Um pouco mais de proximidade

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Então... Depois que eu e o Dênis lanchamos juntos naquela última quinta -feira, passamos a comer juntos todos os dias na hora do lanche. Ou seja, tive que incluir o Dênis na minha antiga rotina chata da semana. (A rotina que sem dúvida se tornou a mais divertida, a mais excitante e a mais interessante, lógico.)
Pois bem... Nessa pouca convivência que eu tive com o boylieber (decidi chama - lo assim), descobri que nós temos muitas coisas em comum, tipo muitas mesmo, como; fome exagerada (mas ele se controla, eu não), sono intenso (ele também se controla), adoramos a assistir anime, amamos espaguete (tudo com macarrão), odiamos a sra: Huxtable, amamos panquecas com geleia no café (eu nunca tinha encontrado ninguém que fizesse essa combinação incrível), gostamos de filmes de terror e somos viciados em falar mal dos outros.
Manooooo! Eu praticamente surtei.
Ainda mais quando ele disse que sabia cozinhar tudo quanto é tipo de comida brasileira. Eu fiquei tipo:
- Chama o padre que eu já tô pronta pra casar.
Ele me olhou chocado, riu e perguntou:
- Casaria com o uniforme da escola?
(Com você eu casaria até pelada pra não ter trabalho de tirar a roupa na noite de núpcias.)
- Sim, eu seria "a primeira" garota a casar de uniforme, já pensou? - Rimos.
- Bem louco.
Enfim, após essa nossa conversa bem maluca e engraçada, marcamos de ir no cinema no dia seguinte, ou seja, no sábado. Ele havia me dito que estava doido pra assistir um dos filmes que me deixou trêmula e sem dormir por uma semana. Isto é, a entidade 1 e 2.
Tu é louco cara! Eu realmente senti medo quando assisti aquela merda. Nem é tão assustador, eu sei. Mas cê tem que entender que quando eu assisti esse filme, era meia noite e meus pais não estavam em casa. Isso mesmo, eu estava sozinha com meu urso "Bilaudo" e a pipoca. Não tinha como não pirar o cabeção né? Okay, deixa pra lá.

🌸🌸🌸

Já no sábado, em casa, quase anoitecendo...

- Droga! Droga! Droga... - falei enquanto tirava as roupas do armário e jogava no chão.
- O que foi dessa vez? - perguntou Riley enquanto mexia no celular.
- Não consigo achar nada impressionante nessa bagaça.
- O que você está procurando exatamente?
- Sei lá, algo sexy.
- Vai de lingerie ué.
- Boa ideia, genial! Adorei! - me animei
- Eu tô brincando maluca. Você não vai pro cinema de lingerie né?
- Eu acho que assim seduziria o Dênis mais rápido.
- Por que você não vai com aquele vestido curto da sua mãe? Aquele coladinho.
- Qual? O azul?
- Esse mesmo.
- E não é que você tem razão? Ele vai ficar perfeito.
- Eu sei, eu sou muito competente. - Ela dizia enquanto jogava seus cabelos pelo ar.
- Valeu pela dica amorzinho.
- De nada docinho.

🌸🌸🌸

Após terminar de me arrumar e ficar linda de viver, resolvi colocar uma música animada pra quando eu fosse descer as escadas dançando e topasse com meus pais lá embaixo. Foi bem louco!
- Uau, você está divina filha! - Disse dona Lucrécia.
- Você não acha que esse vestido está muito curto? - Perguntou seu Bernardo.
- Acho que não, ele é meu. - Respondeu dona Lucrécia.
Seu Bernardo ficou boquiaberto.
- Obrigada mãe! E pai, estamos no século XXI helloooow! As garotas não usam mais saias iguais as da vovó e não estou na Arábia pra me cobrir de pano. Beijão amo vocês!
- Divirta - se querida! - Disse dona Lucrécia acenando pra mim.
- E não volte pra casa grávida. - Gritou seu Bernardo.
- Pode deixar. - Falei e entrei no carro do Dênis que estava estacionado do outro lado da rua.
Já no carro, toda produzida...
- Então... - Falei sorrindo enquanto esperava ele me elogiar.
- Então o que?
- Eu tô bonita? - Ainda sorrindo.
Ele me analisou por uns 10 segundos.
- O vestido é lindo, amei! - Ele falou e meu sorriso foi se desfazendo.
Espera aí, o que?
Eu não acredito que ele elogiou apenas o meu vestido. Gente! Maria José! Eu me maquiei toda pra nada? É isso? Calma! Calma! Ele devia tá sem as lentes de contato, tudo bem.
Quando chegamos no cinema, eu abri meu sorriso de novo e fiquei sentada esperando ele abrir a porta do carro pra eu sair. Okay, era coisa de cavalheiro!
Então ele abriu a porta do lado dele, saiu e foi embora entrando no cinema, me deixando ali... Sozinha, com meu sorriso se desfazendo novamente.
- Bruna? Você não vem não? - ele apareceu na porta do cinema e me chamou.
- Já tô indo! Aff!

