18 anos chegando... Tô nem aí

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"Mil namorarão ao teu lado. Dez mil casarão a tua direita. Mas tu não serás atingido."
(Essa é uma típica frase que encontrei enquanto estava pesquisando imagens de solidão pra por no meu status.)
- É, pelo visto eu não vou ser atingida, mesmo. - falei ainda olhando pra tela do notebook.
TOC TOC
Alguém estava batendo na porta.
(Tomara que seja o Brad Pit)
- Entra!
- Ooooi! - Riley chegou saltitante toda animada.
- Ah, é você. - revirei os olhos.
- Sim, sou eu. Linda e maravilhosa! - ela sentou do meu lado.
- Hum. O que tá fazendo aqui?
- Eu vim te ver, uai. Você tipo que tomou doril e não me ligou mais.
- E só eu que tenho direito de ligar é? - mandei logo a real.
- Não! Mas achei que fosse me ligar. Você sempre liga.
- Ligava! - forcei um sorriso e me levantei da cama.
- Você tá muito estranha. - Riley me olhou desconfiada, porém logo mudou de assunto. - Enfim, sabe por que eu tô aqui? - ela sorriu.
- Sei lá, o Tody tá ocupado e não responde suas mensagens?
- Também. Mas não, não é o único motivo.
- Desembucha.
- Vim pra planejarmos algo pra fazer no seu aniversário miga, é em dois dias.
- Nossa, tô tão animada. - ironizei.
- E devia está mesmo, são 18 anos. Hellooo!
- Aff, grande coisa.
- Sim, claro que é. Você finalmente vai poder entrar naquela boate de strip que sempre foi louca pra ver.
- A the bunny's lair? - me animei na hora.
(Mano, sempre fui fã daquela boate, cês não tem noção. Cada boy gostoso,  que nossa senhora. Vem e não vem 18 anos.)
- Droga, você tem razão. Preciso fazer 18 anos.
- Então... Vamos comemorar? - Não sei de onde a Riley tira tanto entusiamo.
- Não! Que comemorar nada.
- Ué, por que não?
- Porque não.
- "Porque não", não é reposta
- Porque eu não quero.
- Isso também não é resposta.
- Vai tomar no cu.
- Tá, agora isso é resposta. - rimos.
Falando sério, eu não tava com nenhum pique pra comemorar o meu aniversário. Sei lá, acho que a vontade e o entusiasmo da Riley não me pegou esse ano. Talvez a culpa seja dela, ou de quem não me liga, ou minha e até do Ricardinho também. Af, que saudade dele.
Acredita que não nos falamos mais desde aquele dia? Pois é, o garoto pirou o cabeção comigo que nem minhas mensagens o peste não respondeu mais. O que me fez ficar bastante deprê, já que quem pagava meu iogurte da tarde era ele...
(Mentira gente, eu gostava da companhia dele também. Haha.)
Deve ser por isso que desanimei... Aliás, pra quê fazer alguma coisa se o ex amor da minha vida nem vai tá aqui? Não ia me sentir completa.
Merda! Eu ainda amo, vai se foder.
18:15 da noite, no jantar.
- Parece que alguém vai ficar velha daqui há dois dias. - disse dona Lucrécia.
"Velha é a senhora!" Queria ter dito isso.
- Nossa filha tá crescendo. - seu Bernardo como sempre um amorzinho falou. - O que você vai querer ganhar de presente meu bem?
- Comida, é só o que ela gosta. - disse dona Lucrécia.
Acertou em cheio, mãe.
- Nada não, esse ano eu vou poupar o dinheiro de vocês.
- Graças a Deus! - mamãe parece que gostou da ideia.
- Não vai querer nada? Mas você sempre quer alguma. - papai, já sabia.
- Até no dia da independência que não é pra ganhar presente, ela quer, diga lá aniversário. Tem caroço nesse angu, Bernardo.
(PIOR QUE É VERDADE)
- Não tem caroço nenhum mãe, eu só não quero e pronto.
- Muito estranho isso. - ela me olhou desconfiada e meu pai confuso.
Eu tava agindo como uma garota totalmente normal. Eca!
Após o jantar, eu nem quis subir pra ficar jogada na minha cama como sempre, preferi ficar no sofá assistindo um pouco de televisão com meus coroas. Fazia muito tempo que isso não acontecia e eu tenho que admitir, gostei muito.
Talvez fosse daquilo que eu estava precisando, um aconchego de pai e mãe, mesmo dona Lucrécia sendo doida. E eu ainda acredito que naquela cabeça algum neurônio deve prestar, então tá tudo certo.

