas no momento eu precisava lidar com o meu velho pai.

- Cadê meu abraço, flaca? - Pergunta com aquela voz que tanto me trazia conforto na infância deixando, propositalmente, o acento cubano em evidência.

Por mais que eu quisesse esbravejar e dizer umas boas verdades ao cara de taco, não resisti abraçá-lo tão apertado quanto meus braços me permitiram. Gritaria depois, agora eu só queria sentir um pouco mais daquele cheiro bom e marcante do perfume de meu pai. Papá veio me ver, embora eu julgue que pelos motivos errados, ele veio me ver.

- Dr. Cabello, a que devo a honra da ilustríssima visita? - Debochada não, mais além.

- Flaca, sem armas, por favor.

- Ok, cara de taco! Me dá mais um abraço apertado que eu estou louca de saudades do seu perfume. - Digo antes de me lançar em seus braços sendo acolhida prontamente. - Papá, o que... - Ele aponta para o carro e balbucia um "tcharam" mudo antes de dar de ombros sem jeito.

- Eu queria manter um bom clima, mas isso não se enquadra como presente, mais parece uma reparação. - Diz referindo-se ao carro.

- Eu não quero esse carro. - Sentencio.

- Kaki, me ouça primeiro, sim? Seja razoável. Eu vim aqui porque eu queria te ver e aproveitei para trazer o carro. Eu achei que ele combinava com você e, antes que você recuse, ele não custa caro. É forte, tem personalidade e é arrojado como você.

Eu queria me expressar mas minha total perplexidade pelo fato dele ter me chamado pelo apelido de infância que a minha irmã mais nova me deu e todo aquele discurso ensaiado permitiram que ele continuasse sem a minha interrupção.

- Eu sei que você guardava muitas memórias daquele carro e que você não pode reconstruí-las, mas você pode viver novas histórias com esse, só cabe a você selecionar as que vai querer guardar. - Me observa atento e eu mantenho meus olhos nos seus. - Vamos lá, sejamos sinceros aqui, aquele carro nem combinava com você, flaca. Parecia um táxi. - Estala a língua risonho.

Fire meet gasolineOnde histórias criam vida. Descubra agora