Despertando

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Entrei naquele carro confortável, e chorei como nunca. Não entendia como aqueles dois que cresceram comigo podiam fazer isso! Traição são uma das poucas coisas que meu orgulho jamais deixaria que eu perdoasse. Eu sentia uma dor tão grande dentro do meu peito que eu pensei que ele ia explodir. Minha cabeça rodava como um peão e as lágrimas que saiam dos meus olhos eram como facas afiadas que cortavam o caminho por onde passavam. Eu não queria chorar por causa daquelas duas almas imundas, mas tudo estava sendo mais forte que eu, que minha vontade. Não bastava tudo que estava sentindo por causa da Luna, a derrota que amargurava minha boca, eu tinha que ser apunhalada pelas costas, por pessoas que sempre amei e confiei. É sempre assim, só quem amamos são capazes de nos fazer tão mal. Por isso sempre fui tão reservada, custei admitir que amava Rony quando adolescente. Porque seu sempre tive medo das conseqüências do amor, do ele poderia me causar. Com Harry foi diferente, não tive reservas, nem medo, me entreguei de corpo e alma porque eu jamais julguei que aquele ser poderia me fazer mal. Como eu sou idiota! Como eu sou medíocre! Como pude me desproteger tanto? Era como se eu estivesse completamente nua na neve de inverno. O pranto estava muito forte e minha cabeça latejava. Encostei –a no volante, a pressionei ali. Dentro daquele carro estava um cheiro muito bom e um silêncio acolhedor. Depois que fiquei mais calma liguei o carro, eu precisava sair dali, eu não tinha forças ainda pra voltar ao hospital.

(Narrador POV)

-Onde está a Granger? Ela precisa ver como a Luna está!
- É verdade, já estou ficando preocupado com a Mione, ela só me falou que ia descansar um pouco. Faz tempo isso, e ela não está no consultório dela. Você não sabe onde ela está Harry?
- Não Rony, eu também gostaria muito de saber onde ela foi. – Harry tinha lágrimas nos olhos.
- E você Gina? Ela não te falou nada? – Rony olhava para a irmã desconfiado.
- Não.
- Vou procurar a Luane, talvez ela saiba onde essa irresponsável se meteu. – Dizendo isso Malfoy saiu da sala.
- Eu vou ver onde está meu genro e aproveito e dou uma olhada nos meus netinhos. Com licença. – Saiu também seu Lovegood.
- Eu vi o que aconteceu ontem. Pensei que fosse delírio do meu porre, mas pela cara de vocês eu vejo que não. E pelo sumiço da Mione ela deve ter ficado sabendo. Como vocês puderam fazer isso? – Rony olhava de Gina para Harry.
- Ron, foi...
-Não quero saber Gina! Eu estou com nojo de vocês. A Hermione não merecia isso nunca! Aliás ninguém merece! Eu não sei quanto a ela, mas eu jamais perdoarei vocês pelo que fizeram com ela.
- Não cabe a você isso Ronald. – Harry se levantou.
- Você está como sempre errado. Não é porque o meu amor por Mione se transformou que eu deixei de sentir junto com ela. Ela é como se fosse um pedaço de mim, assim como Gina era, mas não é mais. Depois do que você fez Gina, depois dessa fraqueza de caráter, de lealdade, você não passa de nada pra mim. Eu tenho vergonha de ser o seu irmão.
- Chega Rony! Para de falar com ela assim!
- Vocês realmente se merecem! Bom proveito! – E Rony saiu da sala batendo a porta.

(Hermione POV)

Eu tinha me esquecido como dirigir me acalmava. Quando morava com meus pais eu sempre pegava o carro deles e dava uma volta. Mas depois que fui morar sozinha eu nunca mais fiz isso. Quantas coisas boas eu deixei de fazer com o tempo. Cada dia eu ficava mais em casa, mais no hospital. Minha vida já não tinha mais nenhuma graça. Resolvi ir ao um parque que eu sempre ia. Parei o carro. Desci e me sentei no balanço que sempre ia quando menina. Tinha muitas crianças por lá, era um ótimo lugar para os pais levarem seus filhos numa tarde de sol. Olhei em volta e foi quando a vi. A árvore do meu sonho, onde aquele menininho loirinho lia seu grosso livro e a meninha brincava com as pedras. Onde eu estava sentada esperando por alguém. Senti um arrepio e suspirei. Sonhos. Eu não acredito em mais nada. Talvez aqueles menininhos seriam meus filhos, mas eu jamais teria filhos. Eu tinha agora a certeza maior da minha vida. Filhos só podem ser gerados pelo amor e amor era uma coisa que eu jamais teria. Amor era coisa para os outros, era coisa dos filmes, mas não para Hermione Jane Granger. Estava fadada a viver meus dias só. A olhar para os lados e ver casais de mãos dadas com olhares perdidos. A ver crianças com seus pais amorosos. Eu teria que me contentar em apenas ver e quem sabe sonhar. Realidade jamais. Fiquei mais um tempo naquele balanço, lembrando da minha infância, quando minha mãe sempre me levava naquele parque, e foi lá que descobri que podia fazer coisas que as outras crianças não faziam. Eu explodi a bola de um menino que sempre a jogava na minha cabeça. Eu sorri com a lembrança, ser criança é o melhor da vida. Essas lembranças foram me acalmando e resolvi que tinha chegado a hora de voltar, Luna precisava de mim, ela não ia pagar pelo erro dos outros.

Estacionei o carro no mesmo lugar de antes. Tranquei as portas.

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