🌸🌸🌸

O dia seguinte chegou tão depressa que quase xingo o tempo por me fazer levantar cedo e ir pra faculdade.
Affzilda! Odeio acordar cedo.
Pra piorar, a droga da bexiga estava me deixando puta. Fala sério! Já era a quinta vez ida no banheiro e não era ainda nem 7:30 da manhã. Vem logo filho, pelo amorde. Mamãe, te ama.
Tempos depois...
Finalmente eu tive surpresa boa quando saí da faculdade, os amigos de quase sempre sumidos me chamaram pra dar um rolê na lanchonete. Pelo menos isso.
- E aí galera, tudo na boa? - cheguei, chegando.
- Olha elaa! - disse Riley escandalosa, falando alto.
- Oi Bruna, quanto tempo. Já estava com saudade de você. - disse Otis, o mentiroso.
- Nossa, que barrigão lindo!! Você já tá com quantos meses? - perguntou Camila.
- Caminhando pros sete.
- Isso é maravilhoso, logo logo chega os nove e pá. - a mesma disse com alegria.
- Você não imagina o quanto eu já quero que chegue esse dia.
(Estar grávida é uma gracinha, mas cansei de ir ao banheiro e ficar com a coluna em desgraça.)
- E vocês já escolheram qual nome vão dá pra esse principezinho? - Otis parecia bem ansioso.
- Ainda não, vocês têm alguma ideia? - precisava de algumas opiniões.
- Ah, poderia ser Bruno, em homenagem à você. - Camila é uma fofa mesmo.
- É verdade, ou poderia começar com D de Dênis... Tipo, Diego, Diogo, Donald. - Otis começou a rir.
- Idiota! Eu não vou colocar o nome do meu filho de Donald. - rimos.
- Eu já falei mil vezes pra colocar Astrogildo, mas ela nunca me ouve. - Vai a merda, Riley.
- É, pelo visto só o nome que a Camila me sugeriu, agradou. - Bruno até que é legal. - Tá, chega de papo gente, tô com fome.
- Novidade... - Riley revirou os olhos e eu mostrei o dedo do meio para a mesma.
Que engraçado! Eles não falaram nada sobre meu aniversário todo esse tempo que passamos na lanchonete.
Provavelmente entenderam que eu não quero comemorar os 18 anos ou nem sequer se importam.
Af, tô nem aí.
16:20 da tarde, em minha humilde cama pensando na vida.
Agora que eu lembrei que amanhã não vai ter aula em toda universidade. Puta que pariu, vou ter que ficar em casa o dia todo ouvindo dona Lucrécia lembrando como foi a minha trajetória do parto até aqui... Todo aniversário é assim. Supera mulher.
Preciso fugir de casa, acho que vou ao cinema, nem que seja sozinha.
- Sozinha não, pois você vai está comigo, meu amor. - meu filho era minha única companhia naquele momento. - Se você soubesse como eu amo seu pai e como eu gostaria que ele pudesse está aqui com a gente. - acariciei minha barriga. - Mas infelizmente tudo isso que se passa entre nós não é recíproco. É algo só da minha cabeça.
(Nossa! Ficar falando do Dênis e se lamentando porque ele não quer nada comigo, já tá ficando chato.)
Leitores não desistem de mim, por favor, já parei.
Ah, vou ligar pro Ricardinho.

🌸🌸🌸

Caixa postal pela milésima vez. Será que ele mudou de número?
Vou deixar pelo menos o recado na secretária...
- É... Oi, Ricardinho, sou eu a Bruna... - droga, o que eu falo? - Bom, eu passei pra saber como você tá e o que tem feito... - Merda eu não sou boa com palavras. - Olha, liga pra mim, tá bom? Sinto sua falta, beijos. - e desliguei.
- Toc toc, posso entrar? - Seu Bernardo semi abriu a porta.
- Oi pai, entra. - sentei na cama, ele sentou do meu lado. - Tudo bem com o senhor?
- Tô ótimo! Mas e com você? Tá tudo bem?
- Tô, tô bem.
- Você não me parece bem.
- É, mas eu tô sim. Eêh, pulando de alegria. - ironizei.
- Você sabe que eu sei que você está mentindo. Tem alguma coisa que queiras me contar? - Como se eu pudesse esconder alguma coisa do meu pai.
- Tem, eu quero sumir. - me joguei na cama. - Eu não aguento mais viver com essa dor.
- Você tá sentindo falta do Dênis, não é?
- Simmm! - falei com voz de choro.
- Fica tranquila minha flor, ele vai voltar. - Seu Bernardo parecia seguro do que estava falando.
- Quando? Ele falou alguma coisa pro senhor? Ele vem passar meu aniversário? - levantei da cama as pressas... Será que ele vem???
- Bom... Eu não sei. Você já perguntou se ele vem?
- Nãoo! - me joguei na cama de novo. - Com certeza ele não vem.
- Como tem tanta certeza?
- Porque já faz um bom tempo que não nos falamos, ele só liga aqui pra casa e nunca pro meu celular. Até os meus emails ele nunca respondeu. Nem se recorda que tem uma noiva grávida dele aqui em São Paulo.
- Sabe de uma coisa Bruna, você devia parar de se encher de pensamentos negativos. Você nem sabe o que se passa realmente. - ele levantou da cama.
- E o senhor, sabe?
- Não! - o mesmo negou e eu senti que tinha algo de errado aí.
- Tá bom. - sorri sem mostrar os dentes.
- É melhor você dormir agora, amanhã é o grande dia. - disse seu Bernardo me cobrindo com o cobertor.
- Pai, posso te pedir um favor?
- Claro, qualquer coisa.
- Pode por favor colocar sonífero no copo de leite da mamãe? Não quero ninguém me acordando pra contar de novo como foi que eu nasci.
- Pode deixar. - ele deu uma piscadinha e fechou a porta.
Amanhã com certeza vai ser o grande dia.
Tomara que esse sonífero dê jeito.

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Oi meus queridos leitores, voltei com mais um capítulo pra vocês. Espero que gostem!!!
O próximo capítulo eu já vou começar escrever essa noite e provavelmente eu vou postar no domingo. Não perca, pois ele vai vir com muitas novidades e surpresas. Afinal, é o aniversário da nossa maluquinha né? Tem que ser inesquecível.
E eu tenho plena certeza que pra ela vai ser.
Continue acompanhando...
Beijocas..
Att: Fernanda















Grávida do meu melhor amigo gayOnde histórias criam vida. Descubra agora