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**mione on
Já tinham se passado três meses que estava ali, como uma prisioneira por opção. A casa de Lipe era pequena, mas bastante confortável. Às vezes, Adele passava a noite lá e o brilho que desprendia dos olhos deles era reconfortante. Na tarde em que eu havia chegado, Lipe já me esperava com um sorriso bobo no rosto. Me avisou que tinha recebido a coruja de Harry e já havia preparado tudo para minha chegada. Não resisti e perguntei por Adele, o que o deixou bastante sem graça. Ela já havia partido, fora averiguar os novos passos de Lucius.
Meu ventre estava maior do que nunca. Estava entrando no último trimestre da gravidez, o que é, sem dúvida, o período mais desconfortável. Arrumar uma posição onde minhas costas não doíam era uma maratona. Fora que meu bebê estava cada vez mais agitado. Desde que completei quatro meses e meio ele começou a se manifestar. Isso era incrível. Me dava uma felicidade e um bom humor que a tempos eu não sentia. Chegava a brincar que ele seria um bom apanhador, pois parecia que ele estava sempre em busca de alguma coisa dentro da minha barriga. Mas quando completei os seis meses, a sensação não era tão divertida assim. Acredito que ele também estava desconfortável, lutando por mais espaço, e tudo que ele fazia era me chutar e bem forte.
Estava sentada em um balanço recuperado por magia, em uma árvore abaixo da janela do quarto de Lipe, que ele, insistiu que fosse o meu, sentindo um desses chutes, mais forte do que nunca, quando Lipe apareceu pela porta lateral. Ele estava pálido como eu nunca o tinha visto antes, ainda mais embaixo daquela luz forte que o sol nos lançava no meio da tarde. Era junho, e o clima já estava bem quente.
- Lipe? O que aconteceu? – Me levantei segurando meu ventre.
- Por que você acha que aconteceu alguma coisa? – Ele colocou as mãos no quadril.
- Por causa dessa sua cara de cera. – Ele deu um sorriso frouxo.
- Vamos entrar Mimi, está muito quente aqui fora. – E sem me dar tempo de resposta, deu as costas para mim e entrou pela porta lateral, que dava dentro da minúscula cozinha. Quando cheguei lá, ele já havia servido dois copos de suco de abobora bem gelado e me empurrou para sentar em uma das cadeiras da mesa de quatro lugares. Sentei e o encarei, eu sabia que ele estava me preparando para alguma notícia provavelmente, desagradável. Bebi meu suco e ele também, por fim ele se sentou na minha frente.
- Bem, acabei de voltar da casa da dona Andrômeda. – Ele olhava a mesa.
- E?
- Em Londres, Mimi, não da de veraneio. – Imaginei então que tinha acontecido algo com a mãe de Tonks.
- O que houve com ela?
- Não houve nada com ela. – Lipe me encarou, e se passou dois minutos ate que eu conseguisse entender o que havia se passado, ao menos em parte. Meu ventre se remexeu grotescamente.
- Ted? – Minha voz falhou.
- Exatamente. – Fechei os olhos. – Ele estava na casa da avó, passou o fim de semana lá. Hoje, quando ela o levava para a escola, foi atacada na porta de casa. Os comensais levaram o garoto e deixaram a dona Tonks desacordada.
- Mas e os aurores Lipe? Onde eles estavam?
- Potter também não entende isso. Ele cuidou da segurança deles pessoalmente, mas dos quatro aurores responsáveis, apenas dois estavam a postos na hora do ataque. Um foi morto e o outro está mal no St. Mungus, graças a um sectumsempra.
- Merlim! Temos traidores.
- É certo que sim. Potter está muito abalado, e então deixou a chefia na mão do Weasley. Particularmente, não acredito ter sido uma boa idéia, aquele ruivo é muito estranho.
- Não diga isso Lipe, Rony é uma ótima pessoa.
- Mas ele não raciocina direito. Isso é perigoso em momentos como estes. Ele nunca quis ouvir a verdade sobre Draco. Até o testa rachada entendeu. Apesar de saber que isso não livraria o Ameba de Azkaban, caso ele seja pego. Não temos provas de nada, e como o próprio ministro disse, "ele pode ter implantado essas idéias na sua cabeça". Enfim, acho que o cerco está se fechando Mimi.
- Como assim?
- Lucius é inteligente. Ele sabe do valor que esse garoto tem para Potter. Ele podia ter pegado a Weasley, por exemplo, mas um garoto de cinco anos, não sabe se defender. Acredito que ele esteja bem guardado, e em breve vamos ter noticias do pequeno Lupin.
- Você acha que ele vai fazer com que Harry se entregue em troca de Ted?
- Isso é obvio.
- Mais obvio ainda o Harry aceitar. – Disse começando a me desesperar.
- Claro. Por isso acho que temos que criar um plano. Lucius sabe qual será o passo do Potter. Temos que surpreendê-lo de alguma maneira. Estive com Adele antes de voltar para cá. Ela conseguiu descobrir onde eles estão, isso é uma vantagem. Lucius foi para a casa de veraneio da família Malfoy. Adele conhece aquela casa como a palma da mão. Era a casa que toda a família ia passar as férias. Isso nos dá muita vantagem a um possível ataque. O que pretendo agora é acabar com tudo isso de uma vez por todas. Atacar e exterminar esse mal de uma vez.
