Virei uma bola

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Eu tava aqui pensando...
Eu nunca fui fã de esportes (até porque particularmente eu odeio fazer qualquer tipo de esforço físico. Vocês não imaginam a raiva que eu sinto toda vez que me dá vontade de de ir no banheiro fazer o número dois.)
Enfimm! Acho que finalmente vou pensar no assunto já que ontem quando eu estava voltando do supermercado, alguns garotos do campinho me chamaram para uma partida de futebol. E adivinha quem era a bola?? Isso mesmo, EU!
AQUELES FILHOS DUMA ZEGUA ME CHAMARAM PRA SER A BOLA! ACREDITA??
- Oh meu Deus, eu estou virando uma grande e incrível esfera ambulante. Alguém chama o papa? - falei andando de um lado pro o outro no quarto da Riley.
- Quer parar de ser dramática? Os garotos só estavam brincando.
- Brincando? Aqueles pirralhos me chamaram de gorda. EU NÃO TÔ GORDA!
- É... Vendo por outro ângulo, acho que você engordou uns kilinhos sim. - ela sorrir e aponta pra minha barriga.
- CALA BOCA!
- Ai, ai Bruna! Você é uma graça!
- Você vai ver a graça quando eu socar a sua cara. - falei e me deitei na cama.
- Mas e aí, cadê o Dênis?
- Ele teve que viajar pra Natal pra fazer umas coisas super desinteressantes. - E bote desinteressante.
- E como está a relação de vocês? - Riley perguntou animada.
- Bom... Melhorou bastante depois que descobrimos o sexo do bebê. Ele tá mais fofo comigo, somos muito melhores amigos. - falei e me fugiu um sorrisinho de felicidade.
- Sabe de uma coisa Bru... Eu acho que o Dênis está gostando de você, tipo gostando pra valer.
- Não, nada haver. Ele já deixou claro logo no início que não queria nada comigo e eu já até me conformei.
- Humm, tem certeza? - ela arquiou a sobrancelha e ficamos nos olhando por alguns segundos.
Droga! Eu odeio ter que admitir.
- Naaao! Eu ainda o amo demais. - fiz cara de choro.
- Eu sabia!
- E todo dia quando acordo eu sinto que estou cada vez mais apaixonada por aquele homossexual desgraçado, idiota, gostoso, tesão. Nossa! Me molhei toda.
- Haha maluca! Relaxa, algo me diz que as coisas vão melhorar daqui pra frente.
- Será?! - falei e levantei da cama.
- Minha intuição feminina nunca falha. Lembre - se, eu sou muito competente.
- Anham, tá. - peguei meu celular. - Droga, não tem nada pra fazer nessa pica de casa. Como você consegue morar aqui?
- Tá afim de ir pra um lugar melhor?
- Sim, por favor.
- Então vamos pegar um cineminha.
- Fechô, essa casa é uó.
- Tá, tá. Para de reclamar, vamos.
Pra minha desgraça a mãe da Riley havia saído no carro, ou seja, nós tínhamos duas opções de transporte.
Opção número 1: Ônibus.
Opção número 2: Nem existia essa opção. Merda! Odeio essa vida.
Depois de esperar uns 15 minutos na parada do transporte do cão, finalmente o ônibus que vai pro Shopping Center apareceu. E parecia a fila do sus, cheio de gente.
- Puta que pariu, agora lascou. - falei ao entrar naquele busão onde não tinha porra de banco disponível.
- Vish, isso aqui tá lotado. - disse Riley ainda dando uma procurada por banco vazio.
- Será que ninguém vai dar lugar pra uma grávida nesse caralho? - falei revoltada.
- Pode sentar aqui senhora. - um rapaz no qual não sei o nome, me ofereceu seu lugar.
- Que rapaz gentil. - sorri e sentei olhando para o mesmo. - Senhora é tua avó. - falei seria.
- Que sorte hein! - Riley se aproximou. A coitada ainda estava em pé.
- Mano, que calor! Abafo do cão aqui.
- Verdade, eles deviam colocar o limite de pessoas pra não ficar esse monte de gente em pé.
- Eles deviam era proibir esse bando de pessoas fedendo a macaco no ônibus. Pelo amor de Deus, parece que não existe desodorante. - falei um pouco alto e a mulher que estava do meu lado começou a rir.
Eu tava pra matar aquele filho da puta do motorista sem limite. O desgraçado sabe que o busão já tava mais do que cheio e ainda tinha a audácia de parar pra pegar mais gente. Aah, não me calei não.
- Oh idiota, isso aqui não é coração de mãe não. Porra!
O pessoal começou a rir, menos a Riley.
- É verdade, tá cheio aqui, parceiro. - O rapaz que me deu o lugar, falou.
E o corno do motorista não falava nada, só parava e pegava mais gente.
- Ei por acaso você é surdo? - Falei um pouco mais alto e de lá o filho de chocadeira respondeu.
- Quem tá dirigindo sou eu, se quer ir na tranquilidade, desça e vá andando. Pelo menos você emagrece né?
- O QUE???????????????? - AGORA O BICHO VAI PEGAR.
- Vish, isso vai dá merda. - disse Riley olhando pro outro lado.
- Ah, Ah.. Seu, seu... Filho da... - só tava faltando uma palavra pra xingar de vez aquele zé xiri e a Riley filha da mãe chegou rápido e calou minha boca com a mão.
- Pelo amor de Deus não completa essa frase. Não temos dinheiro pra pegar outro busão.
Eu te amodeio, Riley!
Inferno! Tive que ficar calada pelo resto do caminho até chegar no Shopping Center.
EU ODEIO AQUELE MOTORISTA, EU ODEIO AQUELE MOTORISTA!!!
Chegamos no Shopping.
- Ah, mas se ele acha que isso vai ficar assim, não vai ficar não. Eu vou fazer uma macumba pra ele ter vagina e engravidar. É, eu sou boa nisso. Ele vai ver. - falei determinada enquanto andava até a fila pros ingressos.
- Cê ainda tá falando do motorista? Esquece, isso já foi. - Riley como sempre vindo com esse papo de esquecer.
- Esquecer é uma ova, ele me chamou de gorda. Como é que as pessoas não conseguem perceber que eu tô grávida e não gorda?
- O cara que te deu o lugar não deu só porque você é uma garotinha bonita né? Lógico que ele notou que tem um bebezinho aí dentro. E por sinal, um bebezinho lindo! - ela se agachou um pouco e deu um beijo na minha barriga. - Já sabe que nome vai dar?
- Ainda não, não me veio nada em mente. Perguntei do Dênis se ele tinha um nome especial que quisesse colocar.
- E o que ele disse?
- Disse que quer que eu escolha, porque o especial vai vir de mim.
- Own, que fofo! Eu tô falando amiga, o Dênis tá apaixonado por você.
- Apaixonado? O Dênis? Por mim? Tá mais fácil eu virar lésbica do que o Dênis ter se apaixonado por mim. - falei e comprei o ingresso para assistir o filme vovozona 2.

Grávida do meu melhor amigo gayOnde histórias criam vida. Descubra agora