🌸🌸🌸

Assim que entramos, o Dênis foi logo comprando os ingressos pra nós dois e escolhendo as poltronas. Eu logo pensei: Que fofo! Que gentil! Não é mão de vaca como os outros que me levaram pra sair, adorei!
- Então, vamos comprar a pipoca e o refri? - ele perguntou sorrindo.
- Claro, agora mesmo. - sorri também.
- Okay! Moço, me ver dois baldes grandes de pipoca por favor. - ele fez o pedido.
- Dois baldes? Por que não comemos em um só?
- Melhor não, desse jeito a pipoca acaba rápido.
- Tá bom, né.
- Moço, me vê dois copos de refri de 500 ml também. - ele continuou fazendo o pedido.
- O total é de R$ 25,50, senhor. - o atendente falou.
- Bruna?
- Oi! - eu estava meio distraída.
- Deu R$ 25,50.
- Tá bom. - continuei distraída.
O atendente e o Dênis começaram a olhar de uma forma meio confusa.
- O que foi? - perguntei mais confusa ainda.
- Você não vai pagar? - Dênis perguntou.
- Eu? - perguntei super, ultra, mega confusa.
- Sim, você. Eu já paguei os ingressos e agora é sua vez de colaborar.
Eu fiquei encarando ele espantada por alguns segundos até que...
- Aéh verdade. Deixa comigo. - mais um sorriso desfeito.
Era só o que me faltava! Era só o que me faltava!
Entramos na sala do cinema e ficamos esperando o filme "a entidade" começar.
Meia hora depois de filme, as cenas "assustadoras" começaram a dar início, isto é, a galera começou a gritar de medo, um medo incontrolável.
Nisso que eu olho pro lado, o Dênis estava mais pálido que o normal, parecia que ia ter um treco à qualquer hora.
Parece estranho o que eu vou dizer mas... Eu estava mesmo querendo que ele tivesse tido um treco naquele instante. Ai sim, eu ia poder fazer respiração boca a boca mesmo sem precisar e sentir aqueles lábios tão rosados, gostosos e macios ao encontro dos meus.
Ai senhor, gozei!
Após se passar 20 minutos de palidez, o menino finalmente resolveu voltar pra forma natural dele; "lindo e sexy". Foi quando eu criei coragem e fingi que estava com frio só pra poder abraça - lo.
- Ai ai, tá um pouco frio aqui né? Tô quase congelando. - fui me aproximando.
Ele estava completamente concentrado no filme, nem prestou atenção.
- Pois é, hoje eu tô tipo Olaf, precisando de um abraço quentinho. - me aproximei cada vez mais e tentei abraça - lo.
- Calma aí, tá passando a melhor parte. - ele negou meu abraço.
- Mas eu tô com frio. - fiz um olhar triste que ele nem percebeu.
- Pega a minha jaqueta. Agora shiiu!
Aff! Merda! Raios! Droga! PQP!
Era o que eu ficava dizendo mentalmente até o filme acabar. O que há de errado com esse guri, senhor? Será que ele ainda não percebeu que eu tô na dele?
Que idiota! Que idiota lindo tesão, aff!
Não acredito que falhei com os planos a noite toda. Sério isso Bruna? Sério que não conseguiu um beijinho sequer? Sério que não conseguiu sentir o calor daquele corpo no teu?
Aaaaah! Essa não é a Bruna que eu conheço, não mesmo! Vsf.

Grávida do meu melhor amigo gayOnde histórias criam vida. Descubra agora